Escrever este texto é parte ─ urgente e incontornável, da luta contra um extermínio: um extermínio continuado. Começou com a chegada dos europeus; continua pela ação dos fazendeiros. Dizer tudo com clareza é uma forma de pensar e de lutar. Tomar partido pela vida; contra a morte e a bandidagem dos donos de terra, fazendeiros.
Os assassinatos de índios
engrossaram uma lista já grande durante os dez anos dos governos do PT. Governo
do PT, nacionalmente. No Mato Grosso do Sul, um governo
dos antigos coronéis da terra em renovação como novos coronéis da
industrialização. Mas sempre o mandonismo velho e mortífero para os índios.
Os Guarani-Kaiowa do sul do Estado de Mato Grosso do
Sul passam fome e sofrem todo tipo de necessidades em razão do cerco dos
brancos e ricos proprietários de fazendas.
Vivem acampados próximos à tekoha (lugar onde se é) Yvy Katu, nos
municípios de Japorã e Iguatemí (MS). Tudo falta na vida deles.
Homens, mulheres e crianças sofrem. O descaso dos governos municipal, estadual
e federal não é o pior. A violência armada dos latifundiários é inaceitável
quando se adota qualquer critério civilizatório.
Nós do interior do Estado de São Paulo, nós fronteiriços ao Mato Grosso do Sul,
temos dilacerado o nosso ser como é retalhada cruelmente a carne do indígena. A
dor ecoa.
Para ser mais claro, se isto ainda é possível: fim do extermínio, já!
Antonio
Rodrigues Belon
Nenhum comentário:
Postar um comentário