terça-feira, 30 de julho de 2013

Memórias




1979
Rapaz, eu ia dar mais um cano essa semana e não ia escrever texto algum pro Blog. É o desassossego de uns assuntos pendentes. O Samuel, claro, ia me azucrinar. Mas, por essas coisas do destino, li e ouvi gente pedindo a demolição da estação ferroviária de Castilho, sob argumentos de ordem prática: aquela porcaria não serve pra nada! Bom, vou ter que sair da minha inércia pra falar sobre memória, mesmo não sendo esse um dos meus fortes.
Derrubar pra fazer uma avenida, derrubar por derrubar, derrubar e jogar cimento pontiagudo, alto e colorido por cima, não importa, é o pragmatismo máximo, onde tudo tem que sempre ter uma finalidade produtiva, de viés utilitarista e imediatista.
1990
Como todos do blog já dissemos várias vezes, é construir coisas pra se usar irrefletidamente, olhando pra frente, marchando compassado, como as praças sem bancos e árvores. Já notaram como são os McDonalds? Bancos duros, apertados, lanche na velocidade da luz. Você nem bem entrou e já está saindo pra voltar pra lida. Interação, conversa-fiada, risadas, memória? Jamé!
A Estação castilhense é a essência da própria cidade. Perdê-la é perder-se! Nesse último final de semana cultural vi vários senhores e senhoras visitando o espaço, relembrando, aprisionando Cronos (ver texto anterior) e enganando o tempo. São lembranças de tempos, atos e decisões que fazem da cidade o que ela é hoje. E, não se engane, todos somos frutos desses três fatores. Vi, igualmente, gente nova apreciando a seção Ontem e Hoje do Miguel Luques, aprendendo e refletindo sobre o que se quer daqui pra frente.
Sem querer se muito apelativo, mas derrubar, pra mim, seria como colocar meus velhos pais num asilo quando a idade e suas mazelas chegarem. É negar quem eu sou e de onde vim. Espero, de coração, que esse seja um pensamento de uma minoria, mas daquelas bem pequenas mesmo, afinal, a memória é elemento essencial da identidade e da percepção de si próprio e dos outros.
Márcio Antoniasi



segunda-feira, 29 de julho de 2013

1ª Estação Cultura Independente: enganando e acorrentando Cronos

Cronos, na mitologia grega, é o deus do tempo. Segundo consta na narrativa, Cronos era um deus cruel, devorador de seus próprios filhos, no intuito de que nenhum tomasse seu trono. De todos os filhos que teve, apenas Zeus escapou, após Reia, irmã e esposa de Cronos, enganar seu marido. Mais tarde, por vingança, Zeus acorrenta Cronos em uma prisão, antes o fazendo vomitar seus irmãos devorados.
Excetuando nossas crenças e não crenças, a figura mitológica de Cronos conota o drama do homem em relação ao Tempo. Todos somos filhos do Tempo, da história humana e da nossa história familiar, seja das complicações geradas pela Segunda Guerra ou pelo descuido de nossos pais ao não usarem contraceptivos: uma coexistência de fatos, de atos, ou seja, de “tempos”. E é esse mesmo Tempo que corrói e envelhece as coisas e os homens, que nos devora.


Afinal, porque estou falando disso? No último sábado realizamos a 1ª Estação Cultura Independente, no prédio da antiga estação ferroviária de Castilho. Tivemos rap, rock, pintura, foto, romance e poesia. Estávamos em um prédio que é um marco histórico para nossa cidade, em um local que, podemos dizer, representa o surgimento dela, mas que, apesar disso, estava sem a manutenção do real responsável, sendo engolido pelo Tempo. Entretanto, a feira cultural de sábado, pensando em relação ao mito grego, assumiu o papel de Reia e Zeus.
Créditos: Castilho Vips
Literalmente, ainda não é possível ao homem vencer o apetite do Tempo. Porém, as manifestações artísticas, por meio da memória, sempre travaram, de forma poderosa, uma batalha épica com Cronos. Ao fazer Arte, o Homem expressa o seu tempo, que, por vezes, retoma outro tempo, seja por saudade, seja por ódio, seja pelos dois, seja por nenhum. Ao fazer Arte, o homem, às vezes, fere Cronos, deixando marcas dolorosas em seu curso: memória.
Sábado passado, na velha Estação Ferroviária, muitos tempos coexistiram. Muita coisa rolou em Castilho (e no mundo) entre 3 de março de 1937 (inauguração da Estação) e 27 de julho de 2013. No último sábado, foi como se todas as coisas, ao mesmo tempo, estivessem reunidas ali.

Miguel Luques trouxe para aguardar o primeiro trem Kurt Cobain, Raul Seixas, Renato Russo, Charles Chaplin, Marilyn Monroe e muitas outras estrelas da música e do cinema em suas telas. Além disso, jogou na cara de todos, com suas fotos de Castilho Ontem e Hoje, como a força de transformação do homem é, às vezes, brutal. O Néctar Mc’s apresentou aos passageiros da Estação os seus versos com sua batida contemporânea, algo inebriante pra quem pega trem em 1937. O Karmas & DNA trouxe para embarcar o rock inglês em suas guitarras de mãos dadas com a doçura da música erudita em seu violino (que belo triângulo amoroso!). Os versos docemente apocalípticos de Raquel Dias apresentaram a complexidade da vida no futuro aos senhores preocupados com o atraso do trem. Silva Júnior informou em seu romance, com detalhes, como estaria\esteve o clima do Inverno de 64.
Créditos: Castilho Vips


Quem esteve no último sábado na Estação, esteve também em 37 e em todos os anos depois. A Estação estava viva, novamente, por meio de nós, por meio da memória, por meio da força das correntes da Arte. Era possível ver os passageiros, ouvir o barulho do trem se aproximando. No último sábado, por algumas horas, fomos Zeus e Reia. No último sábado, por algumas horas, enganamos e acorrentamos o implacável Cronos.

Samuel Carlos Melo


Obs: A exposição continuará aberta até sexta-feira, a partir das 19 horas. Dizem que sexta vai ter som ao vivo e barzinho no encerramento das atividades.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Carga Tributária em Castilho. Como está?


Nesta semana o colunista Saul Leblon publicou no site ‘Carta Maior’, interessante texto que analisa brevemente parte da situação tributária no Brasil. Salientando a importância de uma carga tributária distributiva, que justifique a tese de existência do Estado, onde uma de suas funções é a de promover, através da cobrança de impostos, uma forma de se amenizar as desigualdades sociais inerentes ao mundo capitalista.
Ao invés disto, destaca-se em tal artigo o fato de que no Brasil a cobrança de impostos serem extremamente desigual, onde 60% de tudo o que se arrecada é proveniente de tarifas embutidas em preços de bens de consumo.
Este tipo de cobrança de impostos sobre produtos caracteriza-se por equivalente a todos os consumidores, ou seja, é uma taxação igual em um mundo de desiguais, sendo que pobres e ricos pagam a mesma quantia de impostos na compra de determinada mercadoria.
 “Não importa a renda do consumidor: ganhe um ou 100 salários mínimos por mês, o imposto que paga por litro de leite é o mesmo.” (Leblon)
Por outro lado, a taxação sobre patrimônios, aquela que deveria incidir com maior peso sobre os mais ricos, para aqueles que têm mais, não chega a 3,5% da arrecadação total.
 “Na festejada Coréia do Sul, meca da eficiência capitalista, ele é da ordem de 11%; nos EUA passa de 12%.”(Leblon)
Se isto não bastasse ainda temos na outra ponta o tipo de destino dado ao dinheiro arrecadado. Todo o parasitismo do mercado financeiro_ este sim o maior ladrão do dinheiro público_ em um mundo globalizado e seus mecanismos de agiotagem na hora de emprestar recursos a um Estado falido, consomem do Brasil, segundo Leblon, cerca de 5% do PIB nacional. Isto equivale a “(...) a mais de dez vezes o custo do Bolsa Família que beneficia 13 milhões de famílias, 52 milhões de pessoas” ou “Treze vezes o que o programa ‘Mais Médicos’ deve investir até 2014”. (Leblon).
Esta é uma realidade que em partes pode ser aplicada a Castilho-SP, que desde o inicio do ano vem convivendo com a notícia de que a arrecadação do município esta em queda e que brevemente irá sofrer corte drástico, já que a arrecadação de ICMS da Usina Hidrelétrica de Jupiá deverá ser distribuída de forma diferente do que é hoje.
Diante disto tem sido implementada uma política de corte de gastos, mas que diante as demandas do município deve ter certo limite. Algumas hipóteses já começam a ser levantadas para amenizar esta possível queda de arrecadação, como por exemplo reajustar o valor do IPTU cobrado pela Prefeitura.
No entanto, a simples cobrança de IPTU nos moldes de hoje parece repetir a mesma dinâmica vista no Brasil, onde uma família com pequeno terreno na cidade paga o mesmo valor por metro quadrado que o especulador imobiliário com vários terrenos na cidade.
Em Castilho-SP tem-se a noticia de que o usineiro e ex-prefeito de um município vizinho anda comprando extensas áreas de terras castilhenses, aumentando ainda mais o já expressivo monopólio sobre a terra neste município. Neste sentido, como está a cobrança de impostos sobre patrimônio em Castilho-SP?? Quanto paga de IPTU os grandes fazendeiros??
É preciso pensar em um reforma tributária também em escala municipal. O Movimento Passe Livre colocou isto em pauta ao reivindicar transporte gratuito, defendendo abertamente a idéia de que os mais ricos de São Paulo subsidiassem este serviço público.
Assim também deve ser em Castilho-SP, diante a queda de arrecadação alguma solução deve ser dada. Sendo assim os mais ricos devem subsidiar os serviços públicos daqui. O poder público castilhense deve assumir a premissa de um Estado capitalista, que em tese deve operar de forma a diminuir as desigualdades provocadas por este mesmo sistema. Para isso deveriam criar mecanismos que inibam a acumulação de riquezas que vem ocorrendo neste município, principalmente no campo.
A realidade tributária em Castilho-SP é algo pouco discutida no município e quando é levantada se faz de forma bastante superficial, como a ideia de aumentar o valor do IPTU de forma geral, algo que onera com maior peso os mais pobres. Mas, e os ricos? Quanto eles contribuem com o município? Esta cobrança de IPTU é proporcional com o patrimônio que alguns possuem??
Quem melhor poderia responder esta questão são os Vereadores, mas para isso teriam que sair deste estado quase que de inércia total em que se encontram.

Dóri Edson Lopes

Acesso em: 25 de julho de 2013

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Minha vida no ônibus





São 10h32min da manhã. Uma chuva se aproxima e a minha eterna falta do que falar fez com que refletisse sobre o transporte dos estudantes castilhenses. Estudei e ainda estudo em universidade pública. Durante esses cinco anos de UFMS, presenciei diversas histórias: ônibus quebrado na estrada, ônibus parado na barreira policial e as inúmeras estórias contadas pelo amigo Ricardo Piau.
As manifestações no ultimo mês tiveram sua origem por melhorias no transporte público. Pois bem, em Castilho há uma justa desigualdade no transporte dos estudantes e um silêncio perturbador dos que sofrem com isso. Assim decidi escrever sobre algumas experiências nessa pugna de conquistar um diploma.
Meu primeiro dia no ônibus foi inesquecível, vários amigos da escola lá iniciando a vida acadêmica, me pintaram! Trágico! Ao longo do tempo alguns foram desistindo e outros chegando, mas o descaso com os estudantes continuava, quando daquela vez em que nos esqueceram na UFMS. Como se esquecem 40 e poucos alunos? Não sei...
Com o tempo as condições dos ônibus só pioravam. Já quebrou marcha, já saiu uma fumaceira danada na ponte. O mau humor dos motoristas era cômico, mas não podemos obrigar ninguém a trabalhar sorrindo, certo? Falar de motorista e sorriso eu me lembro do Bigode, esse sim deixou saudades, sempre sorrindo e quebrando o galho esperando quem estava atrasado.

No meu último dia da graduação, que beleza! Uma van em bom estado! Só que não... A Polícia Rodoviária Federal nos abordou e o veículo estava com os documentos irregulares. Desce todo mundo e bora pedir carona pra chegar a Três Lagoas.
Seria cômico se não fosse trágico, olhar para os estudantes das faculdades particulares utilizando o melhor do transporte castilhense e se perguntar por que nós não temos isso? Como se não bastasse, a picuinha de alguns estudantes quando pegávamos carona no ônibus bom. Caramba, somos todos estudantes e amigos na cidade, mas como o ditado:

”amigos, amigos; ônibus a parte”

Depois de algumas tentativas passei no mestrado. Legal, comecei a estudar de dia, encontrei amigos do Armel na UFMS e o melhor, não tinha ônibus da prefeitura, isso mesmo, o que existia eram os passes para utilizarmos a empresa Reunidas. Tirei xerox da minha vida toda e descobri que tinha uma vacina vencida.
Doeu? Sim, no meu bolso. Já passou um semestre do mestrado e os passes para os estudantes não saíram. Quem sabe quando eu for defender minha dissertação saia. O que importa nessa história é que o transporte estudantil deveria ser lobby para a eleição de qualquer político.
Vídeo de Giovani Francisco
Contei minha história, com certeza há outras do pessoal da UNESP, Faculdades Particulares, cursinhos e transporte das escolas da cidade. Fica aqui a necessidade de união de todos os estudantes castilhenses por um transporte melhor e igual para todos independente da unidade de ensino.
A chuva chegou e com ela a hora do almoço...

Danilo Souza


sexta-feira, 19 de julho de 2013

O MERCADO DOS DIPLOMAS: um relato sobre a incoerência do concurso para professor da rede estadual de MS

Hoje o BLOG abre espaço para o relato da Professora Jeniffer Elen, Mestre em Letras pela UFMS, que teve seu título negado pelo concurso para professor da rede estadual de Mato Grosso do Sul, sob a justificativa de que seu diploma não apresentava em seu corpo a carga horária do curso de Mestrado, fato determinante para a sua não classificação entre as vagas disponíveis.


A princípio nos embasaremos no artigo 48 da LDB: “os diplomas de cursos superiores reconhecidos, quando registrados, terão validade nacional como prova da formação recebida por seu titular”
Acreditamos que isso bastasse para que, em uma prova de títulos de concurso para professor da educação básica do Mato Grosso do Sul, o diploma de Mestrado, Strictu Sensu, da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, fosse contado como pontos válidos, mas foi um engano.
O concurso apresentava em seu quadro, com valor de 2,5 pontos, o diploma de mestrado na área da educação e, na hora de contar os títulos, não aceitou os diplomas como válidos.
 A justificativa dada pela comissão do concurso, ao entrarmos com o recurso, seria o ponto 11.6, na “bendita” alínea c, que exigia a especificação da carga horária e do período (data e ano) do inicio e término do evento. Os diplomas da UFMS, reconhecidos, registrados, válidos em todo território nacional, não eram válidos porque não possuem carga horária, data de início e fim do mestrado, ou seja, o edital exige algo arbitrário e que invalida lei que encontramos na LDB (texto que inclusive era referência para estudar para a parte de conhecimentos pedagógicos da prova).
A questão maior não era a chance de melhorar a pontuação final ou até quem sabe assumir uma vaga, mas pensar que anos dedicados à pesquisa são derrubados por uma alínea “c” ser a justificativa para a não contagem deste título, como se não houvesse utilização dos conhecimentos adquiridos pela pesquisa na prática pedagógica.
O tempo todo somos cobrados nas escolas para participarmos de formações, capacitações, darmos continuidade aos estudos e nos qualificarmos, com justificativa de qualificar/atualizar os profissionais para o mercado (mundo) de trabalho. Entretanto, notamos uma série de formações continuadas sendo oferecidas por diversos meios, porém a questão que contrapõe essa oferta refere-se ao custo dos cursos e as facilidades de emissão de certificados de qualquer espécie sem garantia de qualidade. Pagam-se desde taxas que variam entre valores simbólicos até exorbitantes para obter a “certificação”.
Assim, muitos estão dispostos a pagar o preço que for, pois seria um investimento. Ao participar de cursos, palestras, eventos científicos, enfim, diversas formas de capacitação e qualificação, contudo outros valores são envolvidos com deslocamento, hospedagem, e anuidades.

Junto a estes cursos são oferecidos os certificados “Express”, isto é, aqueles que o indivíduo realiza sua inscrição, paga uma prova e no dia seguinte recebe seu certificado, por e-mail ou sedex. Ao prestar um concurso então eis que surge um momento de cobrarem sua qualificação, pois não se trata mais de qualidade, mais de quantidade. O que vale são os números.
Os certificados devem ser dos últimos cinco ou três anos, ou seja, cursos feitos em 2007, por exemplo, já não significam mais nada, estão desatualizados. O conhecimento deixa de ser experiência acumulada ao longo da vida. Então, candidatos desesperados saem em busca dessa pontuação e procuram aqueles certificados “Express”.
Enfim, esses cursos, acreditem, são válidos e contados em prova de título. Um negócio lucrativo, um verdadeiro investimento para o dono da empresa de certificados.
Assim, é difícil compreender a validação de certos títulos de caráter duvidoso e a não aceitação de um diploma de Mestrado, strictu sensu, reconhecido, registrado e que deveria ter validade em todo território nacional. Capacitamos-nos também pelas exigências do sistema, buscando aperfeiçoamento profissional e este que nos cobra é o mesmo que nega a validade do título de mestre.
Diante dessas ponderações, não sabemos ao certo o que de fato pode contribuir para o ingresso na carreira docente, visto que a cada nova etapa mudam-se as regras, nos deixando de mão atadas.  

Jeniffer Elen






segunda-feira, 15 de julho de 2013

1º Estação Cultura Independente

E está chegando o 1º Estação Cultura Independente de Castilho! Vocês estão ansiosos? Eu estou, e muito! O evento que tem por intuito divulgar ao público a obra de talentosos artistas de Castilho e região, de quebra quer contribuir para o tombamento da antiga estação ferroviária para eventos culturais. E o que mais? A programação ainda promete dar uma animada na pacata cidade!

Comecemos as apresentações dos artistas. Natália Nogueira é uma talentosíssima e inteligente publicitária que nos dará o deleite de apreciarmos seus excelentes retratos. Nati tem um olhar treinado e refinado que certamente nos dará uma ótima surpresa com seu trabalho.
A poetisa três-lagoense Raquel Medina declamará alguns de seus poemas e também participará de uma conversa a respeito de suas produções com o público.
O famoso artista plástico Miguel Luques trará sua linda exposição de quadros com personalidades do cenário mundial, intitulada Pintura em Preto & Cores – Ícones do Cinema e da Música, que conta com uma técnica desenvolvida por ele. O público ainda poderá prestigiar a exposição de fotos: “Ontem e Hoje” que retrata a cidade de Castilho no passado e agora.
O 1º ECIC terá também a banda de rock alternativo independente, Karmas &DNA, de Três Lagoas (MS). K&DNA é uma banda autoral com composições em português, que traz também no som um pouco de folk e shoegazing, estilo de música alternativa que surgiu na Inglaterra no fim dos anos 80. No ano passado o grupo lançou seu primeiro CD e depois de dois meses, o primeiro clipe. A música se chama Cervantes e o clipe é realmente muito bom, assistam!


Contaremos ainda com o jovem escritor castilhense Silva Júnior, autor do elogiado livro “Inverno de 64”, que participará de um bate-papo acerca de sua obra. O livro de ficção com boas doses de drama e suspense foi lançado neste ano e se passa no estado de Oregon, EUA, estado que oficialmente permitia a pena de morte. Dá pra perceber que o tema rende uma boa história, não é?
Teremos também os castilhenses do grupo “O Néctar Mc´s” apresentando seu excelente rap ao público. O grupo de produção independente também tem composições autorais que versam desde temas de cunho crítico social até canções românticas. 



O evento de iniciativa do grupo Opositores e do artista Miguel Luques é totalmente independente e  tem  apoio da LoucaAção, Photo Luz e Cabana Espetos. Esperamos que esta iniciativa instigue os órgãos próprios do município a realizarem mais eventos como este em Castilho.
No encontramos no dia 27 de julho às 20 horas na Estação Ferroviária. Até lá!

Thaís Coelho

sábado, 13 de julho de 2013

Meu dia do rock




Hoje, dia 13 de julho, os rockistas comemoram o dia mundial do rock. Pra muitos, mais do que um gênero musical, trata-se de um estilo de vida, um modo de pensar, ver e sentir o mundo.  O dia dos caras de camiseta preta está quase acabando, e eu aqui em casa, dando aquela faxina de fim de semana, tocando a vassoura e curtindo um Red Hot, tive um insight de um texto natimorto.  
Tem sempre aquelas músicas peculiares, que fazem parte de algum momento especial ou que fazem a gente ficar animado. Não sei se é com todo mundo, mas sempre fico entusiasmado ao ouvir Livin’ on a Prayer, do Bon Jovi, ou The Kids Arent Alright, do Offspring. Sei lá, são músicas empolgantes!
Tenho vários rocks que fazem parte de algum momento especial da minha juventude e tals, e vou tentar falar deles, situando o contexto e dizendo o porquê deles serem importantes. Ouvir Descobrimento do Brasil, da Legião, por exemplo, sempre me faz lembrar da Magrela.
Quando garoto eu tinha uma banda chamada Falange junto com meus primos Sóter e Saulo e com os parças Renato e Rodolfo. Ensaiávamos num “estúdio” nos fundos da casa dos Luciano Nóia. Já há um tempo eu e o Rodolfo tentávamos tirar The Trooper, do Iron, e resolvemos arriscar tocá-la num dos ensaios. Quando começamos a tocar o primeiro riff, em dueto, o Nei, o Gão, e outros os caras mais velhos de rock da cidade vieram nos ver, surpresos com nossa audácia. Lembro deles dizendo: -Olha a molecada mandando um Iron, véi! Porra! Ficou massa! E essa é a primeira música desse texto: The Trooper! (tenho um VHS da gente tocando)

A segunda é uma música do Helloween. Fomos tocar em Três Lagoas, num bar chamado Jaboo. Claro, fomos jogados pra última banda e quem já foi nesses festivais sabe o que é ser o último a tocar. Lembro que eu e o Rodolfo dormimos num sofá e lá pelas cinco da manhã o Renato vem nos acordar, dizendo que era nossa vez de tocar. Estava todo mundo chapado, cansados do bate cabeça. Entretanto, quando começamos a tocar todos se levantaram e partiram novamente pro bate cabeça. Os donos do bar quiseram fazer a gente parar, mas todos gritavam pra deixarem a gente tocar mais. A segunda música: Power, do Helloween. (no dia eu detonei na hora do solo)

A terceira e última música é de nossa autoria: Eu quero é que se foda! Não tivemos muitas músicas, apenas esta e outra chamada Pati Girl (eu tinha o áudio dessa, mas não sei onde foi parar). Não tenho nenhuma gravação de Eu quero é que se foda!, mas lembro de um pedaço da música. Dizia:

Eu quero é que se foda!
Eu quero é que se foda!
Ninguém tem nada a ver com meu cabelo
Ninguém tem nada com a minha vida
Se liga na foda seu otário
Ninguém tem nada a ver se eu não trabalho

Pueril, eu sei, mas era massa ver todo mundo cantando e vindo falar que a música é fera demais. E é massa ter esses momentos pra contar. E tem mais muitos causos da época do rock. Tinha o São Rock naquele salão do Alípio, um mini Woodstock que fizemos na praça, meu irmão gritando “morte aos pagodeiros”, os Toma Rock dos compadres Nathan e Piruquinha. E isso aí é um pouquinho do meu Dia do Rock. Long live Rock’n Roll!

Márcio Antoniasi