“De tanto ver
triunfar as nulidades, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos
maus, o homem chega a ter vergonha de ser honesto.”
(Rui Barbosa)
Fim das eleições municipais de 2012. Em São
Paulo deu Haddad (só pra constar: o Lula conseguiu mais uma!).
Há umas duas semanas vi em sequência as
propagandas dos dois prefeitáveis em segundo turno. Haddad acusava Serra de
nunca completar os mandatos na prefeitura de São Paulo, sempre deixando a
cidade na mão quando aparecia a oportunidade de pular para o cargo máximo do
executivo estadual. Mostrou ainda um documento assinado e registrado em
cartório onde o tucano prometia que não deixaria a prefeitura para concorrer ao
governo do estado. Pegadinha do Malandro!!!
Serra, por sua vez, mostrou Haddad na ilustre
companhia de José Dirceu e do astuto e invariavelmente sem-vergonha Maluf. Bom,
acredito que essa dupla dispense apresentações mais detalhadas. Conhecem o
verbo malufar?!
Coitado do povo paulistano! A polarização
pela prefeitura mais importante do Brasil o deixou desnorteado, feito cego em
tiroteio.
Bem, mas aqui, assim como lá, ficamos um
tanto quanto confusos e desnorteados também. Ou será que sua escolha para
prefeito foi fácil? Pra mim não.
Aliás, como tem sido difícil surgir gente
nova, de pensamento novo, sem os vícios nefastos perpetuados em anos de
corrupção e coronelismo (em 2014 tamo
junto, Marina Silva!). Como tem sido utópico pensar que as coisas podem
melhorar e que surgirá uma juventude diferenciada e comprometida com a
probidade e a ética na coisa pública. Passa-se o tempo, os mandatos, as
cadeiras, e o que temos de quatro em quatro anos é sempre mais do mesmo. Sobram
apenas os velhos costumes, enraizados e sempre bem regados e adubados.
Talvez por isso o crescente número de
abstenções nas eleições deste ano. Vejo que esse é um repúdio a toda sujeira, a
toda bandidagem, a todo mau-caratismo que em nossos dias tem feito escola,
sendo muitas vezes alçado a condição de verdade, afinal, de que adianta ser
íntegro e minguar. As coisas são assim mesmo, dizem os realistas. O eleitor,
como um consumidor passivo diz: dos produtos disponíveis, nenhum me agrada! Vou
esperar até que surja um do meu gosto.
Entretanto, esse parece ser um caminho um
tanto equivocado. Se você enxerga a falha, conhece outros que, como você,
também enxergam, não seria mais interessante assumir uma posição ativa,
formando uma aliança política e lançando uma novidade?
Essa é minha visão. Se não gosta do que vê,
não acha opções que valham a pena, crie alternativas, ajude a formar coisa
melhor. Seja ativo, seja a mudança que ansiosamente espera.
...se ficar o bicho come!
Márcio
Antoniasi
Eu vejo que essa crescente fatia do "mercado" que tem escolhido se abster ou anular seu voto, pode sim ser uma esperança de que um candidato novo, com novas ideias, sem esse cheiro de coisa embolorada, com um bom plano de governo, pode vir a ser eleito. O que ocorre é que as vezes para entrar os "novos" candidatos querem assemelhar-se com os o velhos conhecidos, ficando difícil competir com os políticos profissionais... Silvinho
ResponderExcluirBom, enquanto não vem as novidades, as novas propostas, os novos pensamentos e pq não os novos desejos. Desejos esses de mudança, por nós e por quem pode mudar, eu, continuo aqui tentando escolher o menos pior, pq melhor não temos faz tempo, e isso em termo geral.Há 12 anos, aprendi de verdade o que é política e o que é ser político. Confesso que fiquei com nojo e me sentindo de mãos atadas, pois, sei que, no momento, não era eu, nem você ( cidadão) as pessoas que iriam mudar toda essa merda que vemos há anos.Mais, acredito de verdade que nessa era de armas misturadas com frutas e cachorras, as pessoas, um dia irão acordar, e se sentirem capazes e com direito de mudar,de querer o melhor,e nunca mais escolher o menos pior, e se eu tiver aqui, estarei lá pra lutar e ganhar, não apenas tentar, mais resistir e mudar
ResponderExcluirLer PARLA, novamente! RS...Ótimo Texto e o "Marina Silva, tamo junto", serve pra mim também!
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