quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Castilho vive crise de representatividade

Foto retirada do Portal Castilho

O ano de 2014 nem bem começou e Castilho já viveu dias intensos em sua vida política.
O caso do vale-alimentação, aprovado pelos vereadores no final do ano passado em favor dos mesmos, já no apagar das luzes, por unanimidade e as manifestações por moradia trouxeram algumas certezas.
A primeira delas é a de que a classe política de Castilho está distante dos anseios e das lutas da população. No caso dos vereadores e o vale-alimentação o que causa revolta  não é somente a questão moral, mas é também saber o tipo de prioridades que foram estabelecidas na Câmara Municipal.
É verdade que ser vereador em Castilho não deve ser lá tarefa muito fácil. Quem ocupa um cargo desses deve ouvir muitos pedidos de ajuda de um povo bastante carente como o de Castilho, mas, não é com esmola que se justifica tal atitude. Até porque este problema é algo relativo, pois quanto mais se ganha, mais vão ser procurados, afinal dependem de outras pessoas para estarem onde estão. 
A questão é que há vários desafios e problemas estruturais que devem ser enfrentados com urgência. Por exemplo, enquanto o vale-alimentação aos vereadores era aprovado, a Águas de Castilho reajustava suas tarifas em cerca de 11%, sem autorização de ninguém. As pessoas que reivindicavam casa continuavam esperando alguma luz para os seus problemas de moradia. A estação ferroviária continuava a esperar o projeto de tombamento, as sessões continuavam a ser durante o dia, longe da maioria; isso pra não falar de temas mais complexos.
Todos estes manifestos por moradia que aconteceram recentemente reforçam o sentimento de que existe um problema de representatividade no município. Desde outubro passado, quando foi feito o primeiro protesto do qual fecharam o acesso à cidade, se esperava a solução para a questão de falta de moradia de alguns moradores do Bairro Nova Iorque. Como no final de janeiro o problema persistia e pouca, ou nenhuma satisfação era dada, este movimento popular voltou com mais força e mais radical que anteriormente. Aliás, não se tem noticia na historia de Castilho de nada mais radical do que o que aconteceu por estes dias.
Mesmo com a cidade em chamas não se tem noticia da presença de algum vereador nestas manifestações ouvindo ou negociando com manifestantes. Ao que parece, o prefeito teve que enfrentar sozinho o problema. Mas, como havia acontecido na greve dos servidores, mostrou que tem muita dificuldade de mediar conflitos. Sofre de desconfiança da população e seus argumentos nem são mais ouvidos. Parece pagar pelos oito anos do mandato anterior, onde é acusado de ter negligenciado as questões salariais dos servidores e a de moradia na cidade.
Foto retirada do Portal Castilho

Por tudo isso, a percepção que se tem é o de que há uma crise de representatividade no município, onde as pessoas não acreditam e nem confiam mais nos seus representantes. Logicamente que é uma situação que não vem de hoje, mas que vem se desenvolvendo a cada época.
A questão não é só moral, talvez nem seja esse o caso. O problema muitas vezes é a distância que muitas destas pessoas que nos representam têm em relação a questões sociais mais amplas, que exigem certo enfrentamento.
Não é só falta de interesse, parece faltar também maior orientação de como agir, o que reivindicar em certas situações. Representantes têm que ser líderes e estar em meio às lutas da população, propor mudanças, buscar soluções, ter consciência de classe.
Portanto, Castilho precisa também de uma organização partidária de classe, com um programa bem defendido, que abarque as principais reivindicações da população trabalhadora, que busque torná-las uma realidade, que oriente seus membros, que contribua na organização de movimentos como o que aconteceu recentemente por moradia, para que não caiam nas mãos de picaretas que usam pessoas como massa de manobra.

Enfim, Castilho precisa de representantes com menos simpatia e mais ideologia.

Dóri Edson Lopes

Um comentário:

  1. Castilho vive a crise da burrice, muitos venderam seus votos ou/e foram na onda dos espertalhões de boa lábia, agora pagam o preço da ignorância, pena que nao existe um PROCON dos políticos.... agora é guentar se passar este mandato e ter boa memória pra próxima disputa eleitoral.

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