As águas da amnésia: a câmara bebeu dela?

Quem participou, no último sábado, da reunião do Conselho Popular que luta contra a concessão do sistema de água e esgoto de Castilho, pode perceber que a paciência dos membros para com a câmara de vereadores está acabando.  

Desde que Joni participou de uma grande assembleia e afirmou seu apoio ao movimento, o Conselho vinha recebendo a visita de alguns vereadores, dentre eles, inclusive, o atual presidente da câmara, em que demonstravam, assim como o prefeito, o seu apoio à luta, primeiro, como cidadãos e consumidores insatisfeitos e, segundo, como figuras políticas, representantes do povo. Entretanto, assim como o transtorno causado pela falta de água neste fim de semana, a falta de memória e ação desses que dizem (?) apoiar tem incomodado o movimento.

O estopim desse incômodo se deu pelo fato de que na última sessão extraordinária a secretaria da câmara municipal (palavras de um vereador), simplesmente, teria “esquecido” de por em votação a lei do referendo que possibilitaria uma consulta popular sobre a permanência ou não da empresa Águas de Castilho (CAB AMBIENTAL).  Digo o estopim, pois, o desgaste entre o Conselho Popular e a Câmara já vinha se dando por conta de o jurídico desta dar como incerto a força deliberativa do referendo, o que contraria a afirmação de especialistas procurados pelo Conselho em que afirmam o poder de decisão da consulta.

Todos esses fatos tem gerado grande desconfiança sobre o apoio dos vereadores e sua real intenção ao participar do Conselho. A atuação morna e “esquecida” de alguns deles tem sido, no mínimo, de pouca inteligência, pois, o foco da luta, que antes estava exclusivamente sob os abusos da empresa, aos poucos, tem se voltado, também, para a Câmara Municipal, prometendo, ao contrário do que aconteceu  no último fim de semana, não faltar água pra respingar em todos. Aliás, o Conselho já cogita convocar, se necessário, uma grande manifestação para as próximas sessões.

Por fim, uma questão se impõe aos vereadores: será que vale a pena tomar a frente da empresa? Ou seria melhor dizer: quanto vale a pena?

Opositores