Como podem perceber, estamos em ritmo de férias. Alguns opositores, com os bolsos cheios de propina acumulada durante esse primeiro ano de blog, estão curtindo suas justas férias nas Bahamas, outros, como eu, ainda vagam por Castilho em busca, quem sabe, de alguma vantagem ou promoção em passagens aéreas na primeira classe para as Ilhas Cayman. E foi numa dessas andanças que estive, segunda passada, na audiência pública promovida pelo presidente da Câmara de Vereadores de Castilho em que foram detalhadas as contas de 2013.
Antes de qualquer coisa é preciso destacar o ineditismo e a coragem de Waguinho ao expor aqueles dados e, consequentemente, se expor publicamente. Atitude de quem não tem medo do debate e nem tem o que esconder, ainda mais com o ano conturbado vivido por ele, repleto de questionamentos quanto a compra de carro, gastos em viagem, inércia em relação à concessão da água etc... Audiência que, além de tudo, contribui para seu marketing político/pessoal. Não o condeno por isso.
Resumo minha impressão sobre a audiência. Em relação às contas, fiquei espantado quanto ao que foi economizado neste ano: foram cerca de 350 mil reais do orçamento da câmara que serão devolvidos à prefeitura com indicação de onde devem ser gastos, segundo o presidente. Fiquei bastante impressionado, afinal, é difícil sobrar dinheiro em administração pública. Entretanto, após o detalhamento dos gastos, comecei a observar que houve pouca alteração nas despesas e me questionei: o que teria ocorrido de tão diferente no ano passado que não foi possível economizar um valor semelhante (isso pois, segundo o presidente, se não fossem despesas com salário do ano anterior, seria possível economizar ainda mais)? Sinceramente, fiquei com uma pulguinha do tamanho do paranazão atrás de minha orelha...
Outro assunto bastante contraditório foi em relação à reforma ou construção de uma nova câmara. Foram apresentadas fotos e laudos de engenheiros que comprovam um estado preocupante da estrutura da atual câmara: infiltrações, rachaduras, falta de acessibilidade, fiação exposta etc. De fato, o prédio está em uma situação delicada e algo precisa ser feito, seja uma nova reforma ou até a construção de uma nova estrutura. Não consegui, ainda, formar opinião sobre o que será melhor (ou menos pior). Porém, mais uma questão (desmembrada em várias) surgiu e foi motivo de debate: a câmara não passou por reforma recentemente? As fotos antigas e as que mostram o estado após a reforma, aparentemente, mostram pouca alteração. Quem fez essa reforma? Não seria motivo de, ao menos, um questionamento da qualidade do serviço? Como poderemos confiar em um investimento em uma nova reforma ou na construção de um novo prédio com todas essas lacunas do passado?
Evidentemente, a intenção de Waguinho não foi fazer comparações, ele mesmo nos fez questão de ressaltar isso. Mas é impossível que alguém com um mínimo de senso crítico não as faça e exija respostas convincentes. Ainda mais de uma presidência, como a dele, que tem se mostrado mais responsável com os recursos públicos. Um passado mal resolvido gera a expectativa de um futuro mal planejado (para ser leve).
Samuel Carlos Melo
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