terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

cenas de um apocalipse católico


Momento em que raio atingiu a Basílica de São Pedro. (Foto: Filippo Monteforte / AFP) (De http://br.noticias.yahoo.com)


          Ano passado, alguns dias antes do famigerado Apocalipse Maia, eu assistia uma série, num canal pago qualquer, um programa sobre alguns profetas do Apocalipse. Dentre os profetas abordados, um me chamou a atenção: São Malaquias e sua profecia sobre os 112 papas que liderariam a Igreja até o Apocalipse. São Malaquias profetizou o papado de 112 homens, dando a cada Papa respectivo um predicado que explicaria o seu papado. Os especialistas estabeleceram essa cronologia, apontando que João Paulo II seria o 110° Papa, o Papa De Labore Solis - Do Trabalho do Sol.
            Bento XI seria então o De Gloria Olivae - Da Glória da Oliveira. Ou seja, o próximo Papa que assumir será, segundo São Malaquias, Petrus Romanus - Pedro Romano. Sobre ele, São Malaquias disse:

então Na perseguição final à sagrada Igreja Romana reinará Pedro Romano,
que alimentará o seu rebanho entre muitas turbulências,
sendo que então, a cidade das sete colinas (Roma) será destruída
e o formidável juíz julgará o seu povo.
Fim.

Quando vi essa profecia, pensei: tomara que Bento XVI fique por muito tempo e adie um pouco mais o Apocalipse. Mas, para o nosso azar, eis que o sumo sacerdote anunciou a sua renúncia para o dia 28 de fevereiro. Hum... isso está me cheirando mal.
Contudo, deixando o misticismo de lado, acho que São Malaquias talvez estivesse mesmo certo. O apocalipse virá no 112° Papa. Mas não o Apocalipse bíblico. O Apocalipse da Igreja Católica. Acho que ela não sobreviverá ao próximo Papa, mesmo com o seus 2 bilhões de adeptos.
Uma explicação melhor escrita sobre os desafios da Igreja Católica pode ser lido aqui: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1229541-analise-alemao-e-brilhante-como-teologo-mas-fracassou-como-papa.shtml Eu não pretendo me aprofundar tanto. Só posso dizer que a guerra entre Igreja Católica vs Igreja Protestante não dá muitas perspectivas de sucesso para o Vaticano. Isso porque a Igreja Protestante, com seu cristianismo business, sabe se adaptar a seus contextos. Há Igreja Evangélica de todo tipo e pra todo tipo de pessoa.
A Igreja Católica, por outro lado, continua, pelo menos em seus altos cargos hierárquicos, extremamente conservador. E quando tenta mudar um pouco isso, como foi com a Teologia da Libertação, são logo podados por conservadores como João Paulo II e o próprio Bento XVI.
É isso. Continuar a definhar ou se restabelecer usando aquela palavra que essa velharada de saia parece tanto odiar: modernidade. Eis a questão. Se outro conservador assumir, pode ser realmente o início do fim. Não do mundo, mas do catolicismo, pelo menos do jeito que conhecemos.
A pergunta que a Igreja Católica (e talvez o próprio cristianismo padrão) terá que responder em algum momento será: Afinal, a Igreja durou tanto tempo assim por estar fundamentada em ensinamentos realmente perenes ou foi pura e simplesmente por ter se aliado ao poder?


P.S.: Como podem ver, um raio atingiu a Basílica de São Pedro exatamente no dia da renúnica. Tô falando, isso não tá me cheirando bem..rsrs

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