quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Ser amado ou ser temido?




[...]se é melhor ser amado do que temido. A resposta é que seria desejável ser ao mesmo tempo amado e temido, mas que, como tal combinação é difícil, é muito mais seguro ser temido, se for preciso optar. De fato, pode-se dizer dos homens, de modo geral, que são ingratos, volúveis, dissimulados; procuram esquivar-se dos perigos e são gananciosos; se o príncipe os beneficia, estão inteiramente ao seu lado. Como já disse, oferecem o próprio sangue, o patrimônio, sua vida e os filhos, desde que a necessidade seja remota; quando ela é iminente, fogem. Estará perdido o príncipe que tiver confiado inteiramente nas suas palavras, sem tomar outras cautelas, porque a amizade conquistada pelo dinheiro, e não pela grandeza e nobreza de espírito, não é segura – não se pode contar com ela. Os homens têm menos escrúpulos em ofender quem se faz amar do que quem se faz temer, pois o amor é mantido por vínculos de gratidão que se rompem quando deixam de ser necessários, já que os homens são egoístas; mas o temor é mantido pelo medo do castigo, que nunca falha. Não obstante, o príncipe deve fazer-se temer de modo que, mesmo que não ganhe o amor dos súditos, pelo menos evite seu ódio.
(Nicolau Maquiavel, O Príncipe)


Ao líder o mais importante é ser amado ou temido? Qual dessas opções o manterá no comando de modo menos penoso?
Importante lembrar que O Príncipe foi originalmente escrito para ser dado como presente ao magnífico Lorenzo de Medici, estadista italiano da renascença. É uma acurada análise de vários fatos ocorridos e das atitudes tomadas que deram bons resultados, visando principalmente sustentar o poder do líder e sua manutenção no comando dos súditos. O termo “maquiavélico” e o aforismo “os fins justificam os meios” são frutos dessa obra. Claro, uma leitura mais atenta vai apontar mais lucidamente o espírito das palavras escritas pelo autor.
Mas, voltando à dicotomia amado X temido, temos nas palavras de Maquiavel três caminhos apontados. Primeiramente ele afirma que o ideal, o correto é que o líder seja amado e temido, concomitantemente. Ao contrário do que muitos dizem, essa é a primeira opção, a que terá mais resultados positivos e com menor risco.
Como ter essas duas qualidades é algo platônico, quase sobrenatural ao homem, surge a segunda opção, que é ser temido, porquanto essa demandará menos despesas e preocupação, tendo uma eficácia bem maior e mais garantida, afinal, o temor ao castigo nunca se afasta dos homens, seja qual for a situação.
Por derradeiro surge o ser amado. Entretanto essa é a última opção não por Maquiavel ser maquiavélico (no sentido que emprestamos a palavra), mas justamente pela natureza lânguida inerente ao homem. A estima conquistada unicamente pelo dinheiro é sustentada por um fio tênue, que se rompe ao menor sinal de prejuízo que os benefícios não compensem. Além do mais, as verdadeiras amizades, aquelas que resistem aos mais variados percalços, podem se contar nos dedos, e quase nunca são no plural.
Importante ainda ressaltar que o ser temido não deve ser confundido com ser odiado. O líder precisa ser temido sem despertar ódio em seus comandados, pois esse sentimento, assim como o amor, é extremamente inconstante e volúvel, tendo sempre consequências indesejáveis a quem pretende manter a unidade e o domínio.
Portanto, a própria volubilidade do homem impõe ao líder essa sequência no trato com os comandados. Os fatos impõem a sequência, e não o contrário! Resta sempre lembrar que, não obstante essa classificação, as atitudes sempre devem levar em consideração a situação fática e os meios para se atingir o objetivo pretendido. Às vezes a crueldade terá melhores resultados do que uma ação branda e compassiva. A condolência pode ser fatal!

Márcio Antoniasi

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Castilho precisa se humanizar




            Há poucos dias, um leitor anônimo de nosso blog perguntou quais eram os “frutos colhidos” por nossa empreitada blogueira. A pergunta era cínica, é claro, e, vinda do anonimato, era covarde também. Contudo, não condeno a sua linha de pensamento. É de se desconfiar toda a vez que alguma voz destoa da multidão, desafinando o coro dos contentes. Em nossa cidade, então, parece que toda vez que alguém grita é porque quer mamar também.
            Bem, eu não vou dizer aqui que esse não é o nosso caso, porque isso seria uma estratégia óbvia demais. Que nossos leitores tirem suas próprias conclusões. Quem quiser pagar uns 10 milhões pelo nosso silêncio, nos procure. Por enquanto, já meu dou por satisfeito quando vejo que algumas coisas apontadas pelo blog foram ouvidas pelos governantes de Castilho. Diante disso, hoje vou somar a minha voz à discussão da situação dos moradores de rua da rodoviária, em pauta por alguns munícipes. Discussão cuja voz irradiadora foi o meu confrade de blog Samuel Carlos Melo.
            Uns acham caso de polícia, outros de política. Essa discussão ilustra bem os dois caminhos que o município pode seguir nos próximos anos. Os que acham que é caso de polícia optam por valorizar o patrimônio, preservar a rodoviária tirando os andarilhos dali. Afinal, a rodoviária é um dos cartões postais do município e não pode ter sua beleza manchada por uns sem tetos fedendo a pinga. Os que acham que é caso de política se perguntam o porquê de não haver uma assistência social para dar apoio a essas pessoas que vagam pelo município. Para mim, é essa perspectiva é a mais interessante por valorizar o humano, se preocupando com as pessoas ao invés de se preocupar com a beleza de nossa rodoviária.
            O governo de Castilho, nos últimos mandatos, procurou reestruturar fisicamente a cidade por meio das mais variadas construções. Reformas da praça, construção da Avenida, construções de centros comunitários com campos de futebol, centro de cultura e lazer, reforma do Cis, hospital entre outras. Ao meu ver (posso estar enganado) a cidade não necessita mais de nenhuma grande obra, mas sim de uma política de funcionalização tais obras, com vistas a fazer com que elas possam servir de maneira mais eficiente à população.
            Políticas públicas de esporte e lazer para as praças esportivas, cultura, festivais para as praças da Matriz ou dos bairros. Melhorias no atendimento na saúde, na educação. Ou seja, é preciso entender que uma cidade não cresce apenas pelo concreto, mas pelo desenvolvimento da qualidade de vida de seus munícipes. Até porque obras públicas sem função e sem manutenção tendem a virar sucata. Em palavras claras: que esses quatro anos tenham menos investimento em concreto e mais investimento nas pessoas. Vamos humanizar a cidade, torná-la um lugar melhor para se viver. Ou isso, ou seremos um lugar belo de se ver, mas ruim de se morar. Uma cidade bonitinha, mas ordinária.


                                                                                          Juliano Cardoso

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

NOSSO AEROPORTO: DE QUE VALEU O INVESTIMENTO?



Você sabia que Castilho já teve um Aeroporto que aterrizava até Boeing?Como será que estão todas aquelas instalações que durante décadas foi uma referência para nossa região?
Lamentavelmente, vou lhes dizer: totalmente desativada, instrumentos operacionais retirados do local, pista cercada de mato, asfalto inadequado e por aí vai. A quem coube a responsabilidade de administrar este Aeroporto que pertence ao município de Castilho? É, mais uma vez Nossa Cidade sofre em não estarmos atraindo investidores para o nosso município, pois, estando funcionando, nosso aeroporto certamente seria um atrativo muito significativo, não só para Castilho, como para toda a região, haja vista que os empresários que hoje instalaram suas empresas por aqui têm que vir de avião até Araçatuba ou Presidente Prudente e depois completarem o percurso de carro para visitar suas empresas.


Já pensaram o quanto seria benéfico para nós o Aeroporto de Castilho ativo. Num passado não tão distante, lembro-me que ir até o Aeroporto, era um passeio interessante, pois os munícipes levavam seus filhos para verem os aviões decolando e aterrizando. Mas vamos deixar a nostalgia de lado e voltarmos ao presente. Será que se nos mobilizássemos através de um abaixo assinado fazendo-o chegar até o governo do estado ou aos responsáveis pela Infraero conseguiríamos reativá-lo? Devemos enfatizar a importância de termos um serviço de transporte aéreo diante das infra-estruturas básicas que já estão instaladas no Aeroporto, objetivando trazer divisas para nosso município, como: geração de emprego e renda e quem sabe até atrairmos investidores para o nosso Parque Industrial, pois estamos aproximadamente, a apenas a 15 km de distância do centro de Castilho até o aeroporto.


Com certeza, as vantagens seriam inúmeras. Não podemos esquecer que ali tem investimentos de impostos que nós, como cidadãos trabalhadores, contribuímos de maneira legal para a construção daquele que já foi um aeroporto de referência para nossa região. Pois, há alguns anos atrás, o que se fazia necessário para reativá-lo seria apenas a recuperação da pista já pavimentada, bem como um prolongamento da mesma,(fonte de informação de um ex-funcionário da Infraero). Sabemos que não será tarefa fácil, mas temos que nos unirmos e, pelo menos, tentarmos mostrar nosso interesse em reativar o nosso aeroporto.

Professor Toninho...

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Aumento de salários X moralidade



Nesta segunda-feira foi aprovado projeto que concede aumento de 44% ao salário de diretor administrativo da Câmara Municipal de Castilho-SP, que passa de pouco mais de R$ 3.900,00 para R$ 5.600,00.
Além disso, segundo informa o site do jornal impacto (http://www.jornalimpactoonline.com.br/politica/sob-polemica-camara-aprova-aumento-para-novo-diretor-administrativo), também foi aprovado aumento salarial para ocupantes de cargos na Agência Reguladora do Serviço de Água e Esgoto – Arsae. Com isso, o diretor desta agência passa a receber mais de R$ 5.400,00 ao invés dos atuais R$ 1.200,00 além da criação do cargo de Chefe Administrativo com salário de R$ 2.930,00 a estes dois postos soma-se o cargo de diretor colegiado cujo salário é de R$ 3.426,00.
Logo, diante de toda a campanha moralista que se viu na eleição passada que pretendia cortar privilégios, há de se perguntar se é moral salários como estes em uma realidade onde a maioria dos servidores públicos e da população em geral tem salários bem menores?
Aliás, a Câmara de Vereadores de Castilho é um verdadeiro paraíso dos bons salários. No ano passado, já havia aberto concurso para diversos cargos, entre eles: Assessor de Bancada Partidária = salário, R$ 3.731,40 / Secretário Administrativo = salário R$ 3.731,40 / Assessor Técnico Legislativo R$ 6.260,47, sendo o mais abusivo o de Assessor Jurídico com salário de R$ 9.265,60, por apenas 20 horas semanais trabalhadas.
Enquanto isso, no concurso público realizado pela prefeitura municipal, no ano passado, para o cargo de médico, consta um salário de pouco mais de 4 mil reais, por 20 horas semanais trabalhadas
Tudo isto mostra como o legislativo é uma instituição distante da realidade e dos anseios das pessoas, onde sequer a população é ouvida. O aumento salarial para cargos da Arsae é mais um exemplo disso. Todos na cidade querem o fim da concessão de água e esgoto, no entanto, com esta atitude de aumentar salários de quem ocupa cargos em uma agência que ninguém acredita, prefeitura e câmara parecem acenar para uma política de manutenção da atual situação e não de rompimento, tendo em vista que a Arsae foi criada para regular a concessão de água e esgoto.

Dóri Edson Lopes

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Drogonomia



Se alguém fizesse uma enquete e perguntasse qual o maior problema que os jovens e adolescentes enfrentam em Castilho, certamente muitas das respostas seriam as drogas. Eu mesmo responderia isso, pois já tive vários parentes que se envolveram com drogas e acabaram presos e outros morrendo. 
Quando trabalhei na delegacia por um ano, vi vários rostos conhecidos por lá, de adolescentes que eu já sabia e de alguns que eu jamais imaginaria que estivessem envolvidos com a venda de drogas.  Mas quem é o real culpado pelo problema das drogas? Eu responderia: o capitalismo.

A venda de drogas nada mais é que uma lucrativa atividade econômica, que se sustenta através da lei da oferta e da demanda. Pela lei da oferta e demanda o demandante, ou consumidor, tem uma necessidade, que, no caso, é a droga e o ofertante supri essa necessidade, obtendo dinheiro em troca. Logo, enquanto houver demanda, sempre haverá oferta, sendo que se algum obstáculo aparecer ao ofertante, ele sempre buscara modos de se adaptar e se tornar mais eficaz na distribuição do seu bem, pois ele visa o maior lucro possível. E é por isso que o combate ao trafico é ineficiente, pois é impossível extinguir a venda de algo que as pessoas desejem muito obter. E, se as pessoas querem, elas irão comprar e sempre acharão quem poderá vender. E, se as pessoas venderem no dito mercado negro, elas terão que achar meios de proteger o seu negócio, pois não há o direito de proteção da propriedade, como nas atividades econômicas legais, devendo se criar mecanismos para assegurar que o negócio flua, ocasionando aumento da criminalidade, pois se alguém comprar uma droga e não pagar, o traficante não poderá executa-lo no fórum para receber o que lhe é devido, mas poderá executa-lo com uma arma, para que os outros vejam e tenham medo de repetirem tal ação. Então, ao invés do direito, ele usa o medo como garantia de propriedade.
Para garantir a concorrência “leal”, o medo também é utilizado, através da força, para que não ocorra de outra “empresa” tomar o seu negócio, logo, é necessário investir uma parcela considerável em armamento e, homem armado, sabemos que não dá boa coisa.
Como vemos, a venda de drogas é um bom negócio, pois gera bons lucros, mas é arriscado, pois quem entra, tem que estar dispostos a manter sua propriedade a qualquer custo e, como sabemos, em todo negócio, quanto maiores os riscos, maior o valor esperado para se recrutar profissionais qualificados e dispostos a realizar o trabalho, deve se pagar um valor maior do que a Mabel ou a Metal frio pagam aos seus funcionários, que incentive a pessoa a deixar o trabalho formal, para ingressar nesse informal, mesmo com riscos maiores, porque, pela lógica, o que é melhor, ganhar mil conto pra trabalhar 44 horas semanais, ou ganhar os mesmos mil reais, ou mais, para só vender umas paradas, que você não precisa nem oferecer para ninguém, pois, com certeza, os compradores virão até você.
É por isso que a droga é o maior problema para os jovens, pois são atraídos pelo dinheiro, que mesmo que seja pouco, ainda é mais que nos empregos formais que eles podem conseguir e, por isso, começam e entram de cabeça nesse trabalho, que tem suas glórias, mas também tem seus dissabores.
Do que adianta então combater a venda e fechar os olhos ao consumo, se é o consumo que faz a venda?  
Enquanto se tentar combater a droga desta forma, o ciclo continuará se repetindo...

Silvio Coutinho

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

LIBERDADE DE EXPRESSÃO





Liberdade de expressão! Essa é a pedra no sapato daqueles que, na Administração Pública, se acham o próprio Poder, ao invés de detentores temporários de poder representativo. Esquecem-se que a monarquia já não vige mais há muito tempo, que vivemos sob a ordem da república e do estado democrático de direito.
Por falar em direito e em lei, a Constituição Federal, aclamada como a Constituição Cidadã, tal a extensão da proteção dada aos direitos e garantias fundamentais dos particulares, garante, em seu art. 5º, o direito a liberdade de expressão, o direito a livre manifestação do pensamento e a livre expressão da atividade intelectual, independente de censura ou licença. A Declaração Universal dos Direitos Humanos e diversos outros instrumentos normativos internacionais, como o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e a Declaração Americana de Direitos e Deveres do Homem também alçam a liberdade de expressão ao status de direito fundamental. É, meu amigo, não é pouca coisa, não!
Qualquer nação que se preze leva tal garantia a sério. Mas, claro, déspotas, megalomaníacos, totalitaristas, fascistas, sejam da direita ou da esquerda, sentem um arrepio no espinhaço quando ouvem falar que a expressão livre está por perto, rondando. Hoje em dia, quando qualquer um pode filmar, gravar, emitir opiniões em blogs, vlogs, facebook, etc, a informação pode ser uma arma letal contra qualquer carreira política. Por isso na China proíbem o Google, em Cuba arrebentam uma blogueira e no Brasil armam-se tocaias pra quem “fala demais”.
Como é difícil pra quem está investido de poder aceitar que alguns são (e serão) contrários, que terão uma opinião diferente. O representante quer seu ego massageado pela totalidade dos representados, a unanimidade o adorando por seus nobres atos, quer ser recebido com o balançar de ramos por onde passa. A voz que se levanta, que ousa, que debate, que argúi, é sempre sufocada, perseguida! E a lei, que todos dizem que irão cumprir, é logo posta no lixo, pois a mesma Constituição que garante a liberdade para se expressar e pensar é clara ao atribuir aos membros do Legislativo e Executivo, em todas as esferas, o dever de zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas. A lei não é facultativa para a Administração Pública.
Seria interessante falar em ética e em moral, mas, ora, cara pálida, isso no meio político é luxo. Se apenas forem respeitadas a lei e as liberdades individuais já se estaria num incalculável lucro.
Aqui na distinta Castilho, o script inclina para um clima de cangaço. Perseguições, ameaças e coisas afins fazem parte do cotidiano, quiçá da ”cultura” local. Entretanto, espera-se que atual Administração, formada por professores, bacharéis e petistas, quebre a escrita e eleve a município a um patamar de civilidade e respeito à liberdade de expressão. Que os meios de comunicação, as opiniões ou mesmo as simples conversas de praça pública, sejam da situação ou da oposição, falem bem ou falem mal (o que, às vezes, é só a verdade), possam ser tratados com respeito e isonomia.



PS: reza a lenda que na Roma antiga, quando um general voltava vitorioso de uma batalha, percorria a cidade sendo glorificado. Atrás dele, no entanto, um escravo sussurrava ininterruptamente, para que não esquecesse que toda ascensão tem sua ruína: Memento mori. Traduzindo: Lembra-te que és mortal.


Márcio Antoniasi

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

cenas de um apocalipse católico


Momento em que raio atingiu a Basílica de São Pedro. (Foto: Filippo Monteforte / AFP) (De http://br.noticias.yahoo.com)


          Ano passado, alguns dias antes do famigerado Apocalipse Maia, eu assistia uma série, num canal pago qualquer, um programa sobre alguns profetas do Apocalipse. Dentre os profetas abordados, um me chamou a atenção: São Malaquias e sua profecia sobre os 112 papas que liderariam a Igreja até o Apocalipse. São Malaquias profetizou o papado de 112 homens, dando a cada Papa respectivo um predicado que explicaria o seu papado. Os especialistas estabeleceram essa cronologia, apontando que João Paulo II seria o 110° Papa, o Papa De Labore Solis - Do Trabalho do Sol.
            Bento XI seria então o De Gloria Olivae - Da Glória da Oliveira. Ou seja, o próximo Papa que assumir será, segundo São Malaquias, Petrus Romanus - Pedro Romano. Sobre ele, São Malaquias disse:

então Na perseguição final à sagrada Igreja Romana reinará Pedro Romano,
que alimentará o seu rebanho entre muitas turbulências,
sendo que então, a cidade das sete colinas (Roma) será destruída
e o formidável juíz julgará o seu povo.
Fim.

Quando vi essa profecia, pensei: tomara que Bento XVI fique por muito tempo e adie um pouco mais o Apocalipse. Mas, para o nosso azar, eis que o sumo sacerdote anunciou a sua renúncia para o dia 28 de fevereiro. Hum... isso está me cheirando mal.
Contudo, deixando o misticismo de lado, acho que São Malaquias talvez estivesse mesmo certo. O apocalipse virá no 112° Papa. Mas não o Apocalipse bíblico. O Apocalipse da Igreja Católica. Acho que ela não sobreviverá ao próximo Papa, mesmo com o seus 2 bilhões de adeptos.
Uma explicação melhor escrita sobre os desafios da Igreja Católica pode ser lido aqui: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1229541-analise-alemao-e-brilhante-como-teologo-mas-fracassou-como-papa.shtml Eu não pretendo me aprofundar tanto. Só posso dizer que a guerra entre Igreja Católica vs Igreja Protestante não dá muitas perspectivas de sucesso para o Vaticano. Isso porque a Igreja Protestante, com seu cristianismo business, sabe se adaptar a seus contextos. Há Igreja Evangélica de todo tipo e pra todo tipo de pessoa.
A Igreja Católica, por outro lado, continua, pelo menos em seus altos cargos hierárquicos, extremamente conservador. E quando tenta mudar um pouco isso, como foi com a Teologia da Libertação, são logo podados por conservadores como João Paulo II e o próprio Bento XVI.
É isso. Continuar a definhar ou se restabelecer usando aquela palavra que essa velharada de saia parece tanto odiar: modernidade. Eis a questão. Se outro conservador assumir, pode ser realmente o início do fim. Não do mundo, mas do catolicismo, pelo menos do jeito que conhecemos.
A pergunta que a Igreja Católica (e talvez o próprio cristianismo padrão) terá que responder em algum momento será: Afinal, a Igreja durou tanto tempo assim por estar fundamentada em ensinamentos realmente perenes ou foi pura e simplesmente por ter se aliado ao poder?


P.S.: Como podem ver, um raio atingiu a Basílica de São Pedro exatamente no dia da renúnica. Tô falando, isso não tá me cheirando bem..rsrs