Foto retirada do Portal Castilho |
O ano de 2014 nem bem começou e Castilho já viveu dias intensos em sua vida política.
O caso do
vale-alimentação, aprovado pelos vereadores no final do ano passado em favor
dos mesmos, já no apagar das luzes, por unanimidade e as manifestações por
moradia trouxeram algumas certezas.
A primeira delas é a de
que a classe política de Castilho está distante dos anseios e das lutas da
população. No caso dos vereadores e o vale-alimentação o que causa revolta não é somente a questão moral, mas é também
saber o tipo de prioridades que foram estabelecidas na Câmara Municipal.
É verdade que ser vereador
em Castilho não deve ser lá tarefa muito fácil. Quem ocupa um cargo desses deve
ouvir muitos pedidos de ajuda de um povo bastante carente como o de Castilho,
mas, não é com esmola que se justifica tal atitude. Até porque este problema é
algo relativo, pois quanto mais se ganha, mais vão ser procurados, afinal
dependem de outras pessoas para estarem onde estão.
A questão é que há vários
desafios e problemas estruturais que devem ser enfrentados com urgência. Por
exemplo, enquanto o vale-alimentação aos vereadores era aprovado, a Águas de
Castilho reajustava suas tarifas em cerca de 11%, sem autorização de ninguém.
As pessoas que reivindicavam casa continuavam esperando alguma luz para os seus
problemas de moradia. A estação ferroviária continuava a esperar o projeto de
tombamento, as sessões continuavam a ser durante o dia, longe da maioria; isso
pra não falar de temas mais complexos.
Todos estes manifestos por
moradia que aconteceram recentemente reforçam o sentimento de que existe um
problema de representatividade no município. Desde outubro passado, quando foi
feito o primeiro protesto do qual fecharam o acesso à cidade, se esperava a
solução para a questão de falta de moradia de alguns moradores do Bairro Nova
Iorque. Como no final de janeiro o problema persistia e pouca, ou nenhuma
satisfação era dada, este movimento popular voltou com mais força e mais
radical que anteriormente. Aliás, não se tem noticia na historia de Castilho de
nada mais radical do que o que aconteceu por estes dias.
Mesmo com a cidade em
chamas não se tem noticia da presença de algum vereador nestas manifestações
ouvindo ou negociando com manifestantes. Ao que parece, o prefeito teve que
enfrentar sozinho o problema. Mas, como havia acontecido na greve dos
servidores, mostrou que tem muita dificuldade de mediar conflitos. Sofre de
desconfiança da população e seus argumentos nem são mais ouvidos. Parece pagar
pelos oito anos do mandato anterior, onde é acusado de ter negligenciado as
questões salariais dos servidores e a de moradia na cidade.
Foto retirada do Portal Castilho |
Por tudo isso, a percepção
que se tem é o de que há uma crise de representatividade no município, onde as
pessoas não acreditam e nem confiam mais nos seus representantes. Logicamente
que é uma situação que não vem de hoje, mas que vem se desenvolvendo a cada
época.
A questão não é só moral,
talvez nem seja esse o caso. O problema muitas vezes é a distância que muitas
destas pessoas que nos representam têm em relação a questões sociais mais
amplas, que exigem certo enfrentamento.
Não é só falta de
interesse, parece faltar também maior orientação de como agir, o que
reivindicar em certas situações. Representantes têm que ser líderes e estar em
meio às lutas da população, propor mudanças, buscar soluções, ter consciência
de classe.
Portanto, Castilho precisa
também de uma organização partidária de classe, com um programa bem defendido,
que abarque as principais reivindicações da população trabalhadora, que busque
torná-las uma realidade, que oriente seus membros, que contribua na organização
de movimentos como o que aconteceu recentemente por moradia, para que não caiam
nas mãos de picaretas que usam pessoas como massa de manobra.
Enfim, Castilho precisa de
representantes com menos simpatia e mais ideologia.
Dóri Edson Lopes
Castilho vive a crise da burrice, muitos venderam seus votos ou/e foram na onda dos espertalhões de boa lábia, agora pagam o preço da ignorância, pena que nao existe um PROCON dos políticos.... agora é guentar se passar este mandato e ter boa memória pra próxima disputa eleitoral.
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