segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Quanto vale uma assinatura


 Nós, do Blog Opositores, há algumas semanas estamos recolhendo assinaturas para um Abaixo-assinado solicitando a alteração do ART. 204 do Regimento Interno da Câmara de Castilho para que as sessões ordinárias voltem a ser realizadas às segundas-feiras no período noturno, com início as 19:00 horas, para possibilitar que a maioria das pessoas que formam a população economicamente ativa possam ir as sessões.
 Certo dia, estava eu explicando o intuito do Abaixo-assinado para algumas pessoas conhecidas, quando uma delas me perguntou o que ganharia assinando aquele papel. Na hora me veio à mente um livro que li há algum tempo, denominado "O que o dinheiro não compra", de Michael J. Sandel, em que o autor disserta sobre à concessão de valoração monetária em detrimento da ética, da moral e do bem-estar mutuo, entre outras coisas, sobre assuntos onde o dinheiro não deveria ser colocado como mediador.
 Pensando sobre isto, percebi que este é o mal do Brasil. Encaramos a política como algo a ser valorado, ou seja, estipulado um preço. Esta mentalidade explica a venda do voto antes da eleição, pois o voto é encarado como uma mercadoria, em que o demandante é o político e o ofertante é o eleitor. Este tipo de pensamento faz com que o apoio político seja um “serviço” que pode ser oferecido pelos representantes da base de apoio e pago com a distribuição de cargos para os aliados.
 Por enxergarmos desta forma é que os ''mensalões", sejam eles petistas, tucanos ou de qualquer outro partido, são criados, porque o vereador ou deputado pensa que tem o direito apreciar, ou seja, colocar preço pelo seu voto favorável ao interesse do Executivo. Esta visão é o combustível que acende e mantêm acesa a corrupção, o câncer que debilita e corrói a república ou coisa pública.
A política deve ser encarada como um direito a ser exercido e não uma mercadoria a ser negociada.


 Referindo-se à pergunta que citei acima, é certo que mudar a sessão para noite não nos trará beneficio financeiro algum, nem receberemos favores ou não teremos os interesses próprios realizados em detrimento dos do bem público, porém teremos o direito de acompanhar e fiscalizar o trabalho dos vereadores que são nossos representantes no poder público, a possibilidade de pressionar para que não seja aprovado qualquer projeto em pauta que não represente nossos interesses e para que seja aprovado aqueles que sejam benéficos à sociedade.
 Com o projeto de Lei, nossas vozes poderão ser ouvidas. Poderemos evitar que casos como a libertinagem explicita da concessão da água aconteça novamente. Teremos a chance de nos tornarmos mais participativos, ajudando a escrever a história de nossa cidade. Hoje temos que engolir goela abaixo o que nos oferecem, mas com a mudança poderemos ter a possibilidade de escolha de ir ou não á sessão.
 Em minha visão limitada, esse é um poder que não pode ser comprado, negociado, pois emana do povo e deve ser utilizado pelo povo. Vendê-lo é prostituir-se.
 Se você leitor compartilha comigo essa visão, peço a sua ajuda para juntos mudarmos essa realidade. Ajude-nos a colocar em votação na Câmara Municipal o projeto de Lei para mudança do horário para as 19:00 horas. Isso é bom para a cidade e se é bom para o Município será vantajoso para todos os que nele residem. Ajude-nos com a sua assinatura! Valorize (aumentar o valor, dar importância) o seu direito político e não o valore (colocar preço)...
 
Silvinho Coutinho


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