No último dia 25 de janeiro o site do “Valor Econômico” noticiou
que havia fracassado a tentativa do Grupo Galvão de vender sua parte de mais de
60% que possui na empresa CAB Ambiental, a mesma que é responsável pela
administração da Águas de Castilho.
O artigo informa que o grupo desistiu das negociações tendo em
vista o baixo preço oferecido pelo mercado. Após a operação fracassada o
presidente da CAB, Yves Besse, pediu demissão do cargo.
Segundo informa o Valor, havia empresas do Brasil e de fora do
país interessadas. “As negociações
envolviam a Foz do Brasil, do grupo Odebrecht; a GS Inima Brasil,
pertencente à sul-coreana GS Engineering & Construction Corporation, que
comprou a OHL Meio Ambiente Inima; e a Aegea, holding do grupo Equipav voltada
ao setor de saneamento, além de dois fundos de investimentos”.
A CAB Ambiental foi estipulada em R$ 1,2 bilhão, no entanto, a
proposta mais significativa não passou de R$ 770 milhões. A informação é que
apesar da empresa ter 14 concessões municipais nos Estados de Alagoas, Paraná,
Santa Catarina, Mato Grosso e São Paulo, o mercado entende que a empresa possui
um só grande atrativo: a concessão de Cuiabá-MT.
Assim, os cerca de R$ 2
bilhões comprometidos em investimentos previstos em contratos nestas concessões
mais a incerteza de retorno garantido seriam algumas das razões para a
desvalorização da CAB.
Segundo informa o Valor Econômico, não era de hoje que a CAB
Ambiental tinha a intenção de entrar no mercado de capitais, mas respondendo
por apenas 5,5% da receita bruta do grupo Galvão era preciso ampliar o tamanho
e os ganhos da empresa:
"O mercado não gosta
de captações menores que R$ 500 milhões. Queremos atingir pelo menos esse valor
para começarmos a ficar atrativos", disse Besse ao Valor no ano passado”.
E ainda:
“(...) Uma fonte afirmou ao Valor que a CAB tende a partir
para uma linha de consolidação dos ativos existentes para aumentar a geração de
caixa, com uma postura menos agressiva na disputa por novas concessões"
Portanto, a estratégia da CAB Ambiental passa a ser a valorização
do que a empresa já tem em seu poder, onde o ‘aumento da geração de caixa’ significa aumento de lucratividade.
Neste sentido, entende-se que não há outra maneira de “aumento da
geração de caixa” em Castilho-SP a não ser pelo aumento das tarifas dos
serviços de água e esgoto. O recente aumento de quase 20% destas tarifas pode
ser resultado desta estratégia de ‘aumento de geração de caixa’ e a conseqüente
valorização das ações desta empresa.
Desta forma, assim como no inicio da operação da CAB Ambiental, ou
melhor, Águas de Castilho, em 2011 que praticamente dobraram o valor destas
tarifas, agora voltam a aumentar o preço das mesmas a um valor quase o dobro
acima da inflação do período, que ficou em pouco mais de 10%.
Tudo isto só mostra que o serviço de água e esgoto de Castilho-SP foi jogado no furacão mercadológico do capitalismo.
População continua refém
de decisão judicial
No final de 2011
a Câmara de vereadores havia cassado a concessão do
serviço de água e esgoto da Águas de Castilho (CAB Ambiental), tendo em vista a
grande pressão popular e as constantes denúncias de violação do contrato
firmado com esta empresa. No entanto, o ex-prefeito havia entrado com uma
liminar que garantia a continuidade desta concessão.
A atual administração assumiu o novo mandado com o compromisso de
cassar os direitos de concessão da Águas de Castilho e pra isso vem estudando
alternativas judiciais, mas diante desta ‘novela’ jurídica que se estende até
os dias de hoje a situação começa a causar cansaço e desesperança nas pessoas.
Tendo em vista a morosidade dos processos e o fato de o judiciário
ser uma instituição que invariavelmente toma decisões classistas, ou seja, de
interesses da elite, não é de se estranhar que esta situação se prolongue por
muito tempo, quiçá a vontade da grande maioria dos castilhenses seja atendida.
Logo, se apresenta a necessidade da população organizar-se no sentido de pensar
alternativas para que seu desejo se torne realidade, independente de processos
judiciais.
Dóri
Edson Lopes
ó céus... e agora José...
ResponderExcluir