quarta-feira, 12 de junho de 2013

PELO CONTROLE SOCIAL



Nos últimos dias, os jornais, TVs e internet têm sido tomados por notícias sobre diversas manifestações públicas no Brasil e no mundo.
Além do genocídio de índios em Mato Grosso do Sul, tem sido noticia no Brasil as manifestações de jovens em varias capitais do país que lutam contra o aumento de tarifas do transporte público. Em três destas capitais o movimento que é basicamente estudantil saiu vitorioso, barrando o reajuste das passagens do transporte público, um tipo de serviço público que é terceirizado no Brasil, mas que não deixa de ter os lucros subsidiados pelo Estado.
Dentro deste contexto de levantes populares, o destaque maior têm sido os intensos protestos populares na Turquia. A chamada grande mídia brasileira, dominada por uma oligarquia midiática onde seis famílias controlam 70% dos meios de comunicação[1] afirma que estes protestos se dão devido a decisão do governo turco de destruir uma praça pública para a construção de um Shopping Center na capital, Istambul. No entanto, seria duvidar da inteligência das pessoas relacionar estes grandes protestos a apenas uma questão ambiental, de preservação de espaços verdes, como os órgãos de imprensa têm tentado fazer acreditar.
A destruição de uma praça para a implantação de um centro comercial é na verdade apenas a ponta de um iceberg de insatisfações com uma política neoliberal que tem privatizado espaços públicos e a gestão do serviço de água na cidade de Istambul.[2]
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Revolta dos jovens turcos foi resposta à privatização de Istambul. Levante revela emergência das lutas pelo Comum urbano e ambiental. 
 Já em Castilho/SP, logo após a maior greve da história do município promovida pelos servidores públicos, o Conselho Popular de Moradores que luta pelo fim da concessão do serviço de água e esgoto lançou a campanha “Fora Águas de Castilho. Referendo Já!”.
Trata-se de uma mobilização popular, cujo objetivo é promover um Referendo onde a população opinará democraticamente através do voto qual deve ser o futuro da privatização do saneamento básico em Castilho/SP. Será a primeira consulta popular para decidir sobre um serviço público na historia do município, algo inédito também em escala nacional. O resultado deste Referendo pode ter poder decisório diante da Justiça.
Desde já, o Conselho Popular trabalha pela campanha de fim da concessão do serviço de saneamento básico no município.
O que estes fenômenos sociais têm em comum, guardadas as devidas proporções, é que fazem parte de um amplo contexto de resposta popular a políticas neoliberais que há décadas vem sendo implantadas no Brasil e no mundo, inclusive em Castilho-SP. O neoliberalismo busca a desregulamentação de leis que garantam direitos sociais. É a tentativa, por exemplo, de por fim às garantias trabalhistas da estabilidade no emprego, além de reformas do Estado como a privatização de setores estratégicos como da energia elétrica, telecomunicações, minérios, petróleo, e a entrega de serviços públicos, como o da água e esgoto.
No momento, o Conselho Popular de Castilho/SP reivindica o fim da privatização do serviço de água e esgoto, mas pode e deve estar marcando o início de uma  tendência em Castilho e que vem se desenvolvendo em outros lugares, onde a sociedade começa a reivindicar maior participação nas decisões de Estado e, principalmente, maior controle sobre serviços públicos. Ao que parece, cada vez menos é aceito passivamente a construção de usinas de álcool, reformas de hospitais particulares, construção de portal de entrada ou concessões de águas e esgoto sem que tudo isto seja uma decisão popular.

Dóri Edson Lopes   

3 comentários:

  1. Meu caro Dóri, o que você pensa acerca disso, o PT, com as recentes privatizações, estará se rendendo a política neoliberal? Abraços.

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  2. Com certeza Lourivete... Penso que o PT tem cada vez mais sucumbido a pressao de empresarios.

    Dóri Edson

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  3. todos tem seu preço, certo? o PT tem o seu, e os outros partidos também, uns mais caros outros nem tanto.... agora tem mais uma, na hora que a empresa em questão cobrar de volta o que ela deu para aqueles lá aprovarem a venda da água, ai a coisa vai coisar! uns ja gastaram td, outros nem conseguiram reeleger e estao de volta ao mundo real... ainda tem muita água pra passar debaixo desta ponte....

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