Há algumas semanas Castilho foi
sacudida com duas notícias bombásticas sobre a suspeita de estupros em escolas
municipais. Alarmismo, apocalipse, opiniões e linchamentos. Onde esse mundo vai
parar?
Quem é o suposto estuprador? Quem
fez essa barbaridade? Não importa! O negócio é linchar o primeiro desavisado
que passar na frente, descontar a raiva que as notícias datenísticas nos causaram com o passar dos anos, e depois apurar os fatos. Investigação, processo legal, ampla defesa?
Isso é frescura, coisa de boiola. Voltemos aos tempos da caverna e decidamos
nossas diferenças pela força.
Vi esse vídeo e me senti muito
mal. Estamos bestializados! Temos twitter, wireless, touch screen, e um porrete
embaixo do banco do carro pro caso de uma fechada no trânsito. Cada vez mais
conectados e descolados; cada vez mais solitários e agressivos. Setecentos
amigos no facebook e, quando adoecidos, é a mãe, já velhinha, quem está presente.
Julgar, eis a primeira reação. E
o pior é ver também alguns veículos de comunicação caindo na mesma cilada. O
agravante é que na internet é aquela história de espalhar penas ao vento: nunca
mais se retorna ao estado inicial. Percebi que muita gente se horrorizou e
“divulgou” a notícia ruim, mas a retratação quase ninguém viu. É aquele velho
gosto pelo bizarro, pelo sadismo.
Nos dois casos castilhenses e no
vídeo a acusação inicial propagada foi logo modificada após uma pequena
apuração. Inocentes foram inocentados, bons serviços foram reconhecidos e as
coisas voltaram quase ao normal. Claro, tudo que sobrevém em nossas vidas acaba
deixando marcas, umas mais perceptíveis e outras nem tanto. Espero que para os
protagonistas injustiçados seja a segunda opção. Aos julgadores: calma lá,
meritíssimos.
Márcio Antoniasi
Agradecida pelo texto...
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