quinta-feira, 5 de outubro de 2017

La betê e Francisco de Assis - a nudez e seus contextos

  A polemica envolvendo a exposição “La bête”, que aconteceu no MAM, Museu de Arte Moderna de São Paulo, há alguns dias, trouxe à tona uma série de questionamentos por parte da sociedade brasileira, onde valores foram contestados, acusações foram feitas e principalmente muito ódio foi destilado.
 Tudo isso me trouxe muita preocupação, pois procuro ser uma pessoa que analisa o todo antes de expressar opinião, mas mesmo assim, vi que não há espaço na sociedade para ponderação e equilíbrio.
 Vivemos atualmente em uma sociedade maniqueísta, onde só há espaço para o bem e o mal. Não há contexto, não há espaço para dúvida, não se tem mais um olhar amplo sobre o que é discutido, há simplesmente um conceito simplista, onde o senso comum tem mais valor que o dicionário quando se trata em definir o significado de uma palavra. Se eu acho que cachorro signifique algo diferente de um canídeo, mamífero, subespécie de lobo, eu posso defini-lo como bem entender, afinal eu tenho esse direito.
  O fato é que hoje, após todo esse estardalhaço, o qual me trouxe perdas irreparáveis, simplesmente pelo modo como eu tento me posicionar de maneira mais abrangente, lembrei-me de uma mensagem que eu escrevi na época em que frequentava a igreja Batista.
  A mensagem se baseava em gênesis capitulo 03, onde discorre a narrativa da queda de Adão e Eva.
 No texto, após comerem a fruta do conhecimento do bem e do mal, perceberam que estavam nus, e sentiram vergonha, fazendo então, aventais com folhas de figueira. Deus, em seguida o chama, Adão diz que se escondeu da presença de Deus pois percebeu a sua nudez, sendo então questionado por Deus, sobre quem havia contado a ele que estava nu, se teria comido o fruto que Deus ordenou que não comesse, Adão, coloca a culpa em Deus, afirmando que a mulher que ele, Deus, deu para ele, que havia dado o fruto proibido. A mulher, por sua vez, culpa a serpente, dizendo ter sido enganada pela mesma.
 Analisando o fato anterior, e mais outros textos que utilizei na época para criar a mensagem, eu vi que a nudez representava a transparência da relação entre Deus e o homem, o qual sabia de tudo, via tudo, e só havia a bondade no homem a ser vista.
  Após a queda, o homem passa a ter consciência, passa ele, homem a ver essa relação como vergonha, pois agora, ele sabe que Deus o enxergará como ser que é, tenta se fazer aceitável para Deus, cobrindo sua nudez com as vestimentas de folhas, para que Deus não enxergue o ser que havia se tornado.
 Mas, isso não foi suficiente para que isso ocorresse, e ao ver que Deus o veria “nu”, mesmo com roupa, não admite seu erro, e joga a culpa de sua transgressão no próprio Deus, utilizando a mulher como bode expiatório. A mulher, também não admitindo a sua culpa, culpa a serpente pelo seu erro.
 Por fim, associei a vestimenta como símbolo da religiosidade, no caso a hipócrita, para ser claro, não generalizando todo religioso, onde o homem tenta se fazer aceitável pelas obras de suas mãos, "cozendo roupas de folhas de figos”, metaforicamente, através das “boas ações”, a moralidade, a caridade e por aí vai.
 Cristo, posteriormente disse, que nenhum homem chegaria ao reino dos céus, se não fosse pelas obras dele, Cristo. Paulo fala em Romanos 03, que não há um justo, nem um sequer, não há quem busca a Deus, todos se extraviaram. Em Efésios 02 Paulo novamente diz que, “pois, pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus”.
  Dessa forma, mesmo estando há anos desviado da igreja, eu ainda tenho comigo que só Deus pode fazer julgamentos acerca da moralidade do outro.
 Tento não ser o portador da verdade, sei o quão sou falho demais para julgar o outro.
 Nem toda a moralidade do mundo, ou a defesa da moral judaica cristã me fará aceitável para Deus, segundo a crença cristã.
 Eu posso julgar a minha moralidade, posso escolher criar meus filhos, caso venha os ter, respeitando os meus valores. Mas quem sou para julgar a moralidade do próximo desde que a mesma não fira a lei? Quem sou eu para chamar aquela mãe de safada, vagabunda, dizer que a mesma expôs a filha a pedofilia, se segundo o dicionário não houve ali nada pedófilo?
 Para mim, a nudez é tabu. Para mim a peça não teve sentido algum, eu não iria ver a peça, não me interessaria pela nudez não erótica, mas quem me colocou de juiz para julgar o que é arte e o que não é arte.
 Eu posso não concordar com a mãe que levou a criança, e tenho direito disso, mas, pela lei, a mesma não cometeu crime. Haveria cometido se tivesse exposto a filha a pornografia ou sexo explícito, mas não foi o que houve ali. Mas, se houver outra lei, se não a que me foi apresentada até agora, mudo tudo o que disse aqui, pois, se houve crime, deve se haver punição aos responsáveis.
 Temos todo o direito de não concordar, mas não podemos querer impor nossos valores goela abaixo a quem pensa diferente de nós.
 Meu principal medo é o fato de que tudo começa com “isso é uma safadeza”, torna-se “essa safadeza é pedofilia”, vira “pedófilo merece apanhar” e “morte a esse safado, pedófilo”. Se a morte acontecer, todos que ajudaram a criar a corrente de ódio terão um pouco de sangue nas mãos.
 Estamos vivendo um tempo de extremos, polarização e eu só não quero fazer parte dessa corrente...
 São Francisco de Assis, ao ser confrontado por seu pai, renunciado a tudo que tinha, pediu a benção de seu pai, tirou toda sua roupa e pregou a Cristo completamente nu.
 Isso é ser imoral? Ele incitou a pedofilia? Fez apologia a mesma? Foi pervertido? Não, foi considerado anos depois um Santo pela Igreja Católica.
 Se o mesmo repetisse tal ato hoje, como seria tratado?
 Você pode dizer “ah, mas naquela época não havia a maldade que existe hoje”. Será? Pesquise e veja como era o contexto da idade média.
 Por fim, espero ter deixado clara a minha opinião, a qual você tem todo o direito de discordar, mas não tem o direito de achar que sou um leviano, safado que defende a pedofilia.
 Eu não sou um exemplo de ser humano, mas esse certamente não é um dos muitos erros que já cometi.
 Para mim, toda essa discussão só serviu de cortina de fumaça para a aprovação dos perdões pornográficos de dívidas de empresas, igrejas e políticos.
Fomos estuprados enquanto olhávamos para o outro lado e ainda nem percebemos isso.



Silvinho Coutinho

terça-feira, 26 de setembro de 2017

Os Quiosques e a política higienista em Castilho

    O que seria uma política higienista?
    Um bom exemplo de política higienista é o que tem feito o Prefeito de São Paulo, João Dória,  que é acusado de ordenar à Guarda Metropolitana tomar de moradores de rua seus colchões, cobertores e jogar água em gente que dorme na praça da Sé em pleno frio de 5 graus, outro exemplo de higienismo vem do Prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil que não poupou o uso da violência para atacar trabalhadores de rua os chamados camelôs. Ou seja, dois exemplos que jogam para "debaixo do tapete" graves problemas sociais, políticos que agem de forma a mudar o visual de um lugar para que fique de acordo com o que eles acreditam ser o ideal, uma maquiagem na paisagem.
    O caso dos quiosques da praça são parecidos, guardadas as devidas proporções.
   Pensados e construídos no processo de "reforma" da praça, foram inaugurados no ano de 2009. Quiosques que nunca foram totalmente ocupados ao mesmo tempo. 
  Nos últimos anos, de todos, apenas um seguia funcionando.
  Não bastasse a quase total ociosidade, a principal crítica da população a esta obra se deve ao fato de ter sido construída sobre a principal avenida da cidade, atrapalhando a passagem de quem seguia ao único hospital que Castilho possui.
  Após o notório fracasso desta obra e às muitas criticas, a atual prefeita decidiu que o melhor era demoli-los e abrir novamente passagem na avenida.
  A insatisfação com estes quiosques era tanta que o atual governo fez questão de fixar na praça uma grandiosa placa de publicidade de seu feito, a reabertura da Avenida Getúlio Vargas.
   
 


    O caso destes quiosques, assim como outras obras em Castilho, é mais um projeto pensado em gabinete, sem qualquer consulta popular, feito de cima para baixo, cheio de preconceito com viés legalista.
     Quem conheceu a antiga praça, antes dessa "reforma" que na verdade foi uma reconstrução, sabe que a praça era um local cheio de vida, local de encontro de muitos jovens, era um ponto turístico, principalmente aos domingos com o tradicional forró.
    Por isso, ao longo do tempo foram se instalando vários comerciantes no local onde foram construídos os hoje demolidos quiosques. Aqueles comerciantes eram pessoas desempregadas que viram na praça uma oportunidade de ganhar um dinheiro extra vendendo lanches, pasteis, sorvetes, pipocas, etc.  
    O local se transformou em uma espécie de praça de alimentação, sempre movimentada. Era um lugar rentável a quem ali trabalhava.
    No entanto, para alguns, aquilo era um incomodo, uma fila de trailers sem padrão algum. Cada um do seu jeito, uns de lata, outros de madeira, outros em cima de uma mesa improvisada. 
    Pareciam um evento do tipo destes de Food Truck, mas em uma versão bem mais pobre, sem a pompa de classe média que paga 20 reais em um lanche. 
    Na época da construção dos quiosques o principal argumento utilizado foi o de legalizar a situação daqueles comerciantes, construindo um local padronizado. 
    Apesar dessa aparência legalista, o verdadeiro motivo foi promover uma "limpeza" no local, retirando aqueles comerciantes de improviso que não combinavam mais com o visual de uma praça toda remodelada, era preciso impedir que aqueles pobres desempregados com pouquíssimo poder de investimento  instalassem seu pequeno negócio em uma praça que recebeu investimento de um milhão de reais. A afirmação do site de notícias Hoje Mais, dá uma ideia disto.

       Na época, os quiosques foram construídos como alternativa para substituir os ambulantes que foram proibidos de permanecer ao redor da praça, com carrinhos de pipoca, de cachorro-quente entre outros.
Fonte: http://www.hojemais.com.br/tres-lagoas/noticia/geral/prefeitura-de-castilho-inicia-processo-de-demolicao-dos-quiosques-e-reconstrucao-de-trecho-de-avenida 

   Ou seja, uma avenida que dava acesso a um hospital foi fechada parar impedir a instalação de comerciantes/ambulantes na principal praça da cidade. Uma obra que nada mais fez que promover a expulsão de vários deles. Foram tratados como um problema, quando na verdade o problema estava sendo criado por uma solução higienista.
    Assim, muito dinheiro foi jogado fora por uma questão de preconceito, de gente que se incomoda com um visual de coisa pobre. "Mataram" a praça e no fim, nem uma coisa, nem outra.
   Se alí houvesse uma fila de trailers do Food Truck, certamente seriam tratados diferente. Seriam convidados até a Prefeitura para de alguma forma regularizarem sua situação.
Veículo de Food Truck. Ah se aqueles antigos comerciantes fossem assim.

    O que mais impressiona é que tudo aconteceu sem nenhuma voz para ao menos questionar uma ideia dessas. Passou pela Câmara e foi aprovada pelos mesmos que hoje batem palma pela demolição de um projeto que eles mesmos deram aval.
     Castilho é assim, muitas vezes só repete em escala menor o que é comum na capital.


Dóri Edson Lopes

    
    

     
   

terça-feira, 20 de junho de 2017

Para que servem os vices?

    Ontem veio à tona na política castilhense o desabafo de um ex-assessor da atual administração municipal que veio a público denunciar uma verdadeira chantagem feita com ele. 
Em nota o ex-assessor diz que foi chamado ao gabinete da atual prefeita e lá foi coagido a cortar relações de amizade com algumas pessoas, entre elas, o vice prefeito. Caso não aceitasse, seria exonerado.
    Com muita dignidade o ex-assessor preferiu suas amizades a um cargo onde é chantageado.
    Assim, as constantes denuncias de perseguições da atual administração municipal ganha um novo capítulo, este com grande autoridade, pois tem como envolvido uma pessoa que ocupava cargo de confiança e que sempre apoiou a atual prefeita nas campanhas eleitorais, ou seja, fica demonstrado que realmente as perseguições existem.
    Esta demonstrado também que existem pessoas brincando com o poder que tem nas mãos em Castilho. Que esta administração tem decepcionado em vários aspectos, isso também já não é mais segredo.
     Mas, uma coisa que chama a atenção neste caso é a repetição de uma mesma história em Castilho, qual seja, o papel dos vices prefeitos.
     Não é de hoje que o vice é uma figura controversa na política castilhense, na maioria das vezes apenas usado como um fantoche em campanhas eleitorais. Mas, há casos também de vice pivôs de crises que vão à rádio jogar o lixo no ventilador, ou como agora, onde o vice lança desafio à prefeita em rede social.

     Os motivos para a discórdia entre vices prefeitos e prefeitos variam, alguns são explícitos, claros para a opinião pública, como no caso do então vice prefeito Pedro Boaventura que se mostrou totalmente contrário ao então prefeito Antonio em várias decisões politicas, como a privatização da água, até romper com o mesmo em definitivo.
      Outros se mostraram insatisfeitos com a falta de espaço nos governos em que participaram, mas muitas vezes não se soube ao certo que espaço era este desejado.
     O que surpreende nesta história toda com a atual administração é que em apenas seis meses Prefeita e Vice já estão em discórdia pública.
      Afinal, o que teria acontecido para a atual Prefeita proibir um assessor de ter amizade com o Vice Prefeito?
     O que está por trás desta polêmica?
     O vice deveria vir a público esclarecer sua nova posição política. Explicar o por quê?
     O povo castilhense merece saber. E que seja convincente.
     Portanto, a resposta para a pergunta feita no título deste texto é que, em geral, os vices prefeitos sempre foram uma figura secundária na política castilhense, com exceção de alguns raros momentos, ou seja, serviram mais para os propósitos eleitorais dos prefeitos.
     Entretanto, em tempos de Michel Temer, os vices ganharam relevância. No facebook já dizem "tchau querida".
     Não é o caso de sugerir que a índole do atual vice prefeito castilhense seja  como a do atual Presidente, mas apenas considerar as possibilidades, tendo em vista o que aconteceu em Brasília. Se levarmos em conta as atitudes de alguns vereadores, então a frase do facebook não é exagero.



Dóri Edson Lopes
   


quarta-feira, 3 de maio de 2017

Eu também vou reclamar

Eu tenho uma reclamação a fazer!
Nunca antes na história dessa cidade, tanta gente veio reclamar comigo que o povo (e me incluem nessa) reclama demais da atual gestão, seja do administrativo ou do legislativo, “que não pode cobrar”, “que ta cedo ainda”, “que não tão dando tempo para fazer” e blá, blá...
Eu ouço essa conversa e lembro que o prefeito anterior, a essa altura da administração dele, já teve que lidar com uma greve de servidores públicos municipais, da qual com muito orgulho participei e incentivei pessoas que trabalharam comigo a aderirem à greve.
No primeiro ano de governo, ele teve que enfrentar os protestos com a ocupação das casinhas da CDHU, atual bairro Nelson Borges, e das manifestações no portal da cidade, onde os moradores do bairro Nova York atearam fogo em pneus e bloquearam o transito, recebendo pancada atrás de pancada nas redes sociais, inclusive por mim e por outros membros do Blog dos Opositores. Se alguém duvida, é só olhar nos textos antigos do blog e verá que ele foi cobrado e de maneira muito justa, por sinal.
O legislativo anterior também foi bastante cobrado a respeito do caso "Águas de Castilho" e também pela volta das Sessões da Câmara para o período Noturno.
Dilma, nem havia começado seu segundo mandato e já estavam falando em impeachment, em março do seu primeiro ano do segundo governo já foram às ruas milhões de pessoas, foi cobrada por seus opositores e por seus eleitores, que não concordavam com a nomeação de alguns membros de seu governo, como Joaquim Levi, banqueiro ligado ao Bradesco, para Ministro da Fazenda e Kátia Abreu, senadora ligada ao agronegócio para Ministra da Agricultura.
Nos casos anteriores, podia-se cobrar logo no início do governo, agora, não?
Pelo que sei, por enquanto ainda não existe a criminalização das cobranças por uma gestão que atenda melhor as necessidades do povo, embora peço a você que  fique tranqüilo, pois logo eu creio que esse direito nos será tirado, ai ninguém mais vai poder cobrar nada de quem estiver no poder. Mas ai você vai ter que torcer, para que o candidato que você apóia sempre se mantenha no poder, pois, se ele ou ela sair, ah meu amigo, você também não vai poder fazer o que antes fazia, ou seja, não vai cobrar por uma administração melhor.
As cobranças são parte da democracia, e devem ser respeitadas, pois são uma forma do povo ecoar sua voz e se fazer ser ouvido. Quem não quer ser cobrado não pode ser eleito ou trabalhar diretamente para alguém que foi eleito, pois sempre será a vidraça para onde as pedras serão atiradas.

É fato que alguns comportamentos humanos tendem a ser moldados através de estímulos externos, de maneira que tais estímulos criam um habito. Se a pessoa recebe um estimulo positivo ao fazer uma ação, a mesma tende a repetir tal ação. Se ao contrario, o estimulo recebido pela ação for negativo, a mesma tende a abandonar tal ação, não criando o assim hábito.
A administração tem tentado resolver rapidamente o que é publicado nas redes sociais, para evitar que o assunto ganhe força, e fique circulando gerando marketing negativo, o que é algo inteligente, porem, tal atitude criou na população a ideia de que tudo que for publicado nas redes sociais será rapidamente resolvido e por este motivo têm aparecido tantas criticas, pois elas têm dado resultado, assim, têm se criado o habito.
É obvio que tem problemas que não podem ser ainda atribuídos à atual gestão por enquanto, em decorrência do pouco tempo hábil para resolver problemas estruturais do município, como a falta de emprego, por falta de empresas em nosso município, mas, uma hora se não for cumprida essa promessa de campanha, será perfeitamente plausível fazer tal apontamento. Mas cobrar pela falta de remédio, ou de ventiladores nas salas de aula, ou coleta de lixo, não da pra dizer que não são motivos justos para reivindicar,
No mais, estou indo embora, vou relaxar, pois eu sei que logo vem mais gente cobrando em cima de mim por ai e eu quero estar bem tranqüilo, calmo, com essa mesma paz que tenho tido, afinal, só eu sei depois a do da azia...


sexta-feira, 28 de abril de 2017

A "Reforma Trabalhista" e suas implicações: Estamos todos no mesmo bote furado..


No último dia 17, o Brasil completou o aniversário de um ano da queda de sua presidente eleita democraticamente através do processo de impeachment deflagrado por Eduardo Cunha, para se vingar do PT pelo mesmo não ter dado os votos necessários para salvar a pele de Cunha, então Presidente da Câmara no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, isso segundo a fala do atual presidente, Michel Temer.
Primeiramente, fora Temer, mas, não é exatamente sobre o “impitimá”, mas sim sobre mais um presente que nós, trabalhadores, pequenos e médios empresários, profissionais liberais, pobres e classe média, recebemos para comemorar um ano desse evento nebuloso da nossa história.
Ontem, dia 27 de abril de 2017, vimos a “reforma” trabalhista ser aprovada na Câmara dos Deputados, “reforma” esta que implicará em mudanças importantes na CLT, Consolidação das Leis Trabalhistas, sobre o pretexto da mesma ser antiquada e dificultar a geração de empregos no país.
Alguns pontos  da lei são polêmicos, como regulamentação do trabalho intermitente, ou seja, o contrato onde a prestação do serviço com subordinação não é continua, como um garçom que trabalha aos fins de semana, através dessa mudança, poderia (digo poderia pois tenho dúvida se o empregador realmente o registraria) ter sua carteira de trabalho registrada, porém, os empregadores podem usar essa alteração para formalizar os chamados “bicos”, contratando trabalhadores para períodos apenas de maior fluxo, como nos bancos onde os dias de pagamento são mais movimentados, dispensando os trabalhadores fixos, e contratando apenas para aqueles dias específicos.
Outro ponto é em relação ao “Teletrabalho”, ou “Home Office” como também é conhecido, que é o serviço prestado pelo trabalhador fora das dependências da empresa. O problema é que fora de suas dependências, a empresa teria facilidade em dispor da mão de obra sem os limites da jornada de trabalho, sem os custos fixos com a estrutura para o posto de trabalho, e ainda trariam para o trabalhador a responsabilidade das possíveis ocorrências de acidentes ou doenças de trabalho.
Elimina a responsabilidade de uma empresa maior, controladora de outra menor, com os encargos e multas originados em decorrência de irregularidades ocorridas na empresa controlada, mesmo que ambas sejam parte de um mesmo grupo empresarial. Por exemplo, se uma empresa menor dentro de um grande conglomerado industrial manter trabalhadores análogos a escravidão, e for condenada pela justiça, a grande companhia controladora é desobrigada a arcar com as indenizações.   
Reduz as multas para quem manter empregado sem contrato formal de trabalho.
O tempo que o trabalhador perde, se deslocando até a empresa em locais de difícil acesso ou não servido por transporte público, deixa de ser considerado como hora trabalhada.
O que for acordado entre o empregador e o empregado passa a valer acima do que estabelecido em lei, fato esse que pode causar prejuízos ao trabalhador, principalmente em períodos de grande desemprego, pois não estará em condição de igualdade para negociar com o empregador.
Os custos do processo de entrada na Justiça Trabalhista passam a ser arcado pelo trabalhador que entrar na justiça e perder a causa e não mais pelo poder público, o que irá desincentivar a busca por parte dos mais pobres a Justiça do Trabalho, entre outras centenas de artigos alterados ou excluídos.
Temer inspirou sua reforma trabalhista no exemplo Espanhol, que em 2012 aprovou sobre circunstâncias semelhantes as vividas pelo Brasil atual, mudanças na legislação trabalhista que enfrentaram forte resistência da classe trabalhadora, mas que foram aprovadas e aplaudidas na época por órgãos como o Fundo Monetário Internacional, o FMI.
Na Espanha, a facilitação da demissão fez com que o desemprego aumentasse vertiginosamente no curto prazo, pois os empregadores aproveitaram o gatilho para demitir os funcionários com salários melhores, para recontratá-los posteriormente com salários menores e condições de trabalho piores. Com a redução do custo da mão de obra, a Espanha realmente criou mais empregos, de maneira que a quantidade de pessoal empregado saltou de 18,2 milhões em 2012 para 18,5 milhões em 2016, ou seja, 300 mil empregos a mais, representando um aumento de apenas 1,6% no total de pessoas empregadas, após a reforma, um percentual muito baixo de aumento.
Em relação aos salário médio dos trabalhadores, entre 2011 a 2015, houve uma queda média de 800 euros por ano, ou seja, convertendo para reais, o trabalhador em 2015 ganhava R$2700,00 a menos por ano do que em 2011, isso sem contar a inflação do período que já por si só reduz o poder de compra do salário.
Para tentar evitar essa reforma, movimentos sociais, centrais sindicais e trabalhadores realizam hoje, dia 28/04 uma greve geral pelo Brasil em protesto as mudanças na legislação trabalhista brasileira, tentando assim garantir que o trabalhador não pague a conta pela crise econômica que a turbulência política criou.
Vale lembrar que a mudança na lei não é garantia plena de aumento do emprego, que nos oito anos do governos Lula, e no primeiro mandato de Dilma, bem ou mal, foram criados mais de 20 milhões de empregos, mesmo com a legislação antiga. O que gera emprego é crescimento econômico!
Com a precarização do trabalho e redução dos custos com mão de obra certamente haverá aumento do número de empregos, mas o mercado interno irá encolher com a capacidade de compra menor, o que prejudicará pequenos e médios empresários, além de profissionais liberais que dependem do mercado interno para ganhar seu pão. Do que adianta para um pequeno comerciante gastar menos com funcionário se o dinheiro em circulação reduzir? Ele vai sofrer as consequências disso também, pois vai vender menos.
Assim todos da parte debaixo da pirâmide perdem perder com a reforma trabalhista e por isso todos deveríamos lutar para que isso não ocorra.
O sindicato dos servidores públicos municipal deveria ter organizado um ato contrário a reforma, os servidores públicos que sofrerão os danos da PEC do congelamento do orçamento, reforma da previdência, terceirização e reforma trabalhista deveriam sim aderir e lutar contra a perda de direitos. Os pequenos empresários que serão prejudicados a médio e longo prazo deveriam fechar suas portas e se juntar ao movimento. 
Não é um movimento do PT ou da esquerda, afinal Lula e Dilma não irão se prejudicar em nada com essas reformas aprovadas, eles estão bem mais remediados que nós, trabalhadores, agora, eu e você é que vamos sofrer as consequências dessas mudanças.
Estamos pagando a conta e continuamos passivos ao que ocorre.
Somos estuprados, vemos a penetração, não gostamos, mas permitimos!
Até quando você vai levando porrada, até quando vai ficar sem fazer nada???

Silvio Coutinho

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Mais uma Terceirização em Castilho


         Foi noticiado esta semana que a Prefeitura Municipal de Castilho enviou à Câmara do município projeto que cria uma nova tarifa chamada Cosip (Contribuição para Custeio de Iluminação Pública).
         A justificativa é a publicação de uma Resolução de 2010 da Aneel (Agencia Nacional de Energia Elétrica) determinando que, a partir de 2014, as Prefeituras Municipais é que devem ser as responsáveis pela iluminação pública da cidades. A referida Resolução é normativa do artigo 149 da Constituição de 1988 e que trata da possibilidade de criação de tarifa para custeio da iluminação pública. Entretanto, o referido artigo da Constituição não diz que as Prefeituras são obrigadas a criar uma taxa, só diz que poderão criar esta taxa se assim quiser.
         Após recursos judiciais a Prefeitura de Castilho conseguiu o adiamento em herdar a responsabilidade pela iluminação da cidade, entretanto, este recurso foi invalidado e não há mais a quem recorrer.
        Com isso a Prefeitura passou a ser obrigada pelos serviços que eram da Elektro, uma empresa que age como uma parasita do Estado e que cada vez mais reduz seus serviços à simples cobrança de energia elétrica da população.    

Meio milhão de reais para o Consórcio?
        Sendo assim, haviam três possibilidades para a Prefeitura: criar um departamento próprio para este de serviço, terceirizar a uma empresa privada ou entrar em um consorcio de empresa terceirizada.
       Optou-se pela última alternativa, um Consórcio feito com uma empresa privada que atenderá vários municípios da região. Entretanto, é bom deixar claro, foi uma opção e não obrigação.
          Entre as justificativas para esta opção estão a questão da infra estrutura, da qual a Prefeitura não teria, e a da eficiência. Assim, Castilho participara de um Consórcio de uma empresa que não se sabe onde fica sua sede e que terá a responsabilidade de atender ao mesmo tempo vários municípios da região. Difícil é esperar eficiência de uma empresa que nem tem sede em Castilho.
          Optou-se também pela criação da taxa Cosip, (sim, optou, pois não era obrigatório).  
          Caso seja aprovado o Projeto, serão cobrados R$ 8,90 por residencia todos os meses. Cobrança esta que virá junto à tarifa de energia elétrica, conforme o projeto divulgado pela Assessoria de Imprensa da Prefeitura.


          Assim, considerando dados do IBGE que indicam que a cidade possui por volta de 5.000 domicílios. Somando o valor desta tarifa pelo numero de domicílios, a Prefeitura arrecadaria algo em torno de 44.000 reais mensais.
          Multiplicando esse valor por 12 meses, teríamos por volta de 530.000 reais, ou seja, meio milhão de reais arrecadados por ano
          A pergunta é: Quanto vai custar este Consórcio? Vamos pagar meio MILHÃO de reais pelo simples serviço de trocas de lâmpadas?
          Sim, o simples serviço de troca de lâmpadas, conforme revela a Aneel:
"Amparada pela determinação constitucional, a Resolução Normativa ANEEL nº 414, de 9 de setembro de 2010, no art. 218, determinou que as distribuidoras deveriam transferir os ativos de iluminação pública (luminárias, lâmpadas, relés e reatores) às prefeituras." (fonte: http://www.aneel.gov.br/como-resolver/-/asset_publisher/3SAW3SarixVj/content/iluminacao-publica/655804?inheritRedirect=false ).

          Portanto, entra a questão:  havia mesmo a necessidade de terceirizar este tipo de serviço?
         Já conhecemos muito bem como agem as empresas privadas que prestam serviços públicos. A Águas de Castilho está aí para mostrar a falsa eficiência que divulgam e os abusos de preços nas cobranças das tarifas. Nisto reside o maior temor da população, termos uma nova Águas de Castilho a nos explorar. Uma nova tarifa já vai ser criada para garantir os lucros deste consórcio.


Dóri Edson Lopes
          
       


quarta-feira, 22 de março de 2017

Não é grátis, é pago por nos!

O brasileiro aprendeu a não valorizar tudo que é grátis. Este pensamento pode parecer normal para quem vive em uma sociedade captalista, mas o que é doado pelo Governo, NÃO É GRÁTIS, é pago por nós, contribuintes. A cultura reinante e reforçada nos últimos anos no Brasil,  é a de que o governo-o Estado deve prover tudo, mas ao mesmo tempo, quando recebe sem pagamento, o brasileiro sente-se desobrigado

    Atualmente é tudo para todos. Igualamos no uniforme, na distribuição gratuita e no distanciamento dos pais da escola. Mas se o brasileiro só entende a linguagem do “bolso” e o pai, principalmente ele, se sente participativo e responsável somente quando tem a responsabilidade de prover, a escola ao doar uniforme, comida, material e tudo o mais, não estaria dizendo ao pai: deixa aqui, nós cuidamos de tudo?👀

Qual a importância de se ter ou usar uniforme no momento em que se prega o respeito à diversidade, a necessidade de responsabilização dos pais pela educação de seus filhos e, principalmente, o compromisso do professor com a diversidade cultural e as limitações de cada aluno?
  Nos  Estados Unidos por exemplo, percebemos a diferença entre o sistema escolar americano e o brasileiro. Uma das diferenças mais perceptíveis é a participação dos pais na escola. Lá, a indisciplina dos filhos é responsabilidade dos pais. A segurança física e emocional e a qualidade do ensino é responsabilidade da   escola. A maioria das escolas não adota uniforme e o ensino é individualizado.
Evidentemente se o aluno é tratado como indivíduo e único, a sociedade é meritocrática, a uniformização inexiste. Por outro lado, é preciso pensar: qual a real função do  uniforme escolar na escola brasileira do século XXI?
   Entretanto, a principal pergunta é mesmo saber, efetivamente, até que ponto as peças do vestuário, usadas para igualar as crianças perante o professor, contribuem para a uniformidade, o respeito às diferenças individuais ou atrapalha a aprendizagem do aluno e, porque não, do professor?
É meus caros colegas teremos que regredir?👀
Para saber o caminho do progresso?

sábado, 11 de março de 2017

Aos professores, com carinho: Parabéns pela sua vitória

Fiquei muito feliz ao ser marcado na postagem da minha grande amiga, Lilian Nascimento, presidente do Fundo Social de Solidariedade, explicando que após a reunião com os representantes dos professores da rede pública municipal, onde os mesmos, em sua maioria, expuseram que não eram contra a utilização do material apostilado, mas que não consideravam esse o momento ideal para a aplicação do mesmo, pois existiam outras áreas mais importantes que deveriam receber investimento, a prefeita, Fátima Nascimento, decidiu por não mais adquirir o material apostilado nesse ano e aplicar o dinheiro que seria gasto com o mesmo, para a instalação do tão sonhado ar condicionado nas salas de aula, para garantir maior conforto aos alunos e garantir assim uma melhor qualidade no ensino público municipal, como defendi no texto “Sauna de aula” e educação de qualidade(http://osopositores.blogspot.com.br/2017/02/sauna-de-aula-e-educacao-de-qualidade.html).
Como sempre disse, não sou do tipo que se opõe a tudo, que faz a critica pela critica, e que aplaudiria caso a administração atual acertasse, e neste caso em questão a prefeita acertou.
Como ouvi certa vez, o governo que ouve mais, erra menos, então, nesse caso, ao ouvir a vontade dos professores em relação a não aquisição do material apostilado por hora e a instalação de ar condicionado nas salas de aula, a prefeita deixou de cometer um equivoco.
Isso deve ser sim parabenizado, pois, na ultima gestão, também houve a intenção por parte da administração da utilização de material apostilado, e, após demonstração do material de diversas editoras, analise, debate, os professores escolheram não utilizar tais materiais, e foram prontamente atendidos pela gestão passada. Agora, na atual, além de não gastar com o que por agora seria supérfluo e investir em algo que realmente traga beneficio aos alunos, estando aberta a primeiro fazer o alicerce, as paredes, o telhado, para depois fazer o acabamento.

Não da pra pensar em apostila para a educação infantil quando se tem uma creche sem estrutura para atender os alunos, funcionando no prédio improvisado do antigo Paulo Sérgio. Não da pra defender que a apostila seja mais útil que uma quadra coberta na escola da São Luiz, para os alunos realizarem suas aulas de educação física. Não tem como pensar que o apostilado faria mais pelo ensino que espaços para oficinas de música, artes, esportes, danças, etc. Antes do material, que se diminua o numero de alunos por classe, para que o professor possa trabalhar melhor o conteúdo em sua sala e assim o aluno com dificuldade possa ser melhor assistido.Trabalhar na formação do professor, investir em cursos com profissionais renomados, em universidades bem conceituadas, incentivando o professor a sempre buscar atualização e reciclagem. Tudo isso vem em primeiro lugar!
Utilizar essa verba oriunda do Recurso Salário Educação, referente ao montante recebido no ano ainda no ano passado, para a climatização da sala de aula, em detrimento ao apostilado é o primeiro de muitos passos necessários a melhoria efetiva da qualidade da nossa educação e  que isto não fique só nas promessas, que seja posto em pratica.
Que esse seja então o primeiro passo de uma longa e prazerosa caminhada na busca de uma educação que nos encha o peito de orgulho com um sentimento de vitória.

Silvinho Coutinho

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

"Sauna de aula" e educação de qualidade

Galera, mais como ta calor, ein? Parece que estamos fazendo estágio para o inferno...
Crendeuspai, ta amarrado, eu não vou pra lá, não, vou pro céu, sou um cidadão de bem que está contribuindo com sua parte para o nosso belo quadro social, quero saber desse lance de pisar em braseiro, não!
Chego em casa já corro e ligo o ar condicionado, com o coração na mão em saber que minha mãezinha vai ter que pagar a conta de luz, mas, fazer o que, ninguém vê as alegrias que eu como filho dou a ela.  Agora, sem ironia, verdade seja dita, eu também ajudo bastante aqui!
Esse papo todo de calor do inferno e ar condicionado, me fez lembrar uma discussão recorrente, que tal qual o vírus da dengue, todo santo verão, somos obrigados a debater sobre a questão do ar condicionado em sala de aula. Uns vêem como luxo, frescura, outros, como um artigo necessário para garantir uma melhor eficiência na disseminação do conhecimento, e ai o clima esquenta.
Vivemos em uma região com um clima extremamente quente, onde os termômetros não raramente ultrapassam os 30 graus Celsius. Em ambientes quentes como o nosso, o corpo humano trabalha para garantir a manutenção da temperatura corporal a níveis benéficos para que o mesmo seja capaz de realizar as reações necessárias ao bom funcionamento fisiológico. Ocorre a aceleração dos batimentos cardíacos para que sangue flua mais rápido no sistema circulatório, através da vaso dilatação, migrando dos órgãos internos para a pele,  gerando aumento do consumo de oxigênio, causando aumento da frequência respiratória, aumento da produção de suor, pelas glândulas sudoríparas, entre outras coisas necessárias para garantir a homeostasia corporal, ou seja, o processo de regulação corporal que mantém constante seu equilíbrio.
http://www.cidadenovafm.com/noticias/brasil/80925
O fato é que toda essa atividade gera aumento da agitação, incomodo, menor capacidade de atenção, cansaço, stress, entre outras coisas. Junte toda essa ebulição de sensações negativas em uma sala de aula lotada de criança com os hormônios começando a aflorar, cheias de energia pra gastar. Essa equação resulta em ambiente ruim, e um professor menos produtivo, com menor animo, mais propenso ao absenteísmo (falta no trabalho), oferecendo um serviço não tão bom quanto poderia.
Temos que ter em mente que o professor é um trabalhador, humano, com suas limitações humanas, que precisa ser motivado para realizar bem um trabalho.
Segundo Frederick Herzberg, em seu livro “A motivação para trabalhar”, existem dois fatores chaves para garantir uma maior eficiência produtiva no trabalhador, seja ele de qualquer setor, os Fatores Motivacionais e os Fatores Higiênicos.
Para Herzberg, fatores motivacionais são aqueles ligados ao próprio trabalho em si, a atividade e a satisfação em realizar tal atividade. Um professor que trabalha duro para alfabetizar um aluno e vê o mesmo no fim do ano conseguindo ler, é altamente gratificante e pode ser usado como um exemplo de fator motivacional.
Já os Fatores Higiênicos são definidos como os quais não geram motivação, mas os quais sua ausência gera desmotivação. Temos como exemplo de fatores de higiênicos, baixo salário, ambiente sujo, dificuldade de acesso, entre outros, como um ambiente muito quente ou muito frio. Professor  nenhum vai chegar em uma sala e dizer “Nossa, essa sala com ar condicionado me faz ter vontade de enfrentar uma sala com 40 alunos”, mas os mesmos 40 alunos em uma “sauna de aula” vai fazê-lo desempenhar sua função com menos eficiência do que em uma sala climatizada, pois ele estará menos incomodado com o ambiente e seus alunos também se sentirão melhores naquele espaço, ganhando mais tempo e eficiência na disseminação do saber.
Assim, eu sou um defensor veemente da boa climatização das salas de aulas e demais salas do serviço público (deixa eu puxar sardinha pro meu lado, porque minha sala também é quente, viu?!), não somente com ar condicionado, mas com o plantio de arvores nas dependências das escolas e seus arredores, proporcionando sombra, amenizando assim também a temperatura excessiva.
Sei que não seriam poucos os recursos necessários para climatizar todas as classes do município, sei também que a atual gestão tem menos de 60 dias de trabalho e sei muito bem que o vereador Waguinho devolveu a gestão anterior mais de quinhentos e quarenta mil reais e “sugeriu” que o dinheiro fosse usado para a compra de ar condicionados, mas não foi atendido. Inclusive, critiquei bastante quando ocorreu o fato acima citado, e propus em alguns comentários na época que os vereadores estudassem a possibilidade de criar uma lei que definisse e regulasse onde o dinheiro devolvido pela câmara deveria ser aplicado, mas, não sei se houve a analise de tal possibilidade que creio eu seria benéfica ao município.
O fato é que cabe agora a atual administração obter meios para conseguir atender essa demanda que não é um gasto, mas sim um investimento nos alunos e profissionais da educação, que certamente trará resultados positivos no futuro.
Inclusive, a atual secretaria da educação foi uma das que lutaram para que fosse implantado ar condicionado nas salas de aula, ou “saunas de aula” como a mesma se referiu em uma publicação no passado, o que nos da mais esperança que a atual gestão possa atender vir a atender essa demanda social.
No site do Portal de compras do FNDE, (http://www.fnde.gov.br/portaldecompras/index.php/produtos/ar-condicionado)  há uma ferramenta que permite que se compre entre outros itens, ar condicionados, através de um único processo de compra, ganhando assim, através da maior escala, em preço e padronização dos produtos adquiridos.
Mesmo assim, é claro que  custo, como disse anteriormente, será elevado, mesmo utilizando meios para barateá-lo, mas, por que não pensar em formas de “dividir” esse custo com toda a sociedade interessada, como pais, professores, diretores, funcionários e empresas?
Por que ao invés da festa do pescador ser de graça, mobilizar a sociedade através da escola, pra conscientizar a população da real necessidade de tal artigo, cobrar um preço justo e utilizar o dinheiro dos ingressos e do percentual das vendas e dos alugueis das barracas para custear parte do custo? Da mesma forma podem-se fazer arraiais, festas do milho, ou qualquer outra festa popular, visando arrecadar recursos para tal ação? Claro que isso deve ser feito de forma transparente, com comissão formada não somente por cargos próximos a administração, mas por partes interessadas da sociedade, com prestação de conta, com toda a clareza para criar confiabilidade.
É claro que isso é só uma sugestão, deve ter muito mais gente capaz que eu auxiliando a gestão, que podem encontrar soluções talvez até mais eficientes, mas, não custa opinar.
Espero que algo seja feito, pois a causa é nobre, educação e saúde são os maiores fatores de geração de riqueza das cidades, estados e nações. Quem melhora a qualidade da estrutura educacional, melhora a forma como a educação é desenvolvida. 
Enquanto escrevia esse texto, o Gilson Souza falou em seu vídeo ao vivo que administração pretende colocar no orçamento do ano que vem a instalação de ar condicionado nas salas de aula do município. Que assim seja!
Bem, mas já escrevi demais, agora, deixe me aproveitar meu ar condicionado que ta muito bom aqui e se não fosse ele, talvez eu nem estaria aqui no quarto escrevendo esse texto nesse dia tão quente!

Silvinho Coutinho

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Nota de agradecimento a atual gestão

Boa tarde, pessoal, olha eu aqui “traveis”!
Acharam que iam se livrar de mim? Jamais!
É com muita alegria que venho aqui, compartilhar com vocês uma noticia muito boa.
Meu ultimo texto, “Raio-X do carnaval 2017 – Ter ou não ter, eis a questão (http://osopositores.blogspot.com.br/2017/01/raio-x-do-carnaval-2017-ter-ou-nao-ter.html)
onde escrevi sobre a polêmica discussão entre a realização ou não do carnaval de Castilho, ultrapassou os 1000 acessos, fato este que me traz muita alegria, pois, é gratificante para mim saber que tanta gente tirou um tempinho para ler algo que eu escrevi.

Outra coisa que me deixou muito alegre foi ouvir de uma grande amiga minha, que sente um orgulho enorme de mim, por eu gastar meu tempo para escrever, sem ganhar nada em troca, correndo riscos de ser prejudicado. Não contei pra ela na hora, mas eu quase chorei com as palavras dela, e que são coisas assim que me motivam a continuar a escrever.
E ai, quando pensava que não tinha como melhorar, recebo a noticia de que seria transferido para a EMEIEF Maria Aparecida Buzachero Bandeira, popularmente conhecida como escola da São Luiz, localizada na zona rural do município. Confesso que não foi surpresa, pois há dias meu nome e a minha transferência circulava nos grupos de whatsapp, e em outras redes sociais, então, não me espantei.
Mas confesso que o que veio a seguir, foi uma surpresa, e serviu pra mostrar como coisas aparentemente ruins, às vezes se tornam em sensações boas..
Quem me deu a noticia foi a diretora da Unidade, Aurora Sebastiana Adono, que chegou com uma cara de velório, dizendo que tinha uma noticia, triste por sinal, e me contou aos prantos que eu seria transferido. Me surpreendi, confesso, não achei que ela ficaria assim, afinal, toda relação de chefe e subordinado tem seus desgastes com o tempo.
Depois, olhar pros funcionários e ouvir “não chora, não”, “se você chorar, eu vou chorar também”, “você trata de vir aqui visitar a gente, viu” e “você vai continuar a participar das nossas confraternizações”, entre outras.. Me senti querido, sabe?!
Depois, no meu whatsapp, ver professoras, amigas de verdade, com um misto de raiva e tristeza, mandando mensagens de apoio, perguntando se não tinha outro jeito, dizendo que eu faria falta, quase chorei..
E por fim, receber no facebook a mensagem de pessoas que trabalham no meu novo local de trabalho, falando super bem de lá, e dizendo que estavam torcendo pra dar certo pra eu ir pra lá, mesmo ficando mais difícil pra eu chegar ao trabalho, pois sabem como sou e que vão amar trabalhar comigo... Tudo isso é tão bom, um sentimento de carinho desse jeito é algo que deixa a gente assim, meio emotivo..
E por fim, saber que você, você sabe quem, ficou feliz, sorriu, e expressou sua alegria no local público, citando até meu nome, pra quem quisesse ouvir, sobre como minha transferência era tão importante pra você, me deixa muito feliz, sabe?
O meu maior medo na vida era ser alguém sem importância, sem significado, alguém sem representação, alguém do qual as pessoas não fariam questão. Trazer alegria e um sorriso no seu rosto foi de longe à melhor noticia do meu dia, mesmo que pra mim tenha causado certa dificuldade. Se soubesse que te faria tão feliz, eu mesmo tinha me disponibilizado a ir pra lá, pois me da um prazer enorme dar prazer aos outros..

Pensando bem, até que não vai ser tão ruim ir pra lá, pois, primeiro, quem me conhece sabe que eu tenho uma insônia do mal, então, acordar cedo pra ir 05:30 da manhã pra lá, eu tiro de letra, pouco depois das 16:00 horas estarei em casa, conhecerei pessoas novas e legais, pelo que ouvi dizer, e manterei o contato com as antigas amizades de trabalho, trabalharei em um lugar que todo mundo fala bem, não posso reclamar. Eu sempre me adapto fácil!
Agradeço aqui a atual Administração, de coração, sem pesar, por este presente, afinal, são de novos desafios que se vive a vida e as vezes são essas mudanças que determinam nosso sucesso futuro!

E por fim, encerro sabendo que um dia, uma estrela vai brilhar no meu caminho!

Silvinho Coutinho

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Raio-X do Carnaval 2017 - Ter ou não ter, eis a questão...

Há certas coisas, as quais acreditava que iria morrer e não veria acontecer, mas, em Castilho City, o lugar onde tudo pode acontecer, fica difícil dissertar sobre a existência do impossível ou até mesmo do improvável.
Ontem, dia 17 de janeiro de 2017, vi com esses olhos que, infelizmente, a terra há de comer um dia, dia este que espero que demore pelo menos uns 200 anos pra chegar, a população Castilhense, festeira por natureza, aplaudir de pé, em sua maioria, a decisão da prefeita castilhense, Fátima Nascimento, de cancelar o carnaval e reverter o dinheiro para a aquisição de um aparelho de Raios-X para o Centro Integrado de Saúde.
Fiquei bobo, confesso, pois, eu, cidadão com certa aversão a festas bancadas com dinheiro público, aplaudir tal ato, seria algo esperado, agora, ver jovens e adultos, amantes do agito, que até então execravam o ex-prefeito por não fazer mais festas em Castilho, agora vibrarem com o anuncio de que a prefeita priorizou a saúde em detrimento ao lazer, foi uma surpresa, boa, confesso.
Tal fato, contudo, me fez lembrar de uma conversa com uma amiga, um dia após a eleição, quando disse que para o Paulo Boaventura, talvez fosse melhor ter perdido a eleição, pois certamente ele teria dificuldades administrativas que exigiriam atitudes difíceis, e o povo não teria paciência pra compreender e aceitar isso, pois seu governo já estava associado ao ex-prefeito, e por este motivo, qualquer ato impopular seria uma bomba pronta a explodir. Já a atual prefeita goza de prestígio com uma parte da população, conta o amor incondicional de outra parcela, e por estar fora da administração pública há vinte anos, faria com que algo proposto por sua administração tivesse menor resistência por parte da população. Foi dito e feito!
Foto: http://www.hojemais.com.br/andradina/noticia/geral/multidao-prestigia-segunda-noite-do-carnaverao-de-castilho

Fátima Nascimento, através do seu capital político já consolidado, somado as suas primeiras ações de acolhimento, sua disposição em receber, ouvir e resolver todos as queixas dos cidadãos que a procuram, aparecendo nos setores e participando dos eventos públicos, tudo perfeitamente registrado e publicado, somado a ações que foram bem vistas, como a transformação dos departamentos, principalmente de educação e saúde, em secretarias, conseguiu angariar o apoio de quem até não foi seu eleitor. Pode se dizer que ela praticamente virou uma quase unanimidade.
Ate mesmo a APACA, Associação de Proteção dos Animais de Castilho, que sempre se pronuncia contra praticas que possam utilizar e maltratar animais, e outros defensores dos bichos, sequer se pronunciaram sobre o fato da realização de um rodeio no aniversário da cidade. Isso demonstra o tamanho da aprovação que a atual gestora tem, aprovação essa que permite que a mesma tome atitudes que até então trariam insatisfação popular.
Não acredito que, se o Paulo Boaventura fosse eleito, e tomasse a mesma medida, mesmo que este não tenha prometido realizar o carnaval durante a campanha, salvo engano, a imprensa e a sociedade Castilhense seriam tão compreensivas quanto foram com a atual gestora municipal.
Mas a verdade tem que ser dita, se a prefeita tivesse optado pela não realização do carnaval somente para economizar o dinheiro, já seria uma boa noticia, pois não é momento para esbanjar recursos, agora, se vai utilizar os recursos para compra do aparelho de Raios-X, melhor ainda, pois utilizou o recurso em algo útil e durável, que trará benefícios para a população. Muitos podem dizer que essa compra já estava prevista, e ela só usou como desculpa para justificar a não realização do carnaval. Se realmente foi isso mesmo, ponto pra quem pensou nessa jogada de marketing, pois foi perfeita, alias, como vem sendo todas as ações da atual gestão no que diz respeito a marketing politico (isso foi um elogio, tá pessoal?)...
Porem vale ressaltar o outro ponto anunciado, que foi a realização de dez dias gratuitos de Festa do Pescador em agosto, no aniversário de Castilho. Não existe almoço grátis em administração pública, se não houver cobrança de ingresso, o custo terá que ser arcado por alguém, e, se esse alguém for a prefeitura municipal, nós todos, indo ou não na festa pagaremos por ele. Em um momento econômico delicado como o nosso, não creio ser viável utilizar muito recurso público para a realização de uma festa desse porte, pois, o dinheiro tem sido cada vez mais escasso, e mesmo que a atual gestão seja competente em economizar, há outros lugares onde o dinheiro seria mais bem empregado.
Agora, se houver outras formas de financiamento, como patrocinadores interessados em expor ou vender produtos, empresários da cidade e região, com transparência, seria algo muito benéfico para o município, pois traria o lazer que tanto nos falta, sem comprometer as finanças públicas
Vamos aguardar pra ver o que o futuro nos espera!

Silvinho