Se alguém fizesse uma
enquete e perguntasse qual o maior problema que os jovens e adolescentes
enfrentam em Castilho, certamente muitas das respostas seriam as drogas. Eu
mesmo responderia isso, pois já tive vários parentes que se envolveram com drogas
e acabaram presos e outros morrendo.
Quando trabalhei na
delegacia por um ano, vi vários rostos conhecidos por lá, de adolescentes que
eu já sabia e de alguns que eu jamais imaginaria que estivessem envolvidos com
a venda de drogas. Mas quem é o real
culpado pelo problema das drogas? Eu responderia: o capitalismo.
A venda de drogas nada mais
é que uma lucrativa atividade econômica, que se sustenta através da lei da
oferta e da demanda. Pela lei da oferta e demanda o demandante, ou consumidor,
tem uma necessidade, que, no caso, é a droga e o ofertante supri essa
necessidade, obtendo dinheiro em troca. Logo, enquanto houver demanda, sempre
haverá oferta, sendo que se algum obstáculo aparecer ao ofertante, ele sempre
buscara modos de se adaptar e se tornar mais eficaz na distribuição do seu bem,
pois ele visa o maior lucro possível. E é por isso que o combate ao trafico é
ineficiente, pois é impossível extinguir a venda de algo que as pessoas desejem
muito obter. E, se as pessoas querem, elas irão comprar e sempre acharão quem
poderá vender. E, se as pessoas venderem no dito mercado negro, elas terão que
achar meios de proteger o seu negócio, pois não há o direito de proteção da
propriedade, como nas atividades econômicas legais, devendo se criar mecanismos
para assegurar que o negócio flua, ocasionando aumento da criminalidade, pois
se alguém comprar uma droga e não pagar, o traficante não poderá executa-lo no
fórum para receber o que lhe é devido, mas poderá executa-lo com uma arma, para
que os outros vejam e tenham medo de repetirem tal ação. Então, ao invés do
direito, ele usa o medo como garantia de propriedade.
Para garantir a concorrência
“leal”, o medo também é utilizado, através da força, para que não ocorra de
outra “empresa” tomar o seu negócio, logo, é necessário investir uma parcela
considerável em armamento e, homem armado, sabemos que não dá boa coisa.
Como vemos, a venda de
drogas é um bom negócio, pois gera bons lucros, mas é arriscado, pois quem
entra, tem que estar dispostos a manter sua propriedade a qualquer custo e,
como sabemos, em todo negócio, quanto maiores os riscos, maior o valor esperado
para se recrutar profissionais qualificados e dispostos a realizar o trabalho,
deve se pagar um valor maior do que a Mabel ou a Metal frio pagam aos seus
funcionários, que incentive a pessoa a deixar o trabalho formal, para ingressar
nesse informal, mesmo com riscos maiores, porque, pela lógica, o que é melhor,
ganhar mil conto pra trabalhar 44 horas semanais, ou ganhar os mesmos mil reais,
ou mais, para só vender umas paradas, que você não precisa nem oferecer para
ninguém, pois, com certeza, os compradores virão até você.
É por isso que a droga é o
maior problema para os jovens, pois são atraídos pelo dinheiro, que mesmo que
seja pouco, ainda é mais que nos empregos formais que eles podem conseguir e,
por isso, começam e entram de cabeça nesse trabalho, que tem suas glórias, mas
também tem seus dissabores.
Do que adianta então
combater a venda e fechar os olhos ao consumo, se é o consumo que faz a venda?
Enquanto se tentar combater
a droga desta forma, o ciclo continuará se repetindo...
Silvio Coutinho
Achei que a administração pública seria apontada como principal causa da drogadição local ao inves do capitalismo, afinal, os textos aqui publicados tem-se inclinados ao prefeito como mentor de todo e qualquer problema no municipio.....Uffa, menos uma!! Acordddaa leitoresss!!
ResponderExcluirDesse modo, pode-se entender diante do disposto acima que se a droga fosse legalizada o trabalho informal diminuiria, ja que, o consumo seria tão banalizado devido a sua arbitrariedade que as pessoas deixariam de vende-la devido ao facil acesso??
ResponderExcluirPrefiro preservar minha auto-critica, ela fala por si só e não me deixar levar...!! Cada coisa viu!!??
ResponderExcluirNão apontaria que o prefeito seja mentor dos problemas, mas é um dos responsáveis!, afinal, o Estado tem a obrigação de criar leis e normas que regulam a sociedade, uma fez que o texto faz alusão ao capitalismo, mas a luta de classes não responderia esse problema, e sim os aspectos sociais e culturais, assim, deve-se ter outro olhar ao "consumidor" de drogas, um olhar humano e não como criminoso, pois este ultimo como geralmente é visto não está resultando em nada.
ResponderExcluirConcordo contigo, primeiro Anônimo, os textos fazem ressalva que tudo é culpa do prefeito. E culpa da população? A falta de orientação na família? A ausência de orientação muitas vezes são esquecidas, ou melhor, fingem que são esquecidas. É mais fácil culpar os outros, do que achar a culpa na própria casa.
ResponderExcluirSabe quando isso vai acabar? É só pensarmos e observarmos a nossa volta. Enquanto tiver quem consuma, terá vendedores, aliciadores. Por que tanta gente enriquece, e não sabemos a verdadeira fonte de riqueza? Tantos negócios para lavar o maldito dinheiro que acaba com o nosso futuro. E a ausência total de uma política pública. Lei não falta, tem em excesso, o que falta é legislar corretamente, e não achar brecha para legislar em causa própria.
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