Um homem que após a compra de um carro desfila
sozinho pelas ruas de uma cidade dirigindo sua nova aquisição. Nas ruas,
somente mulheres magras, altas e lindas. E claro todas o querem. A propaganda nos
leva a crer que o motivo é o carro. Essas são algumas das propagandas que
assolam o extenuante intervalo das programações de TV.
Dias atrás estava assistindo à um programa qualquer
na TV aberta e passou uma propaganda parecida com a descrita que me fez recordar
do apresentador Marcos Mion. Não sei se se lembram do programa Descarga MTV que
ele apresentava. Lá, ele constantemente dizia que o mundo girava em torno do
sexo. Isso me chamou a atenção e me fez pensar que realmente parece ser o anseio
de todos, pelo menos o que aparentam nas propagandas.
Mas será que esse é o objetivo ou nos fazem com que
queiramos isso?
Há muitas propagandas com mensagem subliminar
passando de forma imperceptível a ideia que faz vender: sexo. Quem não se
lembra daquela propaganda do desodorante AXE, onde o cara passava o produto e
caíam mulheres do céu? A chave do negócio é transmitir a ideia de que com
esses produtos oferecidos você será mais atraente e desejável pelos outros(as).
Mas Freud já dizia que o que move o homem é o sexo.
E é bem por aí que a coisa segue.
Justamente se
aproveitando das ideias do criador da psicanálise, que seu sobrinho, Edward Bernays,
aplicou suas teorias para alavancar vendas por meio de propagandas que
associavam os produtos a emoções e desejos muitas vezes inconscientes. O teor
de seu trabalho se baseava nos princípios de que o homem é irracional e suas
ações são manipuladas.
Assim, as propagandas nos fazem acreditar que
precisamos comprar algo por desejo e não
por necessidade, ou seja, o desejo sobrepõe o lado racional. Veja, por exemplo, como várias pessoas trocam
de carro anualmente ou trocam de celular a cada lançamento de modelos mais
avançados.
Bem, só posso terminar confessando que ao apelar à
nossas fraquezas humanas as grandes empresas sabem muito bem como nos manipular
por meio de suas campanhas publicitárias.
Thaís
Coelho
Fonte: BERNAYS, Edward. A engenharia do consentimento (1947): disponível em: http://www.ip.usp.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=1927%3Av3n1a09-a-engenharia-do-consentimento&catid=340%3Arevista-transformacoes&Itemid=91&lang=pt
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