Uma
crítica generalizada é uma causa ou um efeito? Nas que tenho feito e
participado creio ser um efeito, especialmente em relação à câmara de Castilho
e sua atitude passiva quanto ao problema “Águas de Castilho”.
Tenho
participado do Conselho Popular e acompanhado de perto a sua luta junto à
prefeitura e câmara por apoio a essa causa. Em uma grande assembleia no início
do ano, Joni esteve lá, distribuiu tapinhas nas costas e promessas de estar de
acordo com a luta do Conselho e disposto a ajudar. De fato, em comparação com a
câmara, Joni tem sido menos passivo e mais coerente em relação ao que disse. Já
a câmara, merece um parágrafo a parte.
Desde o início do ano, o Conselho
tem intensificado a articulação junto à câmara e promovido reuniões em diversos
pontos da cidade, no intuito de conscientizar e instigar a população ao debate
e à luta contra a privatização. Participei de algumas reuniões e, para minha
grata surpresa (naquele momento), pude observar a presença constante de alguns
de nossos vereadores novos, inclusive do presidente da câmara, em que
demostravam grande disposição em ajudar. Entretanto, quando a articulação para
a realização do referendo se iniciou, a relação ficou, no mínimo, um tanto
confusa. Percebi, desde então, que a frequência deles diminuiu, assim como o
apoio.
Nas últimas semanas, dois fatos
antagônicos me fizeram refletir sobre a atuação de nossa câmara. Na verdade,
algumas notícias me fizeram refletir. A primeira refere-se à reunião com o
diretor geral da concessionária, convocada pelos vereadores. Pelas informações
que obtive (divulgadas pela imprensa), nossos representantes pediram o encontro
para consultar sobre algumas possíveis reduções na tarifa e a única coisa que
conseguiram da empresa foi um show de frieza e uma lição sobre o contrato
firmado, além do anúncio de mais reajustes.
Senti
vergonha por eles. Deu a impressão de que a reunião foi uma tentativa de “tapar
buracos”, de conseguir alguma migalha da concessionária para ser usada como
escudo político e álibi diante da passividade em relação ao referendo. Acreditaram
que, talvez, haveria alguma “bondade” escondida no coração capital selvagem da
empresa. Foram inocentes. Não há bondade e nem coração, só capital.
Em
contrapartida, na última segunda-feira (09/09/2013) soube (também pela
imprensa) que a câmara de Andradina aprovou uma CEI para investigar possíveis
irregularidades no contrato firmado entre a prefeitura e a concessionária que
administra o serviço de água e esgoto de lá, que, por coincidência, é a mesma
empresa de Castilho (Cab Ambiental). Por mais que a câmara de lá possa ter sido
omissa no passado (como a daqui também foi) ao aprovar esse mesmo contrato,
hoje demonstram “arrependimento” (obviamente, pensando politicamente) e,
principalmente, coragem para encarar o problema como deve ser encarado, sem
“tapar buracos”, mas usando os instrumentos adequados (CEI).
“Tapar
buracos” é sempre mais rápido e, por ser uma solução superficial, exige uma
atitude repetitiva: tapa-se um buraco hoje, ele abre amanhã. Com isso, tem-se a
impressão de “trabalho” constante, de ação. O que tenho observado em grande
parte de nossa câmara é o interesse em resolver e, principalmente, divulgar
ações que, por mais que sejam úteis, são pequenas e, a meu ver, sem necessidade
da intervenção da câmara para serem feitas, bastaria a vontade dos setores
responsáveis, exemplos: “instalação de bebedouro”, de “redutor de velocidade”, “limpeza
e manutenção de prédios públicos” ou “lista de remédios para os ACS”. Porém, em
questões mais “complexas”, como a lei referendo e a lei de tombamento
municipal, eles tem se desviado, demonstrado pouco interesse diante da
complexidade da causa.
Como
eu disse, é mais fácil e mais visível “tapar buracos”. Naturalmente, diante do recuo daqueles que um
dia se mostraram interessados e do silêncio dos que se omitiram, as críticas
acabam sendo gerais, respingando em todos da casa. E a cada resposta às
críticas (às vezes indiretas) fica mais claro a preocupação em, principalmente,
manterem o cargo, nada novo no cenário político castilhense. A renovação que
todos esperavam tem se revelado a perpetuação de uma ideologia.
PS: Este texto tratou de cargos públicos e suas ações, qualquer semelhança com a vida pessoal está em sua cabeça.
PS: Este texto tratou de cargos públicos e suas ações, qualquer semelhança com a vida pessoal está em sua cabeça.
Samuel Carlos Melo
E na hora de batalhar pra obter os votos que os elegeram as promessas são tantas, mesmo sabendo que não poderão fazer algumas coisas. Mas afinal, pra que eu vou melhorar a cidade e a transformar num modelo? Se eu fizer isso não vou ter mais nada pra prometer pra ser reeleito na próxima campanha.
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