segunda-feira, 4 de novembro de 2013

SOBRE UM EXTERMÍNIO CONTINUADO


Escrever este texto é parte ─ urgente e incontornável, da luta contra um extermínio: um extermínio continuado. Começou com a chegada dos europeus; continua pela ação dos fazendeiros. Dizer tudo com clareza é uma forma de pensar e de lutar. Tomar partido pela vida; contra a morte e a bandidagem dos donos de terra, fazendeiros.
Os assassinatos de índios engrossaram uma lista já grande durante os dez anos dos governos do PT. Governo do PT, nacionalmente. No Mato Grosso do Sul, um governo dos antigos coronéis da terra em renovação como novos coronéis da industrialização. Mas sempre o mandonismo velho e mortífero para os índios.
            Os Guarani-Kaiowa do sul do Estado de Mato Grosso do Sul passam fome e sofrem todo tipo de necessidades em razão do cerco dos brancos e ricos proprietários de fazendas.
            Vivem acampados próximos à tekoha (lugar onde se é) Yvy Katu, nos municípios de Japorã e Iguatemí (MS). Tudo falta na vida deles.
            Homens, mulheres e crianças sofrem. O descaso dos governos municipal, estadual e federal não é o pior. A violência armada dos latifundiários é inaceitável quando se adota qualquer critério civilizatório.
            Nós do interior do Estado de São Paulo, nós fronteiriços ao Mato Grosso do Sul, temos dilacerado o nosso ser como é retalhada cruelmente a carne do indígena. A dor ecoa.
            Para ser mais claro, se isto ainda é possível: fim do extermínio, já!


Antonio Rodrigues Belon



                                                                                                                       

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