quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Pra dizer que não falei da crise

Ontem, dia 09/09/2015 vimos dezenas de reportagens tratando sobre a perda do grau de investimento do Brasil pela agencia de analise de risco Standard & Poor's. Isso significa que esta agencia vê o Brasil como um local com problemas de liquidez (condições de arcar com o pagamento da divida pública) sendo assim mais propenso a um calote, trazendo assim uma maior taxa de juros esperada para empréstimos futuros, para compensar o maior risco.
Essa noticia, soma-se a outras que nos bombardeiam diariamente, como a elevada inflação (9,53% nos últimos 12 meses), os juros pornográficos de 14,25% ao ano que só serve para deixar banqueiro e especulador mais rico, a queda esperada do PIB em mais de 2% esse ano, queda na arrecadação da União, Estados e Municípios que devem gerar um deficit nominal (diferença entre o que se arrecada e o que se gasta) acima de 7% do PIB, ou seja, vem mais emissão de títulos da divida publica pra custear esse monstro. A taxa de desemprego também cresceu nesse Black Year de 2015, que alcançou 7,5% em julho e o salário médio também caiu, 2,4% a menos que no ano passado.
Vendo a mim, constantemente acusado de Petismo trazer tanta noticia ruim ao mesmo tempo, você deve estar pensando "Ou ele enlouqueceu, ou vai ser o mais novo garoto propagando do #foraDilma". Ou então vai dizer "Não era este que dizia que não havia crise no Brasil?"

Pra decepção sua, afirmo que não serei garoto propaganda e muito menos vou admitir que algum dia eu falei que não tinha crise no Brasil. O que eu defendia e defendo ainda é que esta não é a maior crise da história do país, como é passado por ai. Se você olhar na história, com um olhar racional, verá que tivemos momentos muito piores no passado. Já ouço os mimimis, dizendo que sempre venho com essa de como era nosso passado pra justificar o presente, mas te pergunto, pra que serve a história senão pra olharmos e compararmos o ontem com o hoje?
Se você der uma olhada na internet verá que 2002,  a taxa SELIC estava em 25%, maior que os atuais 14,25% (que já é um absurdo) e ainda assim naquele ano a taxa de inflação foi de 12,53%, bem maior que a projetada esse ano em 9,53%. Ainda sobre os juros, já tivemos juros de 45% em 1999, três vezes mais que a atual.
Vamos falar sobre inflação? Está alta, sim, 9,53% ano é bastante, mas o que dizer de 2477,15% no ano de 1993?
Desemprego? Ta alto? Muito... Mas e os 12,3% de desempregados em 2003? Bem mais alta, né?
Ah, a divida pública ta estratosférica, concordo, hoje temos uma divida liquida correspondente a 34,9% do PIB, mas o que dizer dos 60,4% do PIB no ano de 2002, taxa recorde histórica?
Ficaríamos horas aqui, mas melhor mostrar posteriormente pra quem tiver curiosidade de saber, basta me pedir e eu mostro todos os dados históricos.
Como disse, não venho defender governo, nem Dilma, mas elucidar um fato que tentam deturpar, para que a sociedade creia que essa é a pior crise econômica de todos os tempos. Estamos em crise, grave por sinal, mas ainda há tempo de sairmos disso, não estamos ainda no nível do pré-sal!

O fato é que toda essa propaganda negativa vai criando na mente das pessoas um medo exacerbado, que só faz piorar a situação. Se a mente estiver negativa, a economia refletirá essa lógica, pois quanto mais o consumidor temer, menos irá consumir, com medo de perder o emprego ou não ter condições de arcar com dividas,consumindo menos, haverá recessão, havendo recessão, o empresário investirá menos e empregos serão cortados, formando um ciclo vicioso. O governo arrecadará menos e gastará mais, e como somos um país extremamente dependente do estado, sofreremos as consequências dessa queda, principalmente os mais pobres.
Não podemos deixar de consumir, e sim racionalizar os gastos. Se você sai pra comer todo fim de semana e come o lanche mais caro e bebe a cerveja mais cara, não diminua as vezes que você sai e sim coma um lanche um pouco mais barato e uma cerveja um pouco mais barata, pois vai estar economizando e por estar consumindo em quantidade vai garantir o emprego do garçom, além do lucro do dono da lanchonete. Ao invés de comprar uma camiseta por R$80,00, pegue duas de R$40,00 na promoção, aproveite os descontos, pechinche, negocie nas compras à vista, renegocie empréstimos nos bancos com menores taxas, viaje para dentro do país e não pra fora entre outras coisas que pode ser feita para minimizar os efeitos da crise, pois se todo mundo parar de consumir, ai que ela se torna a pior crise da história do mundo moderno mesmo.
Não é o fim do Brasil, isso eu creio e espero, porque independente de governo procuro ser realista e otimista.
Estamos doentes, precisamos de remédio, mas também precisamos nos alimentar, senão, morreremos.
O discurso do "quanto melhor, pior" só interessa á políticos que querem o poder e veículos midiáticos que tem interesses financeiros com esse novo governo. Se o barco afundar, nós afundaremos com ele.
O rico pode tirar seu rico dinheiro da atividade produtiva para o capital financeiro especulativo e continuar rico e nós, como vamos nos manter sem os empregos frutos dessa atividade produtiva? Pense nisso..

terça-feira, 8 de setembro de 2015

"Ilhas de investimento”: a $olução para os afogados do mundo


“Há uma luz no túnel
Dos desesperados
Há um cais de porto
Pra quem precisa chegar”

O cinismo de certas personificações do capital parece não ter limites, nem mesmo em meio à tragédia. Quem conhece o mínimo de história sabe que o tipo de “solução” estapafúrdia proposta Naguib Sawiris de comprar uma ilha da Grécia ou da Itália para servir de casa aos milhares de homens, mulheres e crianças que fogem da Síria e de outros conflitos,  não tem nada de inovador. 
O campo de refugiados de Za'atari, segundo maior do mundo

       Trata-se da mesma lenga-lenga que deseja “resolver” os problemas graves “dos afogados do mundo” sem tocar nas causas imanentes, justamente porque um ataque às causas colocaria em pauta questões relacionadas aos problemas estruturais de um sistema que, se no passado trouxe certos benefícios (e aqui é bom lembrar a discrepância na divisão dessas benesses), nos últimos quarenta anos tem minado praticamente todas as conquistas daqueles que, ao longo de suas vidas, “nadaram/nadam” em meio à degradação e a precarização. Ou seja, aqueles que lutaram/lutam para não morrerem nas praias da barbárie da vida cotidiana.           
A ideia de um capitalismo cujas personificações aparecem como indivíduos bem intencionados e solidários é, no mínimo, uma falácia perversa. Isso porque desconhece completamente o papel destas mesmas personificações dentro da (des)ordem sistêmica mundial. Ignora a cota de responsabilidade destes mesmos “bem aventurados” que, agora, em meio à comoção mundial, surgem como “heróis” dos deserdados do mundo. Agora pretendem “ajudar o povo” com mesmos os recursos que foram de antemão surrupiados da grande maioria!
Concomitantemente, tais ideias ocultam o papel “funcional” dessa gente na “lógica” capitalista. Uma lógica em que a “mobilidade arrasadora” joga os seres humanos de um lado a outro sem considerar as consequências negativas, impondo à estes, o que na geografia alguns costumam denominar de des-re-territorialização. Um neologismo barato que tenta dar nova explicação, dentre outras coisas, para o eterno movimento potencialmente destrutivo imposto pelo capital (desde sua gênese), à maioria dos indivíduos que são varridos de um lado a outro conforme as demandas e exigências da acumulação e expansão de capital. A correlação desigual entre capital e trabalho, nesse processo, caminha pari passu à dinâmica da luta de classes. E nesse sentido, o papel das classes capitalistas e suas devidas personificações não pode ser ignorado, isso tanto nos planos nacional, como internacional. É bom lembrar que a mobilidade do trabalho está ligada à mobilidade arrasadora do capital!
            Por isso, “foco-soluções” como a desse Naguib Sawiris, assim como muitas outras que já foram idealizadas, quando postas em prática, estão fadadas ao fracasso, pois mesmo quando “funcionam”, elas têm um efêmero prazo de validade, já que necessariamente não estão atreladas a um processo amplo e contínuo de mudanças estruturais/sistêmicas, ao contrário, pretendem “desafogar” temporariamente o sistema de suas contradições (Maiores informações, vide Brasil!)
            
Assim, não é nada espantoso que a adoção deste tipo de “ideia inovadora” por parte dos “caridosos” homens e mulheres de bem (dispostos a “compartilhar” as suas fortunas) e abraçada rapidamente por alguns desavisados, transformarem-se, como de costume, em práticas extremamente rentáveis. As ONGs são um bom exemplo nesse sentido.       
Não por acaso, Sawiris sinaliza para o fato da necessidade de “investimento em infraestrutura". De modo que haveria "abrigos temporários para as pessoas e elas poderiam ser empregadas para construir habitações, escolas, universidades, hospitais". Mas, correndo o risco de pedantismo, algumas questões surgem a priori. Por exemplo, de onde viriam tais investimentos? De onde viriam os meios de produção para esses novos empregados construíssem essa sua nova sociedade-ilha? Quem fará tal controle do que será produzido e distribuído nessas ilhas? Quem se apropriará do mais-valor (se é que ele existirá nessas ilhas de fantasia)? Como será feita a realocação dessas pessoas, quem o fará ? Serão consultadas antes de serem simplesmente jogadas nas ilhas? Enfim, estas são só algumas das inúmeras questões que surgem e que nem sequer são formuladas pelos apologistas
No fundo, o que o bom samaritano Naguib (ingênuo devido o seu coração solidário) faz ( sem saber?) é abrir caminho para a possível criação de “Ilhas de investimento” em meio aos “oceanos” de degradação humana e natural.
       Tais ideias só conseguem comover os corações e mentes daqueles que de alguma maneira já estão devidamente “adaptados” e “amoldados” a um modo de pensar estritamente monetário. Para eles e elas, as “$oluções” devem ser pensadas sempre dentro dos limites da própria ordem, jamais para além dela. São como certos cães que, ao correrem atrás do próprio rabo, imaginam que conseguirão alcançá-lo! Para estes senhores e senhoras, basta uma mão caridosa aqui e ali (por parte dos ricos) e tudo se resolverá gradualmente, mesmo que, nesse meio tempo, isto signifique ter que desviar dos cadáveres que se avolumam tanto na terra como no mar!


André Amorim 07/09/2015

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Castilho-SP na Era das Terceirizações

          Semana passada a classe trabalhadora do Brasil sofreu um duro golpe. A Câmara dos Deputados aprovou um antigo Projeto de Lei nº 4.330 criado em 2004  pelo Deputado Sandro Mabel, ex-proprietário da fábrica de biscoitos "Mabel".
          Este projeto permite a terceirização de todas as atividades de uma empresa, industria, fábricas, comércio, etc. Hoje a lei proibe que atividade-fim seja terceirizada. Ou seja, em uma fábrica de celulose os funcionários que trabalham diretamente na produção de celulose não podem ser contratados por uma empresa terceirizada. Em fabricas assim constuma-se terceirizar atividades de limpeza e trasnportes.   

          A chamada PL 4330 permitirá ainda a liberação da terceirização de setores do serviço público, como em Prefeituras, Governos estadual e federal. Este projeto ainda vai ser votado no Senado, e se for aprovado pelos Senadores terá ainda de ser aprovado pela Presidência da República, no caso, a Presidenta Dilma.
          Está provado que as terceirizações resultam em precarização do trabalho. Já se sabe, por exemplo, que nas terceirizações o salário de trabalhadores terceirizados é 24% menor do que dos empregados formais, ou ligados diretamente à empresa matriz. Se sabe também que os terceirizados trabalham três horas a mais por semana, que são os que mais sofrem acidentes de trabalho, que são os mais marginalizados tendo direitos trabalhistas surrupiados, dentre outras mazelas que várias pesquisas comprovam.
          Por tudo isso o trabalhador tem pavor da possibilidade de ser um terceirizado e torce para que esta lei não seja aprovada. No entanto, em Castilho-SP essa lei já é quase uma realidade. É possivel observar que tem trabalhador castilhense prestando serviço terceirizado em empresas de Andradina-SP, de Três Lagoas-MS e até mesmo de Castilho-SP.
       O que chama atenção é que a instituição que mais deveria evitar este tipo de precarização do trabalho parece ser a que mais a promove em Castilho-SP. A Prefeitura vem há anos terceirizando diversos serviços que tem obrigação de prestar.
       Começou com a terceirização de transporte de alunos universitários para outras cidades da região e que em 2014 custou mais de R$ 2 milhões. Depois passaram a terceirizar as obras o que rendeu fortuna a uma empresa da cidade. Chegou-se a terceirizar até mesmo o zelamento de um rancho com denuncias de que a empresa responsável pelo local recebia um alto valor para isso, mas pagava salário irrisório ao vigilante do local. No inicio de 2010 veio o grande golpe, a terceirização do serviço de água e esgoto, que demitiu funcionários e onerou a população com elevadas taxas.
             E agora, justamente na semana que mais se discuti terceirização-precarização do trabalho no Brasil, vem à tona noticias de que vão terceirizar a limpeza das ruas da cidade, além da intenção de contratar um consorcio para terceirizar um serviço que ainda nem é obrigado a fazer, qual seja, a manutenção da iluminação pública.
            As justificativas para tudo isso são muitas. Algumas compreensíveis como falta de estrutra, leis, etc. A mais comum é que funcionário público não trabalha porque não pode ser mandado embora, então é melhor terceirizar. Ou seja, ou é 8 ou é 80. Ou se tem direitos, ou não se têm. Parece que não existe meio termo.
              Independente dos motivos, quem mais ganha com as terceirizações é justamente quem menos trabalha, ou seja, só invertem os conceitos para beneficiar uma meia dúzia de gente influente, basta ver a fortuna que os donos dessas empresas acumulam sentados atrás das mesas, apenas negociando contratos.
              Por tudo isso, há de se perguntar: Será que o salário do futuro Gari que varrerá as ruas de Castilho-SP é compatível com o desgate deste tipo de trabalho? E, principalmente, será compatível com os ganhos da empresa terceirizada? Será que terão seus direitos respeitados? 
            Mas, o mais preocupante é que se a PL 4330 for mesmo aprovada e toda esta dinâmica continuar em Castilho-SP, pode-se acreditar que corremos sérios riscos de ver o fim dos concursos no município para Professor, Motoristas, Merendeiras, Escriturários, Agentes, etc, etc. Quem duvida?
             


Dóri Edson Lopes
Mestre em Geografia, Funcionário Público Federal e Comunista.

            

sábado, 7 de março de 2015

Terceirização do Transporte de Estudantes Custou para Castilho mais de R$ 2 milhões em 2014

A questão do transporte gratuito de alunos castilhenses para cursos Técnico e Superior em cidades da região causou muita polêmica nas últimas semanas em Castilho-SP.
Com o propósito de economizar, ficou decidido que a Prefeitura de Castilho-SP não vai mais bancar sozinha uma empresa particular que leve e busque os alunos nas portas das faculdades de Araçatuba, Adamantina e Ilha Solteira. Além disso, de agora em diante, alunos que estudam em cursos de faculdades e escolas técnicas de Andradina e Três Lagoas terão seu transporte feito pela empresa Reunidas, sendo que neste caso a Prefeitura vai subsidiar parte da metade do passe que os alunos tem direito junto à Reunidas.
O principal argumento para esta mudança é uma possível crise de arrecadação que passa o município, não sendo mais capaz de pagar os valores que eram pagos antes para a empresa que prestava este serviço aos estudantes.
Em meio às discussões veio a publico os valores que foram gasto em 2014 pela Prefeitura com o transporte de alunos. Segundo o Portal Transparência da Prefeitura Municipal, Castilho-SP gastou mais de 2 milhões de reais com transportes terceirizados de alunos do município.
Fonte: http://186.194.190.139:5659/transparenciaweb/DespesasPorEntidade.aspx

O site não especifica, mas sabe-se que neste valor estão inclusos o transporte não só de alunos de cursos superiores e técnicos que estudam fora de Castilho-SP, mas também o transporte de alunos do ensino médio e fundamental que moram na zona rural do município.
Além disso, o estudante do curso de Direito da Aems, Uederson Aragão, publicou em uma página do Facebook o contrato da Prefeitura com uma empresa responsável pelo transporte de estudantes para outros municípios da região.

Segundo consta neste contrato, este serviço de transporte de alunos é cobrado por percurso e não por Kilometragem. Assim, o preço cobrado para dois ônibus irem para a cidade de Andradina-SP é de R$1.264,00, ida e volta, por dia, ou seja, R$ 632,00 para cada veículo por dia. Considerando que a distancia do centro de Castilho ao centro de Andradina seja de 20 km, o preço da kilometragem sairia em torno de R$ 25,00.
Para a Ilha Solteira um ônibus ao preço de R$ 530,00, ida e volta em  cinco ônibus para Três Lagoas ao valor de  R$ 2.264,00, ou seja, R$ 452,00 para cada veículo por dia.
Os valores assustam e fica difícil imaginar até onde compensa a terceirização de um serviço deste. Tanto que, a fim de economizar, o Departamento de Educação anunciou a compra de ônibus para fazerem o transporte de alunos da zona rural que antes era feito por empresa privada.
Assim, neste caso a questão que se apresenta não é propriamente a crise de arrecadação, mas sim a prestação de um serviço público terceirizado a uma empresa que cobra muito caro.
Existem muitas dúvidas sobre a crise econômica que passa a Prefeitura de Castilho-SP. Existem também muitos argumentos contra e a favor da gratuidade do transporte de alunos castilhense para Universidades e Escolas Técnicas da região. Mas, uma certeza que todos devem ter é que o transporte terceirizado com os valores que foram apresentados, realmente não cabe no bolso de uma Prefeitura, mesmo que não haja Carnaval, como muitos propuseram. 
Espera-se que com a grande economia que vão passar a ter com o novo modelo adotado, haja investimento no setor de transporte público e gratuito da cidade. 


Dóri Edson Lopes  

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Barros de Castilho


Publiquei há alguns dias a foto acima, tirada por mim ao trocar o filtro de um purificador de torneira que uso para filtrar a água utilizada no preparo de alimentos.  Ao tirá-lo, pude notar a grande quantidade de terra que tem vindo junto com a “água nossa de cada dia"  e isso deixou-me intrigado. Afinal, estamos bebendo águas de Castilho, ou “barros de Castilho”?
Sei que pela “pechincha” que pagamos pelo “excelente” serviço prestado pela empresa Águas de Castilho, não podemos exigir muito, afinal os pobres coitados investiram pesado (só não se pode dizer onde) em nosso município, mas pedir que a água esteja ao menos livre de terra é muito?
Já ouço dedos digitando “cadê aquele grupo Fora águas de Castilho, do qual aquele que nos escreve fazia parte?” “Será que ganharam alguma coisa para fechar a boca?”.
A resposta é que o grupo desde sua criação se reuniu por varias vezes, tentando encontrar soluções, algumas delas até radicais, porém, sempre com as mesmas caras. Não notamos, em nenhum momento, a presença dos “corneteiros de plantão” que amam protestar em redes sociais, no conforto de sua cama, cadeira ou sofá.
Este grupo cobrou diversas vezes as promessas feitas pelos vereadores eleitos, que ganharam seus cargos criticando os que estavam na época da vergonhosa prostituição, quer dizer, privatização, dizendo que se empenhariam ao máximo para corrigir esse erro, mas que ao entrarem, como é costumeiro, se esqueceram completamente o porquê estavam ali.
Tal grupo cobrou o executivo municipal, que também prometeu em campanha solucionar o problema da privatização, mas o que foi visto em sua administração foi o aumento das taxas do serviço prestado, inversamente proporcional à qualidade do mesmo, sem qualquer providencia tomada por parte da Prefeitura Municipal de Castilho (se houve a população não ficou sabendo).
Enquanto a população ficar bovinamente aceitando o que ai está, não adianta ter um grupinho de 10 “rapazes latino americanos, sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e vindos do interior”. Se a população aceitar pacificamente beber merda e pagar por isso o que a fornecedora de merda cobra, vai continuar bebendo merda, essa é a lógica do mercado.
Entes públicos não vão tomar providência só porque você publicou no “O que eu odeio em Castilho”. Sem mobilização em massa nada acontecesse, pois o homem, principalmente o que esta no poder, ou aquele que se beneficia dele, luta noite e dia para manter o "status quo".
Portanto, se quer parar de beber o “barro de Castilho”, ou o “cloro de Castilho”, deixe de ser um rebelde virtual e passe a canalizar sua energia em algo mais útil e eficaz. Pare de esperar que as mudanças que nossa cidade precisam caiam do céu, ou que Deus tenha Facebook e veja sua reclamação e pense: Ah, me deixe ajudar aqueles coitadinhos... Deus abriu o mar vermelho, mas ordenou que o povo marchasse para passar por ele, não os pegou no colo e levou.
Quer mudança, mude primeiro você e depois seja agente de mudança na sua casa, na sua cidade, no seu estado, no seu país ...
E ai, vai continuar bebendo terra e tirar selfie com o copo pra postar no Face?