Nos últimos dias, os
jornais, TVs e internet têm sido tomados por notícias sobre diversas
manifestações públicas no Brasil e no mundo.
Além do genocídio de
índios em Mato Grosso
do Sul, tem sido noticia no Brasil as manifestações de jovens em varias
capitais do país que lutam contra o aumento de tarifas do transporte público.
Em três destas capitais o movimento que é basicamente estudantil saiu
vitorioso, barrando o reajuste das passagens do transporte público, um tipo de
serviço público que é terceirizado no Brasil, mas que não deixa de ter os
lucros subsidiados pelo Estado.
Dentro deste contexto de
levantes populares, o destaque maior têm sido os intensos protestos populares na
Turquia. A chamada grande mídia brasileira, dominada por uma oligarquia
midiática onde seis famílias controlam 70% dos meios de comunicação[1]
afirma que estes protestos se dão devido a decisão do governo turco de destruir
uma praça pública para a construção de um Shopping Center na capital, Istambul. No entanto, seria duvidar
da inteligência das pessoas relacionar estes grandes protestos a apenas uma
questão ambiental, de preservação de espaços verdes, como os órgãos de imprensa
têm tentado fazer acreditar.
A destruição de uma praça
para a implantação de um centro comercial é na verdade apenas a ponta de um
iceberg de insatisfações com uma política neoliberal que tem privatizado
espaços públicos e a gestão do serviço de água na cidade de Istambul.[2]
Revolta dos jovens turcos foi resposta à privatização de Istambul. Levante revela emergência das lutas pelo Comum urbano e ambiental.
Já em Castilho/SP, logo após a maior greve da
história do município promovida pelos servidores públicos, o Conselho Popular
de Moradores que luta pelo fim da concessão do serviço de água e esgoto lançou
a campanha “Fora Águas de Castilho. Referendo Já!”.
Trata-se de uma mobilização
popular, cujo objetivo é promover um Referendo onde a população opinará
democraticamente através do voto qual deve ser o futuro da privatização do
saneamento básico em Castilho/SP. Será a primeira consulta popular para decidir
sobre um serviço público na historia do município, algo inédito também em
escala nacional. O resultado deste Referendo pode ter poder decisório diante da
Justiça.
Desde já, o Conselho
Popular trabalha pela campanha de fim da concessão do serviço de saneamento
básico no município.
O que estes fenômenos
sociais têm em comum, guardadas as devidas proporções, é que fazem parte de um
amplo contexto de resposta popular a políticas neoliberais que há décadas vem
sendo implantadas no Brasil e no mundo, inclusive em Castilho-SP. O
neoliberalismo busca a desregulamentação de leis que garantam direitos sociais.
É a tentativa, por exemplo, de por fim às garantias trabalhistas da
estabilidade no emprego, além de reformas do Estado como a privatização de
setores estratégicos como da energia elétrica, telecomunicações, minérios,
petróleo, e a entrega de serviços públicos, como o da água e esgoto.
No momento, o Conselho
Popular de Castilho/SP reivindica o fim da privatização do serviço de água e
esgoto, mas pode e deve estar marcando o início de uma tendência em Castilho e que vem se
desenvolvendo em outros lugares, onde a sociedade começa a reivindicar maior
participação nas decisões de Estado e, principalmente, maior controle sobre
serviços públicos. Ao que parece, cada vez menos é aceito passivamente a
construção de usinas de álcool, reformas de hospitais particulares, construção
de portal de entrada ou concessões de águas e esgoto sem que tudo isto seja uma
decisão popular.
Dóri
Edson Lopes
Meu caro Dóri, o que você pensa acerca disso, o PT, com as recentes privatizações, estará se rendendo a política neoliberal? Abraços.
ResponderExcluirCom certeza Lourivete... Penso que o PT tem cada vez mais sucumbido a pressao de empresarios.
ResponderExcluirDóri Edson
todos tem seu preço, certo? o PT tem o seu, e os outros partidos também, uns mais caros outros nem tanto.... agora tem mais uma, na hora que a empresa em questão cobrar de volta o que ela deu para aqueles lá aprovarem a venda da água, ai a coisa vai coisar! uns ja gastaram td, outros nem conseguiram reeleger e estao de volta ao mundo real... ainda tem muita água pra passar debaixo desta ponte....
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