Castilho é
mesmo uma cidade interessante! Quando você acha que vai, quando parece que
encaixou, vem uma notícia, uma tramóia mais bizarra que a anterior. É o que
chamo de superação inversa, ou, então, subir pra baixo. Dessa vez a Câmara
pediu vale-alimentação e o Prefeito sancionou. Oh, shit!
Segundo
informações, eles acharam uma brecha na Constituição Federal que, tipo, sei lá,
garante o direito ao auxílio. Lembrando aqui de cada um dos vereadores,
conhecendo alguns deles, não posso não ficar espantado ao ver tamanha
perspicácia jurídica. Será? Será mesmo que em Castilho, nesta atual
administração, com esses nomes, a gente conseguiu a vanguarda nacional? Não me
lembro de nenhum outro lugar onde tal direito tenha sido dado ao Legislativo. Muito
menos com todo esse status de legalidade. Talvez no Maranhão, aquela fazenda
dos Sarneys...
Perguntado
sobre a moralidade do projeto, o Prefeito deu aquela escapulida e disse que
cabe ao povo decidir. O Presidente da Câmara, por outro lado, justificou a
bizarrice empurrando a culpa nos assentados. Rapaz, esse tipo de
projeto só me parece ser uma coisa: vale-curral-eleitoral.
Aliás, esse
negócio de visitar, dar uma passadinha, apesar de comum e amplamente utilizado,
não deveria acontecer. Vereador não existe pra isso. Esse negócio de indicação
pra tapar buraco é balela pra encher a Sessão de linguiça. A tabela abaixo traz
um pode/não pode bem interessante. Facinho, facinho... Até eu entendi!
O
Vale-alimentação, aliás, é benefício para o trabalhador. Apesar da obviedade,
cumpre ressaltar: CARGO ELETIVO NÃO É TRABALHO! Vige no Brasil, já há algum
tempo, uma tal alternância de poder, uma tal de República. Mas, como disse
linhas atrás, nossos legisladores manjam muito de Constituição. Não vou ficar
aqui sendo redundante.
Acredito que a
prefeitura faça parte do PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador). Grosso modo,
é o que garante que se receba o vale sem que este fique vinculado ao salário.
Ou seja, não incide em verbas trabalhistas. No caso dos Edis, será que eles
também farão parte do PAT? Se sim, fica parecendo que a Câmara toda agora é
funcionária do Prefeito. Estou esquentando?
Pra que não
fiquem dúvidas, o projeto é totalmente imoral. Além de imoral, fere o art. 39,
§4º da Carta Magna, que diz claramente que os membros do Poder receberão única e
exclusivamente o subsídio fixado. Nada mais, nada menos. E, vamos combinar, receber
cinco paus pra aparecer na Câmara de vez em quando e fazer esse tipo de
patifaria está pra lá de bom.
Sábado agora
(25/01/14) houve a primeira manifestação popular do ano. O pessoal cobra maior
agilidade na construção e entrega das 220 casas do CDHU. Parece que invadiram
as casas inacabadas e cada um marcou seu nome em uma pra garantir. É uma
barbárie? É. Mas é mais efeito do que causa. Já se foram longos 6 anos desde o
cadastramento para o sorteio e nada. A administração passada, a burrice em modo
palpável, tem sua enorme parcela de culpa. Entretanto, não esqueçamos que ela é
filha da atual. Então, como está tudo em família, eles que se resolvam.
Muitos vão
dizer que bom mesmo é trabalhar. Mas, como eu disse, atitudes populares são
muito mais efeito do que causa. Se eu, que tenho uma vida até estabilizada e um
pouco de estudo, penso em fazer lambanças ao ver nossos representantes agirem
com tamanha falta de vergonha na cara, o que se pode exigir de quem nada tem a
perder? Camões já dizia: Um fraco rei faz fraca a forte gente!
É, creio que
ainda verei muita dessas bizarrices na minha vida, já que gente com tempo e disposição
pra isso tem aos montes. Quando sai um aparecem mais três pra ocupar a vaga de
pilantra. O negócio é não se deixar vencer pelo cansaço e continuar brigando.
Entretanto, mais importante é não fazer o errado quando ele nos favorecer. Esse
é ponto.
Márcio
Antoniasi
O que mais me impressiona diante todos estes fatos que acontecem na cidade é a inércia das pessoas e a má vontade dos nossos politicos pra trazer a soluçao e resolver os problemas de alta relevancia do municipio, que aliás só agem e aparecem quando a situação ja está no limite, chega a ser surreal.
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