Foto retirada do Blog de Assis Ramalho |
Por meio deste texto, tento suscitar um
debate já esquecido pela mídia, pois, já não dá mais IBOPE. A moda agora é
outra. O que liga é o tal do mensalão ou do bicheiro Carlinhos cachoeira ou, para aqueles que gostam de uma pegada mais sangue no “zói”, o caso do goleiro
Bruno. Isso sim vende, dá ibope, prende a atenção do telespectador alienado que
almoça assistindo jornal sensacionalista.
Estou aqui para lembrá-los do velho Chico.
Você o conhece, querido leitor? Não! Já
se esqueceu das boas aulas de geografia tradicional que teve? E se eu lhes
disser que o velho Chico é o mesmo Rio São Francisco, agora você lembrou, né?
Ainda não? Pois bem, farei uma breve contextualização para situar você, leitor,
sobre o que vamos conversar aqui.
O rio São Francisco apresenta 3.163 km de
extensão da sua nascente (Serra da Canastra, em Minas Gerais) até sua foz
(Praia do Peba, em Alagoas). Sua bacia abrange 640 mil km², envolvendo terras
dos estados de Minas Gerais (MG), Bahia (BA), Sergipe (SE), Alagoas (AL) e
Pernambuco (PE). Agora que você já tem informações sobre o nosso personagem
principal, tratarei de um assunto esquecido e pouco conversado: a transposição
do rio São Francisco.
Foto retirada do site R7.com |
Este projeto é antigo e, lendo alguns textos,
pude constatar que esta ideia data do século XIX e tem por objetivo resolver os
problemas no semi-árido que há tempos sofre com seca. Mas isto em certo ponto é
bom para o Estado que mantém uma fonte de mão-de-obra barata para quando
precisar construir uma outra Brasília.
O embate se dá pelas divergências. O RIMA
(Relatório de Impacto Ambiental) apresenta falhas e deixa de fora questões
importantes para sobrevivência do rio. Outro ponto não menos importante e pouco
discutido é a questão da salinização dos solos que pode ser potencializada com
a transposição, gerando prejuízos e custos inestimáveis para a recuperação do
mesmo, sem contar com inúmeros fatores de risco que comprometem a vida e a
qualidade do rio.
Um fato que deve ser ressaltado é o de que o projeto
de transposição do São Francisco pretende expandir a fruticultura através da
agricultura irrigada. Agora, pensem comigo: será que é viável um projeto dessa
magnitude, onde estão sendo injetados bilhões? Será que o Estado está pensando
realmente na população que sofre com seca? Ou os interesses são outros?
Só para se ter uma idéia, o Nordeste é um dos
maiores produtores de fruta como melão, manga, abacaxi e outros. Agora me
pergunto: se grande produtores conseguem produzir, porque pequenos produtores
não o conseguem? Será incompetência dos mesmos?
Creio que se o intuito fosse de fato mitigar
os problemas da seca, formas alternativas e de baixo custo seriam implantadas,
mas isso é Brasil e existem sempre outros interesses em jogo. Agora reflita, caro
leitor: os riscos justificam os benefícios?
Rodrigo Ferreira Costa, professor de Geografia.
E quando quiserem fazer a transposição do Rio Tietê, Paraná ??? Será que vamos dizer amém igual a população destes municipios que fazem parte da trasnposição do rio são francisco??? Interesses políticos esta acima de tudo!!!!
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