Dias
atrás eu estava fazendo um tour pelos confins do bairro Laranjeiras quando me
deparei com uma enorme construção. Pela grandeza, logo vi que se tratava de uma
obra pública e fui pensando: "não é possível que, em pouco mais de quatro
meses de mandato, Joni já esteja fazendo o que mais gosta de fazer: construir”.
Não, felizmente (infelizmente) não era uma obra dele. Tratava-se da construção
de uma nova creche no bairro Laranjeiras, obra do ex-prefeito, como fui
informado, posteriormente. Ou seja, apesar de faraônica, não era do faraó...
Ufa!
Carreguei
a imagem daquela obra para casa, encanado. Afinal, qual o sentido de se ter uma
creche tão próxima de outra? Lembrei-me da reclamação de uma amiga, que é mãe e
trabalhadora, moradora do Castilho I, e que estava enfrentando dificuldades de
conseguir uma vaga para sua filha na creche próxima de sua casa. Lembrei também
que essa creche, Maria José Vieira Telles, estava passando
por uma reforma já há algum tempo. Encucado com tudo isso, resolvi pesquisar os
motivos dessa obra, assim como o seu andamento, para tentar encontrar uma
lógica para ter duas creches tão próximas em um só bairro, enquanto há falta de
vagas na outra que atende ao centro e aos demais bairros (Nova York, Castilho I
e II, Musa Telles, Paulo Sérgio). O que encontrei, principalmente sobre a
reforma da creche Maria José Vieira Telles, é tão absurdo quanto construir uma
pirâmide no lugar do coreto da praça...
E ainda não é tudo. Em
decorrência dessas trapalhadas, a execução da obra, que estava prevista para
durar entre 40 a 60 dias, já dura mais de cinco meses. Com isso, houve a
necessidade de mudança do atendimento da creche para duas casas, no centro da
cidade, pagas, obviamente, com dinheiro público, para poder receber as crianças
matriculadas, que, além de gerar gastos com
aluguéis, não são apropriadas para recebê-las, pois, afinal, ninguém, em sã
consciência, constrói uma casa imaginando que ali, em um belo dia, poderá
servir de creche (a não ser que ele seja o Eddie Murphy, com sua “Creche do
Papai”).
Posto isso, qual o intuito
de se construir uma creche, no mesmo bairro, tão próxima de outra, recentemente
reformada, se existe apenas uma creche para atender a população dos bairros
Nova York, Castilho I e II, Musa Telles, Paulo Sérgio, além do Centro, em local
inadequado e com dificuldades para atender a demanda? Será a demanda do bairro
Laranjeiras maior do que a da população dos outros bairros somados para
justificar isso? Ou será que... deixa pra lá. E essa trapalhada na reforma da Maria
José Vieira Telles? Vai ficar barato? Acho que só para os trapalhões...
Enfim, esse é o
panorama que contemplo, sem, ainda, conseguir decifrar sua lógica. Ajudem-me a
entender. Reflitam. Questionem. Questionem-se. Façam as contas. Ou façam de
conta.
Samuel Carlos Melo
Leia, também, meu último texto: "Águas de Castilho: a minha vergonha" http://osopositores.blogspot.com.br/2013/03/aguas-de-castilho-minha-vergonha.html
Casticity, the surreal city!
ResponderExcluirSamuel, não vou conseguir sanar todas as suas dúvidas mesmo sendo uma professora do quadro de CRECHE... em relação a construção da creche do bairro Laranjeiras o que foi nos informado é que haviam conseguido uma verba pra construir uma creche em substituição a que já existe pois, a mesma tem salas inadequadas mesmo depois da reforma... pra se ter idéia, tinha uma sala de aula que a tampa do esgoto ficava dentro da sala... e que então seria mais barato e prático construir um novo prédio... agora em relação a Creche Maria José Vieira Telles... até onde eu sei e provo, o primeiro documento oficial entregue a Prefeitura foi em fevereiro de 2009, feito por mim, nele já estava explicitado todas as necessidades de reforma e adequação do prédio e mobiliário também...depois sei que foram enviados outros documentos, mas enfim, a fala de que iria ser feito algo só veio no começo de 2012 e seria em junho/julho e devido "aos tramites" só saiu em outubro que como vc mesmo disse, todos sabemos que é um período de chuva... e o pior, agora não se sabe qdo será resolvido sobre tudo que não estava previsto na obra...pq só foi licitado o TELHADO... Estamos atendendo em situação precária em casa sem condições de atendimento, quase nada conseguimos adaptar se for analisar de verdade... e com isso sofre alunos, professores e os demais da equipe... só um exemplo: Haja coluna pra dar banho em vários alunos em "banheiros comuns"...
ResponderExcluirSamuel, muito obrigada por publicar este texto tão coerente com a nossa situação. Dani Almeida
Nossa, Dani! A situação é pior do que eu imaginei! Temos que divulgar essa situação e pedir providências do novo governo! Eu que te agradeço pela leitura!
ResponderExcluirAbraços!
Samuel
Samuel, sempre questionei com várias pessoas daqui do município "COMO FAZEM ISSO COM OS ATENDIMENTOS EM CRECHE, SEM O PARECER DO CONSELHO DE EDUCAÇÃO" isso nunca poderia acontecer sabia?, existem regras, e além são pessoas, gente, é horrível ver tanto descaso com as crianças e profissionais deste município, outra coisa aquela EMEI em uma esquina, avenida, olha o perigo, sera que vão contratar segurança de transito para as passagens das crianças?
ResponderExcluirAo que me consta, a intenção inicial da construção da nova creche no bairro Laranjeiras era de desativar o predio atual que, alem de salas inadequadas, não atendia a demanda e substituí-lo. De forma que atenda as especificidades da faixa etaria 0 a 3, amplie o atendimento a todas as familias interessadas em uma educação de qualidade para seus pequenos.
ResponderExcluirSe foi esse o intuito anônimo, mais uma demonstração de desperdício de dinheiro público pois se iria desativar o prédio antigo, porque reformá-lo então com foi feito?
ResponderExcluirDepois que o atendimento da Creche Maria José Vieira Telles passou a ser nessas duas casas com estruturas precárias, tem sido motivos de reclamações constantes dos pais de crianças matriculadas, pela sensação de insegurança em deixar seus filhos nesses lugares com total falta de infra-estrutura, e inadequados para o atendimento dos mesmos.
ResponderExcluirAs crianças passam maior parte do dia nestes locais e permanecem expostas a uma gama de fatores determinantes para o surgimento de doenças prevalentes na infância,as condições em que se encontram essas "creches" favorecem o surgimento de agravos à saúde dos alunos devido a precariedade das instalações dessas casas que estão atendendo os mesmos.
Além da precariedade, outros elementos referentes à infra-estrutura atingem tanto a saúde física quanto o desenvolvimento integral das crianças. Entre eles está a inexistência de áreas externas ou espaços alternativos que propiciem às crianças a possibilidade de estar ao ar livre, em atividade de movimentação ampla, tendo seu espaço de convivência, de brincadeira e de exploração do ambiente enriquecido.
Os estragos causados pela chuva comprometeram a reforma da creche Maria José Vieira Telles e segundo a própria Diretora do Departamento municipal de Educação, essa creche só voltará o seu funcionamento em 2014, e enquanto isso quem sofrerão as conseqüencias são nossas crianças.
Espero do fundo do meu coração que providências que venham melhorar esta situação sejam tomadas, e, por conseguinte melhorar abruptamente a qualidade do atendimento desses inocentes.
Depois que o atendimento da Creche Maria José Vieira Telles passou a ser nessas duas casas com estruturas precárias, tem sido motivos de reclamações constantes dos pais de crianças matriculadas, pela sensação de insegurança em deixar seus filhos nesses lugares com total falta de infra-estrutura, e inadequados para o atendimento dos mesmos.
ResponderExcluirAs crianças passam maior parte do dia nestes locais e permanecem expostas a uma gama de fatores determinantes para o surgimento de doenças prevalentes na infância,as condições em que se encontram essas "creches" favorecem o surgimento de agravos à saúde dos alunos devido a precariedade das instalações dessas casas que estão atendendo os mesmos.
Além da precariedade, outros elementos referentes à infra-estrutura atingem tanto a saúde física quanto o desenvolvimento integral das crianças. Entre eles está a inexistência de áreas externas ou espaços alternativos que propiciem às crianças a possibilidade de estar ao ar livre, em atividade de movimentação ampla, tendo seu espaço de convivência, de brincadeira e de exploração do ambiente enriquecido.
Os estragos causados pela chuva comprometeram a reforma da creche Maria José Vieira Telles e segundo a própria Diretora do Departamento municipal de Educação, essa creche só voltará o seu funcionamento em 2014, e enquanto isso quem sofrerão as conseqüencias são nossas crianças.
Espero do fundo do meu coração que providências que venham melhorar esta situação sejam tomadas, e, por conseguinte melhorar abruptamente a qualidade do atendimento desses inocentes.
Não bastasse todos esse atropelos que andam acontecendo nas creches de Castilho a Diretora do Departamento de Educação pretende manter os Professores de Creche somente no período da manhã, e no período da tarde contratar auxiliares de creche, ficando o professor com o educar e o auxiliar com o cuidar, separando assim um do outro, o que segundo o MEC deve ser inseparável.
ResponderExcluirAuxiliares de creche, NÃO ! ! ! ! Somos Professores ! ! !
E agora o Prefeito Joni trouxe a laço essa Diretora de departamento de Educação de fora(Sud Mennucci) que mal conhece a realidade das creches de nossa cidade, e já chega aqui querendo mudar tudo, querendo que Castilho se espelhe nessa outra cidade onde ela também foi diretora da Educação. O que ela tem que entender é que são cidades diferentes com realidades diferentes! Ela pretende fazer concursos para auxiliares de creche com a exigência de apenas nível fundamental ou médio, com o intuito apenas de que auxiliares de creche recebem bem menos que professores de creche( que também não ganham lá grande coisa), porque a "prefeitura" tem que cortar gastos. Agora me diga uma coisa, pra quem tá querendo cortar gastos, vocês não acham que eles estão agindo errado a começar por essas obras e reformas pùblicas inacabáveis???
Os auxiliares de creche exercem atividades de docente, pois as creches de fato fazem todo o trabalho pedagógico, porém tem os salários e direitos bem inferiores aos dos professores.
Venhamos e convenhamos que há muitos outros setores e cargos públicos, principalmente muitos cargos de confiança que são supérfluos e que nestes casos sim deveriam se cortar gastos, mas infelizmente a corda sempre arrebenta do lado mais fraco, e nesse caso o lado mais fraco são os pobres professores de creche, que são a classe mais oprimida, mais desvalorizada da Educação.