domingo, 29 de setembro de 2013

ALL e Cab Ambiental: dessas empresas parasitas


É fato, o mundo vive um momento de grande parasitismo do capitalismo. Parasitismo esse no sentido do capital captar do Estado as garantias de lucratividade que o sistema por si próprio não é mais capaz de oferecer.
Exemplos disto são vários, no entanto, fiquemos com alguns casos mais atuais, como a recente realização de leilões do governo federal na tentativa de terceirizar a exploração de rodovias federais e de poços de petróleo do chamado Campo de Libra, onde estão parte dos recursos minerais do propagandeado pré-sal.
 Estes leilões fracassaram e a justificativa do empresariado e da grande mídia é a de que as condições não eram suficientemente satisfatórias. Na verdade os contratos previam investimentos da iniciativa privada nestas concessões, o que tornou o negócio pouco atrativo.
Se considerarmos os moldes de como têm sido feitas as privatizações no país é fácil perceber que os empresários querem assumir concessões de serviços públicos sem precisar fazer qualquer tipo de investimento.  Na visão destes ‘empreendedores’ é o Estado quem deve promover todos os custos do negócio.
Por estas bandas da Noroeste Paulista não é difícil notar exemplos desta política. A privatização da ferrovia que passa pela região demonstra isso.  Por exemplo, no último dia 17 de setembro ocorreu mais um descarrilamento de trem da empresa América Latina Logística – ALL, onde onze vagões carregados com aproximadamente 500 mil litros de diesel tombaram próximo ao distrito de Paranápolis.
Tudo indica que a razão para o acidente teria sido a má conservação da estrada de ferro. Provavelmente, dormentes que deveriam ser trocados e não foram.
Não é a primeira vez que os acidentes com trens da ALL aterrorizam a população da região. Em 1999 outro descarrilamento da mesma empresa provocou o incêndio de milhares de litros de combustível em uma área próxima ao perímetro urbano de Andradina-SP, ferindo algumas pessoas e apavorando a cidade inteira, tamanha a proximidade com a área urbana.
Ao que tudo indica, manutenção de rede férrea não é o forte da ALL, basta ver as freqüentes noticias de descarrilamento. A histórica ponte ferroviária Francisco de Sá, inaugurada em 1926 e que liga o estado de São Paulo a Mato Grosso do Sul, está praticamente abandonada, onde a ferrugem corrói suas barras de aço.
O ramo de atividades da ALL não parece ser o dos menos lucrativos, ao ponto que impeça investimentos. Em maio deste ano o site do Jornal Impacto divulgou matéria que trata da retirada dos trilhos do centro da cidade de Andradina-SP. No artigo é destacado o fato de a prefeitura andradinense cobrar da ALL uma indenização de “R$ 50 milhões, que representa 1% do lucro anual da empresa”.
Ou seja, trata-se de uma empresa com margem de lucro que gira em torno dos 5 bilhões de reais por ano, mas, ainda assim, não quer dizer que vá cumprir com a mínima obrigação de zelo pelo patrimônio herdado nestas concessões de serviços públicos.
Para se ter uma idéia do parasitismo estatal que se vive, a retirada da linha férrea do centro da cidade de Três Lagoas-MS está sendo feita pelo governo de MS, juntamente com o DNIT. Conforme o “Jornal Impacto on line” o custo desta mesma operação em Andradina-SP esta orçado em aproximadamente R$ 100 milhões e a esperança do prefeito andradinense é que deputados governistas intervenham para que a “transferência dos trilhos entrem no orçamento da União”[1].
Assim, a transferência dos trilhos dos centros destas cidades vai ser feita com recursos do Estado. Ou seja, a realidade é bem diferente da ideologia que preconizava que a privatização desta ferrovia era necessária tendo em vista a impossibilidade do Estado em fazer este tipo de investimento.
O que se vê é que a ALL não é capaz de promover nem mesmo a simples manutenção de dormentes, o que dirá de uma obra de importância que envolve a segurança de moradores que convivem com vagões de combustível circulando próximos às suas casas.
 O caso da ALL é bastante parecido com o da Cab Ambiental, que tomou conta do serviço de água e esgoto de Castilho e de Andradina. Herdaram toda a infraestrutura e transformaram um serviço público essencial em puro negócio. Os investimentos são quase nulos e ainda assim, o pouco que se faz é, muitas vezes, pago com dinheiro público, vide o programa lançado pelo governo federal que irá destinar milhões às concessionárias de saneamento básico.
São casos típicos de uma era de capitalismo parasitário, de conglomerados de empresas que se apóiam no Estado como forma de garantir suas taxas de lucros. As privatizações são sinais disso. Os financiamentos estatais para empresas cumprirem suas obrigações como concessionárias de serviços públicos revelam ainda mais o caráter parasita do atual momento do mundo capitalista.
A era de capitalismo dinâmico, da livre iniciativa, do Estado mínimo, do mercado como indutor de bem estar social, essa era passou, se é que algum dia existiu. Hoje, mais do que nunca, reinam os monopólios e seus abusos do tipo da telefonia e da energia elétrica, o parasitismo estatal do tipo dos pedágios e da ALL, o predadorismo ambiental dos eucaliptos, da cana-de-açúcar, das mineradoras e os esquemas do tipo da Cab Ambiental.  


sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Econg denuncia: VAZAMENTO DE ESGOTO IN NATURA CONTAMINA AREA DE APP EM CASTILHO

A pedidos da Econg, da AMA e do Conselho Popular de Castilho-SP, o grupo Opositores vem publicar denuncia de vazamento de esgoto em área de preservação ambiental.


Vazamento de esgoto in natura de grande monta esta contaminando área de APP no bairro Laranjeiras. Este vazamento esta acontecendo há mais de 30 dias sem que Águas de Castilho tenha tomado qualquer providencia para coibir este crime ambiental. Mas também nenhuma autoridade fiscalizadora teve qualquer iniciativa para resolver esta situação gravíssima que acontece desde 2009, quando a privatização se dava nos bastidores da suja política da época entre a AC, Prefeitura e grande parte dos vereadores.

A Econg, entidade de defesa do meio ambiente esteve no local e irá na próxima segunda-feira, dia 30, encaminhar  denuncia ao MPE, pois segundo a diretora da entidade esse vazamento no local é um ato costumeiro e sempre  acaba contaminando o lençol freático e  nascentes.

Nas palavras de uma moradora, o que acorre é um “descarte de merda misturado com águas de lavagem de roupas e cozinha, uma vergonha o que a empresa faz aqui e em Andradina sem que o povo vá as ruas pra acabar com esta pouca vergonha criada por políticos corruptos e que ainda hoje vivem as custas do dinheiro publico", desabafa a moradora.


Gilson Carreteiro, responsável pela área afirma que o descaso é muito grande com a situação e que esteve nesta sexta-feira por volta das 15 horas na Policia Ambiental de Castilho, mas que não foi feito boletim de ocorrência já que segundo policiais foi contatada a CESTEB para acompanhar o caso neste sábado. Membros da Econg estranharam o fato da CETESB acompanhar a denuncia, já que a estatal é sócia da Águas de Castilho na concessão escandalosa da água e esgoto desde 2010. Para a Econg é caso para o Ministério Publico Estadual e será levado na segunda dia 30 em Andradina.





Fotos de abandono e descaso com o saneamento básico em Castilho
fonte: Econg


ECONG

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Águas de Castilho: transbordando desrespeito

Após ler uma noticia no site Portal Castilho na qual tratava sobre um vazamento no reservatório de água do bairro Nova Iorque, fui tomado por uma inquietação que culminou neste texto. Segundo o site, o problema não é novo e está já há algum tempo ocasionando o desperdício de milhares de litros d’agua, trazendo transtornos aos moradores locais.
O que me ocorre é: como que uma empresa que cobra taxas abusivas sobre um recurso que é essencial para a vida trata o mesmo com tanto descaso? Falo isso não só pelo fato ocorrido no bairro Nova Iorque, mas por ser um cidadão castilhense que também depende dos serviços prestados pela mesma. Falo como cidadão que abre a torneira e, ao invés de água, sai ar ou, às vezes, a água está tão branca que me pergunto se tem vaca escondia no subsolo, sem contar o transtorno que tenho todo mês com a leitura, já que o hidrômetro zangado de tanto trabalhar não possibilita que a conta seja impressa no ato da medida.
As minhas reais intensões com este texto é de alertar, de provocar uma reflexão sobre uso não consciente da água, recurso este indispensável à vida. Alguém se lembra daquela música do Guilherme Arantes, que tem um trecho que diz: “Terra, planeta água, Terra, planeta água, Terra, planeta água.” Pois bem, a Terra tem sua superfície coberta por cerca de 70% de água, mas não se engane com os números, pois somando toda água existente do planeta em um total de 100% veremos que 97,3% é água salgada e 2,7% água doce, o que já seria uma porcentagem pequena, mas não para por aí. Fracionando essa água doce existente entre geleiras, aguas subterrâneas, rios, lagos e atmosfera o que nos resta são apenas 0,007% dessa imensidão azul.



É por isso que se deve ter uma atitude responsável no que se refere à preservação da água e isso vale tanto para cidadão comum como para grandes empresas. De acordo com o Atlas de la mondialisation (2008) cerca de 70% da água potável do mundo é utilizada com agricultura, 20% na indústria e 10% no uso doméstico. Citarei alguns exemplos da utilização da água em nosso dia a dia e que podem ser minimizados com um pouquinho de boa vontade. De acordo com a Sabesp: Um banho de ducha de 15 minutos, com o registro meio aberto, consome 135 litros de água. Escovar os dentes em cinco minutos com a torneira não muito aberta, gasta 12 litros de água. Ao lavar o rosto em um minuto, com a torneira meio aberta, uma pessoa gasta 2,5 litros de água. Uma bacia sanitária com a válvula e tempo de acionamento de 6 segundos gasta de 10 a 14 litros. Numa casa, lavando louça com a torneira meio aberta em 15 minutos, são utilizados 117 litros de água. Ao molhar as plantas durante 10 minutos o consumo de água pode chegar a 186 litros. Ao lavar um carro com uma mangueira não muito aberta, gastam-se 216 litros de água. Atenção aos pequenos vazamentos àquelas gotas que insistem em pingar da torneira da cozinha significa um gasto extra de 46 litros por dia. 
E aí, Águas de Castilho? Se uma torneira pingando gasta 46 litros por dia, quanto não está gastando o vazamento lá no reservatório do Nova Iorque? E quem vai pagar a conta?
Algumas de nossas ações do dia a dia podem ser policiadas e até mudadas. Estas ações envolvem certos hábitos e atos inconscientes (ou não) que, aos nossos olhos, não são prejudiciais a ninguém, mas que, somadas aos atos e hábitos de tantos outros bilhões, podem prejudicar a todos. Ações simples como um “bom dia”, um acenar de mão, um gesto de solidariedade, não jogar o lixo nas ruas, fechar uma torneira, entre outros tantos, faz toda a diferencia no final. Fica a dica!

Rodrigo Ferreira Costa
(Professor de Geografia)

Referências




segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Vagalumes Cegos


Nem sei
Dessa pressa toda
Dessa gente tanta
Meios-dias feios
Desses dias chatos
(Vagalumes Cegos, Cícero)

Ultimamente tenho estado numa crise existencialista. Sei lá. Por que a gente faz as coisas que a gente faz? Por que tomamos certas decisões? Acho que isso depende da ambição de cada um. O desejo de ser alguém, de ganhar bem. Ou ter uma família, cuidar da horta, qualquer coisa. Não precisamos de muito para viver, isso é fato. Mas a vaidade nos consome. Sabe aqueles textos que você lê na internet sobre pessoas que largaram tudo pra ter uma vida simples e feliz? É mais ou menos sobre isso que tenho pensado.
Lembro-me de um status do autor Antonio Prata, que curti no Facebook dias atrás, sobre a pressa com que fazemos tudo e a “recompensa” que talvez um dia tenhamos em abdicar de tanta coisa.

“[...] Outro dia, reparei que sempre escovo os dentes com pressa, como se estivesse atrasado para um compromisso. Que compromisso é esse? Não sei. É como se houvesse nascido atrasado, chegado ao mundo meia hora depois e a todo instante tentasse recuperar os minutos perdidos. Talvez por isso me sinta mais acolhido nos dias de semana, dedicados ao trabalho e suas promessas. Alguma hora, ali adiante, a crônica estará pronta, o livro estará editado, o roteiro estará filmado e a concretização desses projetos, acredito, me trará sei lá que conforto, sei lá que certeza sobre mim mesmo --mas nunca traz. Por que se agoniar olhando para a direita do ponto final em vez de se contentar com o que há à esquerda? (Um dia, estarei eu à direita do ponto final e aí não haverá mais o que olhar.)”  

Parece que não podemos perder tempo com nada. E pra que? Pra que precisamos ser, ou ter algo. Não há espaço para perdedor, temos sempre que ser os melhores, vencer, vencer e vencer. Passar naquele concurso cobiçado, ter aquele emprego almejado por todos, ser o que todos querem ser. Não temos tempo a perder.

Talvez esteja filosofando e viajando demais. Não sei. Mas de uma coisa sei, como tempo tá passado rápido! Jesus do céu! O ano está quase acabando e já é tempo de tomar decisões importantes. Os dias passam e eu não vejo. A semana acaba e eu ainda tenho um monte de coisas pra fazer. E sempre aquele velho dilema: viver ou ter?

Eu que já não quero mais ser um vencedor
Levo a vida devagar pra não faltar amor
(O Vencedor, Los Hermanos)

Thaís Coelho


sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Por amor às causas perdidas, ou aos que têm sonhos


             Fui, há um mês, à Conferência Municipal de Cultura. Queria descobrir o que está acontecendo em nossa cidade, afinal, enquanto atriz amadora, o que me resta é lutar pelo que está aqui, como  formação de novos artistas, de plateia, das políticas públicas...
            Fiquei maravilhada com aquilo tudo. Pessoas de vários bairros,  idades, classes sociais e de todas as artes discutindo os rumos....diferentemente da Conferência de Educação, as pessoas não pareciam estar com pressa, falavam, voltavam o assunto, não olhavam no relógio... quase ninguém ali ganhava a vida com arte, essa coisa do amador que Boal dizia, dos que amam a dor, se fazia realidade num sábado frio e chuvoso.
              O que mais me chamou a atenção foram os meninos do skate, eles falavam com tanta propriedade acerca dos seus direitos, que eu realmente me pergunto o porquê deles ainda não terem sido ouvidos (na verdade, eu sei bem o porquê), aquela inquietude dos jovens, sempre!
            Então, o que foi comum a todos os grupos temáticos, foi a utilização dos espaços públicos como locais de disseminação da cultura, tão óbvio e quase tão distante da nossa realidade!
            Morei, durante alguns anos, perto de uma praça enorme aqui da cidade, a que fica em frente ao Tiro de Guerra. Naquela época, em que eu ainda fazia graduação e sonhava e planejava um mundo melhor, com os métodos educacionais que não ensinassem a obedecer, e sim o diálogo e a subversão, imaginava então, em ficar lá na praça, levar um monte de livros e ficar lendo com as pessoas, promover saraus e dar vida àquele espaço e sentido à leitura, o leitor literário é formado quase que por paixão, não pela dor e por obrigações.
            Mas tudo isso, assim como tantas outras coisas não passaram de planos, talvez fossem necessários vários anos depois para conseguir saber o que fazer, tentar fazer.
            Nesse dia, o da Conferência, ganhei um desenho de uma amiga, com uma dedicatória que me deixou  com os olhos marejados: "Para você, Paulinha, que tem sonhos de mudanças e criações". Foi então que eu me perguntei mais uma vez: "Onde eu estive esse tempo todo, em que eu não lembrava dos meus sonhos ?"

            Sonhar parece tão difícil na nossa sociedade. Na minha idade. Lembrei-me das muitas vezes em que fui chamada de Quixotesca nessa Terra da Bolacha, talvez por culpa dos ventos enlouquecedores, tais quais os da região de La Mancha,esses que lá no fundo, me fazem acreditar que as causas não são e não estão perdidas.



Paula Dyonisio

terça-feira, 17 de setembro de 2013

#Chorão, Champignon e a morte da geração que dava cavalo de pau com a boca


Salve, exegetas de bula de AS.

                O texto de hoje requenta um assunto já frio, mas tocante e que rememora meu dias de mocidade. Há alguns dias o Champignon, baixista do Charlie Brown meteu uma bala na boca. Seguiu seu líder, Chorão, que também morreu há pouco tempo, de overdose. E assim acabou a última grande banda de rock do Brasil.

                Lançada em 97, o CBJr foi a segunda grande descoberta do produtor Rick Bonadio. A primeira tinha se espatifado na Serra da Cantareira no ano anterior. Sim, estamos falando dos Mamonas Assassinas. Interessante, tive curiosidade de escutar o primeiro CD do CBJr esses dias e vi o quanto ainda havia algo do Mamonas ali, na irreverência das letras e tal. Os músicos de ambas as bandas eram muito bons.

                Mas é fato que eu nunca gostei de Charlie Brown Jr (vá lá, salvo Quinta-Feira). Nunca. Talvez porque um tempo antes de eles estourarem minha irmã trouxe pra casa duas k7s (quê isso?) da Legião Urbana. Eu entrava na adolescência e as letras do Renato Russo eclipsaram qualquer possibilidade de curtir CBJr ou Raimundos ou qualquer coisa surgida nos anos 90. Eles eram meus contemporâneos, mas eu tinha o gosto de uma pessoa 10 anos mais velha. Mas os colegas de escola todos adoravam Cbjr, e eu odiava cada um daqueles filhos da puta. Eu era looser, e CBJr era som de gente esperta, ou metida a. Eu me lembro de levar o Tempestade pra tocar em sala de aula. Óasideia. Logo o Tempestade. Lembro dos protestos acalorados dos caras...rs. O Márcio Antoniosi era mais eclético, curtia Legião e também Charlie Brown. É que ele não levava a Legião como religião. Talvez por isso ele a tenha abandonado em nome do satanismo e do heavy metal.

                Penso que a grande diferença entre Chorão e Renato Russo foi sócio-econômica. Renato era burguês, tinha grana e acesso à cultura. O rock era uma válvula de escape, mas não um meio de sobrevivência. Já Chorão era só um moleque pobre que vagava pelas pistas de skate de Santos. E isso refletiu na arte de ambos. Renato pode ousar mais com a Legião. Chorão perseverou até chegar ao sucesso. Lá chegando, lutou com unhas e dentes para não sair, sem ousadia, indo sempre no seguro, no da moda. Isso tornou o CBJr repetitivo e Chorão também. Sempre as mesmas músicas espertas, sempre a mesma postura adolescente. Enjoou.

                Na verdade, como todo rock star, Chorão era um mentiroso. Pregava ser o camisa 10 que joga até na chuva. Mas morreu sozinho, alucinado, num apê que mantinha pra se chapar. Champingnon, depressivo e armado, suicidou-se trancado num quarto, deixando mulher grávida e tudo. Juro que esse fim não condiz com a empáfia daqueles moleques que apareceram na década de 90. Eles pareciam invencíveis. Doce ilusão.

 
 
Juliano Cardoso
 

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Proteção ou ganância?

Nessas últimas semanas estamos vendo cenas de uma novela, onde o governo estadunidense está numa dúvida cruel: atacar ou não a Síria.
Barak Obama, atual presidente dos EUA, é um governante que está buscando apoio do congresso para começar mais um massacre, mais um para a coleção de “trunfos” diante de países que tem ligações com o “terrorismo”.
O governo estadunidense tem declarado guerra a todo povo Islâmico. Tem perseguido todo aquele que crê nos ensinamentos de Maomé, e com essas atitudes tem demonstrado que são contra a liberdade religiosa.
Bashar al-Assad está como líder de estado na Síria e tem dado continuidade ao governo anterior. Tem em suas mãos um país que está na mira de grandes investimentos, um deles, ou o maior deles, é um gasoduto que seria  de US$ 10 bilhões, de 6.000 quilômetros está definido para iniciar no campo de gás de Pars, no Sul do Irã (a maior do mundo, compartilhada com Qatar), e passar pelo Iraque, Síria e, finalmente, Líbano. Em seguida, ele poderia ir por baixo do mar Mediterrâneo até a Grécia e além, ligar-se ao gasoduto árabe, ou ambos.
Depois dessas informações, vejo que o motivo de uma invasão não se dá por política e sim por poder. Filmes como Independece Day trazem os EUA como um governo que só quer o bem da humanidade e, por isso, busca “protegê-la” de qualquer ameaça, mesmo que sejam extraterrestres ou até mesmo islâmicos.
Para “proteger” a população mundial vale tudo. O UFC tem regras, os EUA não. Quando trata-se de proteção, vale invadir dados sigilosos de qualquer país, mesmo que seja um país considerado aliado, vale matar milhares de pessoas em guerras como vimos na invasão ao Iraque e Afeganistão, e até mesmo estourar uma bomba químico-biológica na Síria criando assim um factóide.
O embate com os países árabes não é a religião ou a falta de democracia, mas sim Petróleo e Gás Natural. Você pode se perguntar: a democracia não é importante? Claro que sim, defendo e apoio mecanismos que levem países a vivenciar a democracia, a laicidade. Democratização não surge de um dia para outro, isso passa por um processo de conscientização do povo e do governo. Uma ação militar não resolve, temos como exemplo o Iraque e Afeganistão que ainda sofrem com as marcas de uma mudança radical no curso do país.
Num passado não muito distante, vimos aqui no Brasil o movimento chamado Diretas Já, e o processo demorou anos para que o Regime Militar saísse totalmente de cena para dar lugar a democracia. E estamos falando de um país que já tinha experimentado um regime democrático. Agora, um país que nunca viveu isso e ter seu sistema político transformado dia para outro, abruptamente, de nada adianta.
Diante de tudo isso, levanto uma bandeira. Que a paz seja defendida até o fim. PAZ para os civis da síria. PAZ para as crianças sírias. PAZ para não ver novamente poesias como a Rosa de Hiroshima de Vinicius de Moraes. PAZ para não acordar cedo e ver no noticiário que milhares de pessoas morreram em nome de interesses que não valem mais que essas vidas.


Guilherme de Oliveira Damião

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

TAPANDO BURACOS: a privatização da água e outros assuntos sem importância


Uma crítica generalizada é uma causa ou um efeito? Nas que tenho feito e participado creio ser um efeito, especialmente em relação à câmara de Castilho e sua atitude passiva quanto ao problema “Águas de Castilho”.
Tenho participado do Conselho Popular e acompanhado de perto a sua luta junto à prefeitura e câmara por apoio a essa causa. Em uma grande assembleia no início do ano, Joni esteve lá, distribuiu tapinhas nas costas e promessas de estar de acordo com a luta do Conselho e disposto a ajudar. De fato, em comparação com a câmara, Joni tem sido menos passivo e mais coerente em relação ao que disse. Já a câmara, merece um parágrafo a parte.
            Desde o início do ano, o Conselho tem intensificado a articulação junto à câmara e promovido reuniões em diversos pontos da cidade, no intuito de conscientizar e instigar a população ao debate e à luta contra a privatização. Participei de algumas reuniões e, para minha grata surpresa (naquele momento), pude observar a presença constante de alguns de nossos vereadores novos, inclusive do presidente da câmara, em que demostravam grande disposição em ajudar. Entretanto, quando a articulação para a realização do referendo se iniciou, a relação ficou, no mínimo, um tanto confusa. Percebi, desde então, que a frequência deles diminuiu, assim como o apoio. 
            Nas últimas semanas, dois fatos antagônicos me fizeram refletir sobre a atuação de nossa câmara. Na verdade, algumas notícias me fizeram refletir. A primeira refere-se à reunião com o diretor geral da concessionária, convocada pelos vereadores. Pelas informações que obtive (divulgadas pela imprensa), nossos representantes pediram o encontro para consultar sobre algumas possíveis reduções na tarifa e a única coisa que conseguiram da empresa foi um show de frieza e uma lição sobre o contrato firmado, além do anúncio de mais reajustes.
Senti vergonha por eles. Deu a impressão de que a reunião foi uma tentativa de “tapar buracos”, de conseguir alguma migalha da concessionária para ser usada como escudo político e álibi diante da passividade em relação ao referendo. Acreditaram que, talvez, haveria alguma “bondade” escondida no coração capital selvagem da empresa. Foram inocentes. Não há bondade e nem coração, só capital.
Em contrapartida, na última segunda-feira (09/09/2013) soube (também pela imprensa) que a câmara de Andradina aprovou uma CEI para investigar possíveis irregularidades no contrato firmado entre a prefeitura e a concessionária que administra o serviço de água e esgoto de lá, que, por coincidência, é a mesma empresa de Castilho (Cab Ambiental). Por mais que a câmara de lá possa ter sido omissa no passado (como a daqui também foi) ao aprovar esse mesmo contrato, hoje demonstram “arrependimento” (obviamente, pensando politicamente) e, principalmente, coragem para encarar o problema como deve ser encarado, sem “tapar buracos”, mas usando os instrumentos adequados (CEI).
“Tapar buracos” é sempre mais rápido e, por ser uma solução superficial, exige uma atitude repetitiva: tapa-se um buraco hoje, ele abre amanhã. Com isso, tem-se a impressão de “trabalho” constante, de ação. O que tenho observado em grande parte de nossa câmara é o interesse em resolver e, principalmente, divulgar ações que, por mais que sejam úteis, são pequenas e, a meu ver, sem necessidade da intervenção da câmara para serem feitas, bastaria a vontade dos setores responsáveis, exemplos: “instalação de bebedouro”, de “redutor de velocidade”, “limpeza e manutenção de prédios públicos” ou “lista de remédios para os ACS”. Porém, em questões mais “complexas”, como a lei referendo e a lei de tombamento municipal, eles tem se desviado, demonstrado pouco interesse diante da complexidade da causa.

Como eu disse, é mais fácil e mais visível “tapar buracos”.  Naturalmente, diante do recuo daqueles que um dia se mostraram interessados e do silêncio dos que se omitiram, as críticas acabam sendo gerais, respingando em todos da casa. E a cada resposta às críticas (às vezes indiretas) fica mais claro a preocupação em, principalmente, manterem o cargo, nada novo no cenário político castilhense. A renovação que todos esperavam tem se revelado a perpetuação de uma ideologia. 

PS: Este texto tratou de cargos públicos e suas ações, qualquer semelhança com a vida pessoal está em sua cabeça. 

Samuel Carlos Melo

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Um ato de amor aos animais


Não sei se vocês perceberam, mas há muitos animais abandonados nas ruas da cidade, muitos deles visivelmente debilitados. Se tem uma coisa que me dói o coração é ver animais abandonados na rua. Se pudesse levaria todos para minha casa, mas infelizmente não posso e muita gente que gosta de animais também não pode. E foi compartilhando desse mesmo amor e também da preocupação aos animais de rua, que no feriado do dia 7 de setembro realizou-se a primeira reunião para criação de uma associação de proteção aos animais de Castilho.
Para quem não sabe o controle e cuidados dos animais abandonados nas ruas são de responsabilidade da prefeitura, sendo uma questão de saúde pública. Assim, não só cabe ao poder público municipal resgatar animais doentes e sacrificá-los, como muita gente pode pensar, mas também zelar pelo bem estar e permanência dos animais no canil.
Dito isto, quero lembrar sobre as denúncias realizadas pela Associação Protetora dos Animais de Andradina e Região – APAAR, sobre os maus-tratos e descaso de alguns funcionários aos animais do canil do nosso município. Por meio de uma visita, a associação constatou irregularidades no local, como a falta de água fresca e de comida aos animais. Além disso, os cães e gatos recolhidos permanecerem presos em pequenos espaços, que não são limpos constantemente. Segundo a publicação do Jornal Impacto de 08/05/2013, muitos animais portadores de doenças tratáveis também são sacrificados.
 Desse modo, caberia também aos voluntários da associação o papel de acompanhar de perto o processo de recuperação dos bichinhos que estão no canil e principalmente de oferecer uma estadia digna aos animais. O que se pode fazer também futuramente é a realização de feiras de adoção dos animais saudáveis para obtenção de um lar.
Como vocês devem saber no mês de julho desse ano foi homologada uma lei de proteção aos animais onde se constitui crime o abandono e maus tratos aos mesmos. A lei prevê reclusão de 3 a 5 anos para a pessoa que provocar a morte dos bichinhos. Assim, a população pode então denunciar tais atos cometidos contra os animais.
Apesar de essa ter sido a primeira reunião, já se definiram algumas questões inicias. O que percebemos é que há pessoas preocupadas com os pobres animais abandonados e indefesos da cidade, mas ainda assim, a associação precisa de mais gente comprometida e dedicada à causa.

Thaís Coelho