quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Desapropriar Área Indígena para Matriz Energética?



A cultura brasileira é influenciada por manifestos oriundos de diversos povos que aqui residiram. Europeus e indígenas dividem território de maneira pra lá de desigual desde mesmo o Brasil Mercantil. Somos hoje uma nação miscigenada que ainda assiste a persistência da idéia capitalista de cultura superior, e, sinto-me da obrigação de pedir um espaço aqui no blog – mesmo com tropeços aqui e acolá - pra falar sobre Eles, tantas vezes esquecidos. Nossos indígenas!
A polêmica construção de Belo Monte muito tem sido discutida aqui na internet, e pouco vejo nós, jovens/adolescentes, opinando sobre o assunto. Ela que, baseada numa sólida estratégia de argumentos dentro da lógica de “vantagens” comparativas da matriz energética brasileira só prova que ainda existem conflitos e desigualdade no que diz respeito a esta etnia.



Pero Vaz de Caminha descrevia em suas crônicas o índio como um ser rude e desprovido de intelecto. Conceito premeditado pelo choque cultural que ali ocorrera, mas que infelizmente ainda faz parte da opinião de muitos brasileiros. Sabe-se hoje, por meio da antropologia, que não há cultura superior a outra - assim como não há impossibilidade de sociedades diferentes conviverem e miscigenarem-se! Faz-se necessário entender que a ideia da ressignificação cultural mudou o conceito a qual se analisa a história. Nenhuma cultura desintegra-se, apenas sofre transformações com o passar do tempo.
Porém, percebe-se certa resistência por parte da sociedade em aceitar que a cultura indígena também é passível de mudança. Afinal, a dinâmica mudou. Não vivemos mais o Brasil das crônicas de Caminha! Compartilhamos hoje consequências de uma nação emergente, tais quais poluições, doenças, sem falar no abismo entre a arrecadação do estado e a eficácia dos serviços públicos gestados pelo mesmo.
Um documento sobre a situação do índio no Brasil divulgado pelo IBGE afirma que 38% dos nativos brasileiros (cerca de 310 mil pessoas!) vivem em situação de extrema pobreza e na grande dependência de auxilio econômico do Estado. Também é elevado o número de mortes em conflitos com fazendeiros e posseiros, ou por outros motivos de violência como assaltos e brigas. Sem falar que estudos sobre a saúde e condição de vida de mulheres e crianças revelaram um cenário preocupante ligado a alimentação e obesidade.


Viram? O “tão distante índio” está mais próximo de nossa realidade do que imaginamos! E ainda assim possui parte de seus direitos delimitados por falsos ambientalistas, que gestam leis desleais prol lucro. No caso de Belo Monte, além de todos os impactos ambientais apontados por estudiosos, sabe-se que poderá acentuar casos de grandes pressões sobre territórios indígenas já demarcados e homologados.
A população daquela região depende muito do rio. Além disso, dado o tamanho do impacto que a obra causará com a ocupação e deslocamento de pessoas e a construção de estradas, esse grupo será muito afetado. Embora defenda a tal “ressignificação cultural”, e que não podemos negar que estejam previstos investimentos na área de saúde e apoio à produção, não se sabe exatamente o que será feito, nem como. Sabemos que a efetivação das obras dos setores de base por parte do Estado é comumente escassa. 
Por outro lado os defensores da Hidrelétrica afirmam que o país necessita de mais geração de energia. A pergunta é: com o vasto território que possuímos, não temos condições de manter uma matriz energética diversificada, que priorize fontes alternativas como solar e eólica? Há uma série de vazios nas informações.
        Acredito que precisamos de mais patriotismo e mais fervor para lutar pelas questões sociais. Vejo, por vezes, a sociedade brasileira inerte e de, certa forma, fragmentada por setores e ideologias - herança de nossa densa sociedade colonial, talvez. Indignamos-nos, mas pouco fazemos para mudar o que esta a acontecer a nossa volta. Os indígenas de Belo Monte são uma realidade, assim como os famintos do Nordeste também são uma realidade... Nossa falta de atitude é uma realidade.

Texto de Maryana Tomas, 17 anos.

3 comentários:

  1. quais as fontes destas fotos? De quando é este dado do IBGE? O que tem haver com Castilho? A realidade do indio não é só isso. O blog não é oposição e orientar as pessoas a realidade de Castilho?

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    1. Voce como Anonimo, esta totalmente equivocado quanto aos objetivos do BLOG nao estamos fazendo oposiçao a ninguém e sim simplesmente despertar o diálogo sobre alguns fatos que ocorrem em Nossa Cidade e o nosso objetivo não se restringe a publicar apenas fatos ocorridos em Nossa Cidade este BLOG é Eclético agora sua visão humanitaria e de solidariedade é muito restrita ao que voce quer ver. Quanto aos dados está na Revista Escola e as Fotos entre num site de busca clique em imagens e digite o que voce quer encontrar. Fácil não? É óbivio que falar da comunidade indigena é muito mais além deste breve episódio que vem ocorendo na mídia.

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  2. mais é linda minha namorada

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